O Longo Braço da Lei
António Segura (argumento)
José Ortiz (desenho)
Mythos Editora (Brasil, Dezembro de 2011)
135 x 175 mm, pb, 306 p., brochado
R$ 18,90 / 9,00 €
Resumo
À cabeça de um grupo de rangers, Tex escolta cinco presos
que estão a ser transferidos de Sierra Vista para Phoenix. No entanto, no
caminho, são atacados e os presos libertados.
Único sobrevivente do grupo, Tex parte no encalço dos
fugitivos, que entretanto se separaram, não só com o intuito de fazer justiça
mas também de descobrir qual deles motivou o ataque.
Desenvolvimento
Os fãs que me desculpem, pois eu sei que o Tex de António
Segura não é muito apreciado entre eles, mas acho que o argumentista espanhol,
como nenhum outro, conseguiu retratá-lo exemplarmente na sua faceta de
solitário, frio, duro e implacável – cínico até por vezes.
E é esse Tex impassível, de olhar gélido e dedo ligeiro no
gatilho que surge em “O Longo braço da lei”, um Tex que semeia de cadáveres as
bordas do seu caminho, que avança indiferente aos danos colaterais, como um
autêntico mastim que só parará quando tiver dilacerado a sua presa.
Por isso, esta é uma narrativa dura e violenta – à medida da
terra e do tempo em que Tex caminha - pejada de tiroteios, feridos e cadáveres.
E que, apesar do seu tom e da sua grande extensão – mais de três centenas de
pranchas – consegue ser também cativante e absorbente, pelo tom quase policial
com que Segura a dotou, com Tex a perseguir, à vez, cada um dos cinco
fugitivos, investigando os seus motivos, analisando as suas acções e ilibando-os
(ou não…) do crime – o ataque à escolta – porque os persegue.
Esse Tex duro e violento – e o clima tenso e pesado da
narrativa – são acentuados pelo soberbo traço de José Ortiz – cúmplice de longa
data de Segura – agreste mas pormenorizado, com personagens esguias e
atléticas, de rostos vincados e olhares penetrantes e um sublime trabalho de
preto e branco, assente em contrastes e num exemplar jogo de luz e sombras que –
lá volto eu ao mesmo… - merecia ser admirado numa edição de formato maior.