Robert
Kirkman (argumento)
Charlie
Adlard (desenho)
Cliff Rathburn (tins cinzentos)
Devir (Portugal, Dezembro de 2012)
168 x 258 mm, 136 p., pb, brochado com
badanas
14,99 €
Resumo
Compilação dos comics originais #19 a #24 de The
Walking Dead, este tomo narra a instalação do grupo de Rick Grimmes na prisão,
a sua limpeza, o adensar das tensões e a chegada de Michonne.
Desenvolvimento
Sob o signo do fim do mundo (?), depois de "O Baile", voltam os mortos
vivos esta semana a As Leituras do Pedro.
De alguma forma já o escrevi anteriormente:
nunca tendo lido The Walking Dead antes da Devir o editar em Portugal,
actualmente confesso-me rendido tanto à banda desenhada original quanto à série
televisiva nela inspirada.
Aliás, um dos prazeres que tiro de The Walking
Dead é comparar a forma como as duas narrativas se desdobram, de certa forma em
paralelo, embora com diferenças evidentes que, no entanto, não retiram
consistência, interesse nem impacto a nenhum dos relatos.
Desenvolvidas segundo linhas condutoras
genéricas semelhantes, mas com variações evidentes e notórias no seu decurso –
as mais evidentes, mas não únicas, passam por quem morre e por quem continua
vivo no grupo principal – conseguem funcionar em pleno em cada um dos
diferentes suportes.
Por isso veja-se como Michonne – a mais recente
nova protagonista em ambos os casos – assume papeis capitais mas completamente
díspares num e noutro relato, tendo mesmo carácter diverso, embora o seu aparecimento junto do grupo de Rick
e Lori ocorra em circunstâncias bem diferentes.
A versão televisiva, cuja terceira temporada vai
sensivelmente a meio, embora os novos episódios só regressem em 2013, (curiosamente)
é mais pausada, o que permite um maior aprofundamento do retrato psicológico
dos intervenientes, mas é também mais violenta – ou de uma violência mais
imediata - pelo realismo das suas cenas e pela presença da cor.
Quanto à banda desenhada apresenta um ritmo mais
acelerado – devido à cadência da publicação mensal – mas, graças à planificação
utilizada, consegue também acentuar devidamente a componente de terror.
Comum a ambas é a densidade psicológica da narrativa,
o retrato forte e muitas vezes cruel dos protagonistas e o incómodo causado
pela violação de regras, leis e valores a que são forçados os intervenientes
pelas situações limite que têm de enfrentar (como acontece a Rick neste tomo).
Porque, a segurança que a prisão ocupada deveria oferecer, está longe de se
concretizar e os níveis de tensão no seu interior – tensão sexual, entre diversos componentes do grupo; violência, enfrentando os
mortos-vivos, entre os antigos e os novos ocupantes e mesmo entre aqueles que
tanto já passaram juntos – não param de crescer e de forçar os limites de cada
um.
E o Governador – presença tutelar da 3.ª série televisiva – ainda não fez a sua aparição na BD…
E o Governador – presença tutelar da 3.ª série televisiva – ainda não fez a sua aparição na BD…
Igualmente comum, é a elevada qualidade
narrativa e visual de ambos e a capacidade de seduzir (muitos) leitores/espectadores
para uma temática geralmente pouco popular.
A terminar, fica um duplo elogio para a quase
simultaneidade entre a exibição nos Estados Unidos e em Portugal, na Fox, e para os
três volumes que a Devir editou este ano – o 3.º e o 4.º no último trimestre,
numa notória aceleração do ritmo de publicação.
A série ainda não a vi (estou a guardar :), mas já li até ao fim da fase da prisão e esta série é sem duvida nenhuma uma das melhores séries de Bd dos ultimos anos. Adoro o facto de que, mesmo sendo a preto e branco, consegue-nos prender volume após volume após volume novamente. A fase da prisão é muito engraçada pois pela primeira vez têm um sitio que parece ser mais seguro do que o resto do mundo. Sem duvida uma série a não perder :)
ResponderEliminarOlá de novo, Luís!
EliminarAconselho vivamente a visualização urgente de uma das melhores séries televisivas em curso! Até para poder comparar e descobrir as muitas diferenças em relação à BD!
Boas leituras... e boas visualizações!
Eu vou no 2º volume e mal posso esperar para ter o 3º nas mãos :D é engraçado, visto que eu já vi a série, ver algumas das diferenças, e a emoção da banda desenhada é diferente, virar aquela penultima página no 2º volume e ver a prisão, é épico.
ResponderEliminarEm relação a outro assunto, gostava de te perguntar uma coisa Pedro, és coleccionador ou também vendes bd's? É que há montes de tempo que procuro um livro do Hellboy que tu tens. Caso vendas diz algo, abraço
Caro 16hnnyyy,
EliminarE o curioso é que a história funciona igualmente muito bem num ou noutro suporte, apesar de todas as diferenças!
Quanto a vender livros ou objectos de BD, confesso que tenho um bom lote de repetidos e ando há procura de tempo para os colocar à venda através do blog... Pode ser que consiga em 2013...
Mas o Hellboy não está entre esses duplicados...
Boas leituras!