20/12/2012

Heróis Marvel série II #10 - Novos Vingadores; Guerra Civil











Mark Millar (argumento)
Steve McNiven (desenho)
Dexter Vines (arte-final)
Levoir/Público (Portugal, 20 de Dezembro de 2012)
170 x 260 mm, 192 p., cor, cartonado
8,90 €




Resumo
Uma explosão causada por um grupo de super-heróis ao serviço de um reality-show televisivo, quando tentava capturar alguns super-vilões, provoca a morte de quase um milhar de pessoas, provocando uma reacção de rejeição dos familiares e conterrâneos das vítimas em relação àqueles que era suposto protegê-los.
Na sequência desses acontecimentos o senado norte-americano aprova uma lei que obriga ao registo de todos os super-heróis, o que provoca a criação de duas facções, pró-lei (encabeçados pelo Homem de Ferro) e anti-lei (guiados pelo Capitão América) que terminará num confronto inevitável.

Desenvolvimento
Pode-se dizer que este tomo foi uma forma de a colecção Heróis Marvel terminar em beleza. Não tanto por esta saga em si, mas pela relevância que ela teve aquando da sua publicação original e pelos efeitos que causou ao equilíbrio do universo Marvel – pese embora o facto de, paradoxalmente, quase todos eles terem já sido apagados e tudo tenha voltado (sensivelmente…) à primeira forma.
Da autoria da mesma equipa criativa que deslumbrou com o fantástico “Wolverine: Velho Logan”, não atinge, no entanto, o brilhantismo daquele.
Apesar dos muitos confrontos entre super-heróis que engloba, mostrados pelo traço hiper-realista e muito expressivo de Steve McNiven, “Guerra Civil” nunca atinge a espectacularidade visual de “Velho Logan”, mesmo desenrolando-se a bom ritmo, com uma planificação multifacetada que recorrentemente explode em painéis de página inteira.
O argumento de Mark Millar revela-se consistente e está desenvolvido num crescendo, com (quase todos) os super-heróis a assumirem a posição que deles esperávamos o que provoca uma certa familiaridade com o leitor, com os factos relevantes e marcante a sucederem-se a um ritmo acelerado.
Por isso, logo após a explosão inicial – uma original exploração de algo que recorrentemente acontecia de forma anónima nos comics de super-heróis, onde os danos e as vítimas colaterais raramente eram mencionados – assistimos a um primeiro confronto do Capitão América com a SHIELD e sua consequente deserção e passagem à clandestinidade, à revelação pública da identidade secreta do Homem-Aranha (que posteriormente levará à quase morte da Tia May e à eliminação do casamento de Peter e Mary Jane, uma das duas consequências mais relevantes desta Guerra Civil), ao primeiro combate entre o Capitão América e o Homem de Ferro, ao aparecimento de um falso e mortífero Thor, à morte trágica de um super-herói, à quebra da relação entre Sue e Reed Richards, à prisão de inúmeros heróis, ao dar de carta branca a super-vilões e ao confronto final entre ambas as facções, que terminará de forma a um tempo surpreendente, digna e trágica, pois conduzirá à segunda grande consequência desta saga: a posterior morte do morte do Capitão América.
O suficiente, sem dúvida, para tornar obrigatória este volume que, para lá dos super-heróis propriamente ditos, tem um inegável tom politizado, assente no confronto entre as posições fascizantes de Tony Stark/Homem de Ferro e o discurso idealista de Steve Rogers/Capitão América, potenciado pelas sombras do 11 de Setembro e as perspectivas de novas ameaças que ele abriu.


7 comentários:

  1. Eu gosto da história a melhor parte é mesmo o confronto de Tony Stark/Homem de Ferro e Steve Rogers/Capitão América,e das suas equipas porque os elementos de discordançia ambos já tem desde a 1a Armor Wars aonde curiosamente ambos tem os papeis invertidos.

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  2. Espectacular estes livros que a Público lançou! Espero que continuem com a série 3.

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    1. Thiago,
      Esta foi uma boa iniciativa (dupla) que preencheu uma lacuna existente em Portugal.
      No entanto, parece-me difícil surgir - pelo menos para já - uma série 3...
      Uma hipótese mais viável para um futuro não muito distante, seria uma colecção similar com obras da DC Comics...
      Há que esperar para ver.
      Boas leituras!

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  3. Pedro, não contes com isso relativamente à DC. Pra sair cá material pela DC teria de ser a própria Panini a editar, porque eles detém os direitos para a língua portuguesa e não podem cedê-los a terceiros, como acontece com a Marvel. E como sabemos à Panini não lhe interessa editar material em PT-PT. Já enviarem pra cá as sobras de Marvel e DC do Brasil é uma sorte.

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    1. Olá Reignfire,
      Se assim é, já não está cá quem escreveu...
      Boas leituras... mesmo assim!

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  4. Esta nova modalidade de contratos (infelizmente muito restritiva) da DC começou em 2000 e troca o passo quando a Devir ainda editava Sandman. Num desses anos a editora Pixel assinou contrato de exclusividade para a língua portuguesa de material Vertigo e Wildstorm. E a partir daí como os senhores da Pixel tinha adiantado em entrevista que não podiam ceder direitos a outras editoras brasileiras ou portuguesas, a Devir que ainda pretendia lançar Sandman não o pôde mais fazer. A DC começou a ser rígida nos seus contratos com parceiros internacionais - e várias editoras que editavam material da DC deixaram de o fazer: em Espanha e Itália era a Planeta DeAgostini que editava e em Espanha passou a ser a ECC Ediciones e em Itália a RW Edizione; em França era a Panini e passou a ser a Dargaud - Urban Comics. Já no Brasil e Alemanha a Panini continua a editar DC porque provavelmente chegaram à conclusão que nestes países não haveria alternativa melhor. Dizia-se na altura que a DC queria deixar de ter a Panini como parceira devido ao facto de esta ser a representante da Marvel na Europa e América Latina.

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    1. Olá de novo Reignfire,
      Muito obrigado pelo esclarecimento tão completo!
      Boas leituras... e bom 2013!

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