‘Príncipe Valiente’, la obra
cumbre de
Hal Foster
Eduardo
Martínez-Pinna
Libri
Impressi
(Espanha, Novembro de 2012)
240
x 320 mm, 64 p., pb e cor, brochado com badanas
18,50 €
- Mais um livro sobre Foster e o seu Príncipe Valente? –
perguntarão alguns.
- Sim, porque “Prince Valiant – In The Days of King Arthur é
uma obra de maturidade realizada por um autor na sua plenitude artística…” – fundamenta(-se)
o autor, em jeito de introdução.
Para além disso, acrescenta, esta banda desenhada é “…uma
obra imortal que consegue vencer o inefável Cronos, o deus do tempo, que torna
velha qualquer manifestação artística” e representa “… a maturação de um
estilo, o final de um caminho e, em definitivo, uma forma de entender os
comics”.
E justifica-se ainda pela “técnica impecável” de Foster, por
ser “um dos grandes clássicos”, “um dos comics mais imitados de todos os
tempos” e por estar carregada “ de valores éticos universais”.
O autor, Martínez-Pinna, inicia o seu livro com uma
introdução biográfica sobre o Foster “pré-Príncipe Valente” ajudando-nos a
situar a sua obra nas suas origens, nos seus princípios, no seu percurso pessoal,
profissional e artístico, no seu tempo e no contexto dos quadradinhos (e das
outras artes) de então.
Depois, há um mergulho – saboroso e profundo – na obra-prima
de Foster, analisando as temáticas, o estilo, a evolução, o peso das
personagens secundárias – muitas vezes protagonistas por umas quantas páginas –,
apontando inspirações, homenagens e referências a diversos níveis, indicando
incongruências históricas (justificadas pelas necessidades ficcionais de um
relato aventuroso e humano), destacando a qualidade do traço de Foster, os seus
cavalos e o seu imenso respeito pela natureza, sublinhando a multiplicidade de
soluções narrativas, o peso e o protagonismo (incomum) das personagens
femininas, comentando a importância da religião e da magia na saga…
E, analogamente, como a obra de Foster foi continuada –
como, quando e por quem – e, numa óptica mais formal, outros formatos de
publicação, as adaptações literárias e cinematográficas, as melhores e piores
reproduções que dela foram feitas.
Tudo isto - e não é tudo - justifica “mais um livro sobre
Foster e o seu Príncipe Valente” e pede ao leitor a disponibilidade mental para
uma leitura ponderada e reflexiva, pois se o autor não cria nada de novo ou original,
nalguns casos ilumina a obra de Foster de modo diferente, fazendo-a brilhar sob
uma nova luz.
Para isso contribui também, decisivamente, a presença tutelar
da arte do autor nas páginas desta edição em que quase todas as imagens
utilizadas - restauradas com a paixão e o talento que se reconhecem a Manuel Caldas - reproduzem vinhetas do Príncipe Valente no seu tamanho original (ou
seja, sensivelmente o tamanho das páginas do livro!). O que facilmente provoca
no leitor o delírio de imaginar uma (utópica) edição do Príncipe Valente no (gigantesco)
tamanho das pranchas que Foster nos legou.
E a que a leitura deste livro indubitavelmente faz desejar voltar, para
recordar/descobrir/desfrutar tudo aquilo que ele evocou.
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