Começa hoje – agora a sério – a nova colecção de banda
desenhada do Público, integralmente preenchida com a série XIII.
Depois do tiro no pé que constituiu o arranque com o volume
11, o díptico O Dia do Sol Negro/Para onde
vai o índio, apresenta já em (quase) todo o seu esplendor, um dos melhores
thrillers já narrados aos quadradinhos.
Tudo começa junto ao mar, quando Abe e Sally, um casal de
reformados, encontra um homem quase afogado, às portas da morte e com um ferimento
de bala.
Com o auxílio de Martha, uma médica a quem foi retirada a
carteira profissional, e transferindo para ele o afecto pelo filho que em tempos
perderam, conseguem que ele recupere. Ou quase, porque a bala que o atingiu
privou-o das suas memórias pessoais, ficando apenas com aquilo que geralmente
se chama memória colectiva, onde estão incluídos os conhecimentos quotidianos e
os reflexos.
Ao fim de uma tranquila dezena de pranchas introdutórias, a
visita de assassinos contratados para o eliminar constitui a primeira nota de
acção e violência, método narrativo que se tornará uma constante ao longo da
série e introduzirá recorrentes momentos de suspense.
Narrada num crescendo, onde cada cena calma mais não é do
que a bonança que antecipa a tempestade, começa aqui a saga de XIII, em busca de
quem é e do seu passado.
Alan Smith, Jack Shelton, Steve Rowland, serão as primeiras identidades
de um homem que é uma engrenagem de uma conspiração que desconhece, perseguido
pela justiça – por ter assassinado (?) o presidente norte-americano - e por
assassinos profissionais – que desejam apagar a sua pista definitivamente - com
cada avanço a revelar-se rapidamente se não um recuo, pelo menos um beco sem
(aparente) saída.
Bem narrada e estruturada, com as situações impossíveis a
sucederem-se a um ritmo louco, esta banda desenhada, que se apropria dos grandes
momentos da história recente dos Estados Unidos – a começar pela evidente
analogia com o assassinato de Keneddy que serve de mote aos primeiros tomos – tem
tudo para cativar o leitor e arrastá-lo numa imensa e estimulante aventura.
Que, agora, os portugueses podem ler em poucas semanas,
quando originalmente demorou cerca de 25 anos a completar…
XIII #1
O Dia do Sol Negro/Para onde vai o índio
Jean Van Hamme
(argumento)
William Vance
(desenho)
Público/ASA
Portugal, 10 de
Dezembro de 2014
220 x 290 mm, 96 p., cor, brochado com badanas
7,90 €
Ainda não tive oportunidade de ler, mas já comprei. À primeira vista, não gostei muito das cores deste volume. Comparadas às cores da edições da Meribérica, pareceram-me demasiado fortes, berrantes.
ResponderEliminarMas admito que seja uma questão de gosto.
Como não li, não sei se a tradução e balonagem são as mesmas ou não.
Mas, apesar da questão das cores, esta para mim é uma coleção obrigatória.