Roger Seiter (argumento, a partir do romance de Maj Sjöwall & Per Wahlöö)
Martin Viot (desenho)
Casterman (França, 21 de Setembro de 2011)
185 x 260 mm, 88 p., cor, brochado com badanas
18,00 €
Resumo
Estocolmo, 1967. Um massacre num autocarro, em que foram
mortos o condutor e todos os seus passageiros, leva a polícia sueca a
investigar o caso, até porque uma das vítimas era um dos seus inspectores…
Desenvolvimento
Esta banda desenhada, na sequência do que sucede com esta
colecção, é uma adaptação do romance policial homónimo escrito nos anos 60 pelo
casal Maj Sjöwall & Per Wahlöö.
Quarto tomo dos dez protagonizados pelo inspector Martin Beck e a sua equipa,
entre 1965 e 1975, nele encontramos a polícia sueca empenhada em prender o
responsável pelo sucedido.Se aparentemente nada justifica o acto tresloucado, nada foi roubado nem há qualquer ligação entre as vítimas, a presença de um detective no veículo causa estranheza, até porque ele deveria estar de férias embora a mulher afirme que raramente vinha a casa por se encontrar cheio de trabalho. Aos poucos, de forma lenta mas decidida, minuciosa e obstinada, com alguns avanços e muitos recuos, Beck vai desfiando a meada, com alguns resultados surpreendentes.
O traço de Martin Riot, algo rígido, demasiado preso a modelos (especialmente para os rostos), um pouco naif, revela-se pouco dinâmico e quase desprovido de movimento, o que acaba por o transformar no complemento adequado para o ritmo lento da narrativa, que acompanha os pequenos avanços e as contrariedades do dia-a-dia e é reflexo de uma época – há 40 anos – sem computadores, telemóveis e outros artefactos hoje essenciais no nosso quotidiano.
A par disso, face à imensa diversidade de séries televisivas, com a chancela CSI à cabeça, resulta estranha a lentidão de processos, a dificuldade em conseguir cópias, o estado primitivo da ciência forense na época, que perpassa por todo o romance (desenhado).
O que não retira interesse à história, bem pensada e desenvolvida, dentro da lógica do romance policial tradicional, com o leitor a acompanhar de perto os passos dos investigadores, descobrindo, ao mesmo tempo que eles, as pistas que vão conduzir a um final bem diverso daquele que o início parecia apontar.
O que faz da versão em BD de “Le policier qui rit”, uma obra especialmente atractiva para os apreciadores do género, mas com motivos suficientes para agradar a outros leitores, até pelo retrato que traça da sociedade sueca de então.
A reter
- O ritmo lento mas intenso do relato.- O retrato da sociedade sueca dos anos 60.
Pré-publicação
- As primeiras páginas do álbum.
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