Colecção Lucky Luke #8
René Goscinny (argumento)
Morris (desenho)
ASA/Público
Portugal, 27 de Março de 2013
215 x 285 mm, 48 p., cor,
brochado com badanas
brochado com badanas
4,95 €
Esta semana distribuído com o jornal Público, este é para
mim, um dos melhores títulos do “cowboy que dispara mais rápido que a própria
sombra”, que no meu subconsciente tinha ganho contornos quase míticos.
Li-o pela primeira vez há muitos – muitos! – anos nuns
quantos fascículos da revista Tintin que alguém me emprestou – é verdade,
embora tendo-a lido toda, não coleccionei esse título tão marcante da BD
nacional – e não me lembro de o ter voltado a reler, embora tenha ficado com
uma fortíssima memória dele.
O reencontro com Billy The Kid (personagem histórico do velho
Oeste), o adolescente malcriado e birrento que aterrorizava Fort Weakling,
teve, por isso, contornos especiais para mim.
E o primeiro facto que me apraz registar – o que nem sempre
tem acontecido em casos semelhantes - é que as minhas memórias se revelaram
acertadas e a (re)leitura do álbum, misto de descoberta e recordação,
constituiu um momento de grande prazer.
Nesta época – o álbum data originalmente de 1953 – Morris prosseguia
a sua rápida ascensão enquanto criador gráfico de eleição, com um traço muito
expressivo e de um dinamismo notável, recebendo um excelente contributo de
Goscinny: um argumento particularmente inspirado, consistente e certeiro, recheado
de gags muito divertidos, em que Lucky Luke se vê obrigado a passar para o lado
errado da lei para conseguir finalmente o seu propósito: vencer o jovem Billy e
convencer a população (aterrorizada) a depor contra ele.
Uma espécie de terapia de choque – incrementar o terror,
para o mal parecer menos sofrível – que surgindo como um elemento divertido –
até pelos contornos de que se reveste – não deixa de fazer pensar e de se
tornar incómodo por serem recorrentes na Histórias – aos mais diversos níveis –
tantos exemplos semelhantes.
E, qual cereja no topo do bolo, antes do envio do
fora-da-lei para cumprir a justa pena, Lucky Luke não deixa de lhe aplicar o
correctivo devido a todos que, como ele, são birrentos e malcriados: um belo
par de surras no rabo, por muito que isto possa soar herético em termos do
(doentio) politicamente correcto que hoje se vive.
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