Mythos Editora
Brasil, Agosto de 2012
135 x 176 mm, 114 p., pb, brochada
O bando do Campesino
Gianluigi Bonelli (argumento)
Aurelio Galleppini (desenho)
Assalto ao trem
Gianluigi Bonelli (argumento)
Aurelio Galleppini (desenho)
Morte no deserto
Claudio Nizzi (argumento
Giovanni Ticci (desenho)
Uma tarde quente
Sergio Bonelli (argumento)
Giovanni Ticci (desenho)
Trilha de sangue
Claudio Nizzi (argumento
Giovanni Ticci (desenho)
O duelo
Claudio Nizzi (argumento
Fabio Civitelli (desenho)
Desconheço
se existe algum estudo aprofundado sobre o assunto – apesar de já ter lido
abordagens parciais ao tema - mas é interessante considerar como a banda
desenhada evoluiu nos principais países “criadores”.
Em termos
de forma, grosso modo, tivemos a tira diária, a prancha dominical e o
comic-book, nos Estados Unidos; a revista com histórias em continuação e o
álbum cartonado no mercado francófono; as revistas volumosas e posterior edição
em pequeno formato, no Japão; as revistas populares em Itália.
Quanto à
extensão – o pretexto que me traz aqui hoje - nos Estados Unidos, se as
publicações em jornal nunca obedeceram a um qualquer limite, o comic-book (de
super-heróis) habituou-nos a histórias relativamente curtas que na actualidade
rondam a vintena de pranchas (embora seja normal prolongarem-se de número para
número e até por diversas revistas). O modelo Disney – que Maurício de Sousa
adoptou no Brasil – também prefere as narrativas curtas, ultrapassando poucas
vezes aquele número de páginas.
No mercado
francófono, as revistas, coloridas tal como as suas congéneres
norte-americanas, publicavam semanalmente até 3 ou 4 pranchas de cada história,
que eram depois compiladas em álbuns cartonados de 48 páginas (pontualmente 56
ou 64).
No Japão,
as “entregas” semanais de 30 a 50 páginas a preto e branco, originavam extensas
sagas que podiam chegar aos milhares de pranchas, compiladas nos volumes “tankobon”
com cerca de 200 páginas cada um.
Finalmente,
Itália – e em especial a Sergio Bonelli Editore – habituou os seus leitores às
revistas com 100 a 130 páginas e histórias em continuação, inicialmente sem
limite, embora o normal fossem as 200 a 300 pranchas. Tempos mais recentes
viram as narrativas adequarem-se ao número de páginas da publicação,
perdendo-se quase por completo o hábito do (continua).
Se a introdução
já vai longa, não podia contrastar mais com as histórias incluídas neste
Almanaque Tex #44, actualmente distribuído nos quiosques e bancas portugueses,
pois ele compila as únicas 6 histórias curtas que existem protagonizadas por
Tex – aliás, falta uma, é verdade, “A Presa” que o BDJornal publicou no seu
número mais recente…
Esta “fuga
à rotina” – mais vezes quebrada nos outros casos citados – se faz delas
curiosas excepções, mostra também como os criadores da personagem estão pouco
rotinados com o formato, soando quase todas como episódios parciais de um
relato mais longo que fica por contar.
As honrosas
excepções são “O Duelo”, segundo um guião de Civitelli que também a desenha e
pinta (originalmente foi editada a cores), que funciona como conseguida homenagem
ao – seu – herói, e a quase anedota “Uma tarde quente”, pelo tom irónico com
que trata a violência habitual neste western.
Uma referência
ainda para “Morte no deserto”, que passou ao lado de ser um belíssimo relato,
pois o aprofundamento da situação limite que Tex vive – a travessia de um
deserto, transportando às costas um bandido ferido, que acaba por morrer sem
que o herói afectado pelo calor e pela sede de tal se aperceba – poderia ter
dado uma história de tom humano muitíssimo interessante.
A edição –
que faz uma breve apresentação de cada história, indicando as datas e os locais
originais de publicação de cada uma das bandas desenhadas – é completada com as
capas de todas as edições do Almanaque Tex já publicadas.
Estas seis
histórias curtas de Tex, já tinham sido publicadas no Brasil na colecção “Tex e
os Aventureiros”, um dos mais interessantes projectos editorias da Mythos na
área das edições Bonelli.
Adoptando o
formato original italiano – que, sim, faz bastante diferença – publicava em
cada número, em sistema rotativo, uma banda desenhada “padrão” dos heróis
Bonelli que a editora então editava – Tex, Zagor, Nick Raider, Dylan Dog,
Mister No, Martin Mystère – bem como histórias curtas de cada um dos outros.
A falta de
vendas levou a que o sexto e último número fosse reduzido para o habitual
“formatinho”, para não ficar por editar…
Os textos
de apoio deste Almanque Tex #44 – bem como as imagens que ilustram este texto –
foram retirados dessas edições.
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