Já
o escrevi por aqui alguma vez, com certeza: um dos grandes prazeres
da leitura é pegar num livro sem expectativas - ou pior, com as
piores delas... - e ser surpreendido. Foi o que aconteceu com esta
obra que aplica o 'conceito' Preto,
branco & sangue aos
Marvel
Zombies, de
forma muito bem conseguida e para lá do expectável.
Regresso
às obras com histórias curtas que de forma continuada me servem
para aproveitar
espaços de tempo igualmente curtos, desfrutar
de pequenos
interlúdios entre tarefas, aligeirar alguma pressão ou aproveitar
tempos mortos. Depois
de
uma
abordagem recente
aqui,
em As
Leituras do Pedro, trago
hoje um novo quarteto de
edições em tudo díspares das anteriores.
O
modelo é conhecido e está testado: histórias curtas, a preto e
branco (e às vezes cinza), pinceladas aqui e ali com o vermelho vivo
do sangue que espicha, jorra, brota, salpica, corre a rodos,
descontroladamente... Depois
de três livros - Wolverine,
Carnificina
e, agora, Deadpool
- a conclusão óbvia é que, dos três, é este último que funciona
melhor neste registo.
Quando
alguns pensam que nada mais há para inventar - nomeadamente em
universos como o Marvel que, apesar de latos, têm regras estritas -
eis que surge uma obra como esta que, ao abdicar de todas as cores
com uma única excepção (para além dos evidentes preto e branco)
dá um outro sentido e lógica a uma das suas personagens mais
emblemáticas.