Arthur de Pins e Maïa Mazurette
(argumento)
Arthur de Pins (desenho)
Contraponto
(Portugal, 2 de
Novembro de 2012)
150 x 235 mm, 192 p., cor,
brochado com badanas
16,60 €
Resumo
Depois de encontros e
desencontros, desavenças e reconciliações ocorridos em Pequenos Prazeres, Clara e Arthur querem cortar de vez
e seguir, livres, as suas vidas. Só que, o anúncio do casamento próximo de Paul
e Cassandra leva-os a repensar prioridades e opções e a partir numa fuga para a
frente, tentando manter a independência enquanto sentem a necessidade de
encontrar a sua alma gémea.
Desenvolvimento
Reflexão bem-humorada, feita à
luz do sexo, sobre a passagem do estado de solteiros a casados e de como isso
afecta amigos e conhecidos, esta segunda dose de Pequenos Prazeres (constituída
pelos volumes 3 e 4 da edição original francófona), tem como principal defeito
ter perdido o carácter de novidade que caracterizou o primeiro tomo.
Dessa forma, a Parte I – Gajas ao
Ataque!, que poderia resultar melhor numa publicação regular em revista (uma
vez que a narrativa está dividida em pequenos episódios, quase sempre de duas
páginas), revela-se de leitura pouco estimulante, principalmente pela repetição
da situação base – Clara tenta a toda a força arranjar companhia – e do
respectivo desfecho, isto mesmo tendo em conta a lufada de ar fresco que é a apresentação da situação do ponto de vista feminino, a que não será estranha a participação de Maïa Mazurette nos argumentos.
No entanto, na passagem para a
Parte II – O Casamento Tem Costas Largas, tudo muda. O anúncio do casamento
eminente provoca o clique que reacende a chama entre Arthur e Clara e os leva a
apostar a manutenção da respectiva castidade até que a união dos seus amigos se
consume.
Com esses novos motes, o relato ganha novo fôlego, ritmo e sabor,
solta-se e consegue cumprir competentemente o seu principal objectivo: divertir
e dispor bem, em especial devido ao final, em crescendo, à medida de uma boa comédia de costumes
Para mais, sem pretensões
moralistas – longe disso! – este livro faz também lembrar como tantas vezes
procuramos longe aquele/aquilo que está mesmo à nossa frente…
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