René Goscinny (argumento)
Morris (desenho)
ASA/Público
Portugal, 1 de Maio de 2013
215 x 285 mm, 48 p., cor,
brochado com badanas
4,95 €
Uma das coisas que surpreende nesta colecção que a Asa e o Público dedicaram a Lucky Luke, é o facto de os álbuns terem
entre 45 e 60 anos (!) e, apesar disso, manterem (quase todos) uma frescura e
um humor a toda a prova, como se o tempo não tivesse passado sobre eles.
Se a contribuição de Goscinny, no argumento, é fundamental
para isto, será injusto ignorar ou menosprezar o trabalho gráfico de Morris,
cujo traço muito legível, dinâmico, ágil e expressivo foi sempre uma mais-valia
na série que, recorde-se ele criou a solo.
“A Escolta” recupera Billy The Kid – uma notável caricatura
de um dos bandidos mais famosos do Velho Oeste – 13 anos depois da sua estreia
no álbum com o seu nome - pois Lucky Luke tem que o levar da prisão, onde cumpre uma pena de 1247 anos
de trabalhos forçados, a um estado vizinho para ser julgado por outros crimes.
A alfinetada mordaz ao complexo – e por vezes incongruente -
sistema judicial norte-americano – de que o final é a cereja no topo do bolo –
é um dos aspectos maiores desta divertida história, em que também se destacam
os retratos das sucessivas cidades que o duo atravessa na sua viagem.
A recuperação do terror que Billy the Kid inspira nos locais
do Texas que já tinha assolado – em delicioso contraste com a forma como é
tratado no Novo México onde vai ser agora julgado – a inépcia total de Bert
Malloy a quem Billy alicia para o tentar libertar, a fleuma de Lucky Luke – no rodeo,
na viagem, em tribunal, nas situações perigosas… - e os pequenos apontamentos com
os Dalton e Rantanplan, pouco mais do que meros figurantes neste álbum, são
mais razões que justificam a leitura de mais um clássico de Lucky Luke e da BD
franco-belga.
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