O Árabe do Futuro? Really? Um livro feito de clichés e de preconceitos, que evita temas mais complexos por trás duma espécie de invenção de um "olhar inocente" do autor como criança, e quase, diria, racista? Lê-se bem, mas daí a dizer que é um dos melhores... Yikes...
Tenho de ler o Talco de Vidro, a ver se é assim tão bom como dizes.
Olá Pedro, Também estranho um pouco a inclusão do Árabe na tua lista e deixa-me juntar que custou-me bastante ler o livro e que só o acabei por compulsividade crónica no que toca à BD. À parte da visão colonialista com que o autor define a ruptura com as suas raízes, também esteticamente o Sattouf apresenta-se, parece-me, um pouco rasteiro. Embora conceda que talvez eu não esteja suficientemente apetrechado para avaliar em profundidade o talento gráfico exibido no Árabe, em muitos momentos duvidei da qualidade técnica dos desenhos, da excessiva preocupação com as sombras que por vezes parecem sugerir que o Árabe do "Futuro" vive num planeta que gira em torno de múltiplos sóis "à la Star Wars", sendo que o traço retro e a cor parecem querer reproduzir algum tipo de maus gráficos de jogos de computador que joguei nos anos 80. Já agora, poder-se-ia dizer o mesmo do PYongYang sendo obras comparáveis na temática? Pelo menos não relativamente a esta última questão da qualidade técnica, o domínio do meio é incomparável, mas também a identificação do narrador participante como elemento diegético estranho ao lugar não suscita dúvidas aos leitores. Mas não escrevi para criticar as tuas escolhas, que partilho absolutamente com essa única excepção. Aproveito para me juntar a todos os que elegeram a colecção das "Novelas Gráficas" no apelo sublimado que demonstra a votação esmagadora ao desafio que lançaste e que tão somente significa que todos nos estamos a perguntar para quando é que terás revelações sobre a próxima? Será que vamos acabar o ano sem uma previsão para o que nos traz o próximo? Ora aí está uma tradição que importava manter :-). Obrigado e bom 2016! Abraço, José Sá
É a diferença de gostos que (também) permite e justifica a diversidade editorial a que assistimos este ano... ;) Gostei bastante do Árabe para o incluir aqui, tal como justifiquei quando escrevi sobre ele, o mesmo acontecendo em relação ao Pyongyang. Quanto ao Talco de Vidro, é uma das obras que mais me impressionou e surpreendeu este ano, até porque não tinha referências sobre ele, apesar de ter gostado de livros anteriores do Quintanilha. Acho-o extremamente original e forte e está de certeza no meu top 3 de 2015, todos os géneros e edições misturadas...
O desenho do Árabe é tão fraco que não consegui tê-lo nas mãos mais que alguns segundos... De resto boas escolhas, com exceção do pyongyang, tb pelo desenho muito fraco... Estamos a falar de BD, e não de literatura. Uma arte fraca simplesmente desqualifica o livro como BD.
O Árabe do Futuro? Really? Um livro feito de clichés e de preconceitos, que evita temas mais complexos por trás duma espécie de invenção de um "olhar inocente" do autor como criança, e quase, diria, racista? Lê-se bem, mas daí a dizer que é um dos melhores... Yikes...
ResponderEliminarTenho de ler o Talco de Vidro, a ver se é assim tão bom como dizes.
Olá Pedro,
ResponderEliminarTambém estranho um pouco a inclusão do Árabe na tua lista e deixa-me juntar que custou-me bastante ler o livro e que só o acabei por compulsividade crónica no que toca à BD. À parte da visão colonialista com que o autor define a ruptura com as suas raízes, também esteticamente o Sattouf apresenta-se, parece-me, um pouco rasteiro. Embora conceda que talvez eu não esteja suficientemente apetrechado para avaliar em profundidade o talento gráfico exibido no Árabe, em muitos momentos duvidei da qualidade técnica dos desenhos, da excessiva preocupação com as sombras que por vezes parecem sugerir que o Árabe do "Futuro" vive num planeta que gira em torno de múltiplos sóis "à la Star Wars", sendo que o traço retro e a cor parecem querer reproduzir algum tipo de maus gráficos de jogos de computador que joguei nos anos 80. Já agora, poder-se-ia dizer o mesmo do PYongYang sendo obras comparáveis na temática? Pelo menos não relativamente a esta última questão da qualidade técnica, o domínio do meio é incomparável, mas também a identificação do narrador participante como elemento diegético estranho ao lugar não suscita dúvidas aos leitores.
Mas não escrevi para criticar as tuas escolhas, que partilho absolutamente com essa única excepção.
Aproveito para me juntar a todos os que elegeram a colecção das "Novelas Gráficas" no apelo sublimado que demonstra a votação esmagadora ao desafio que lançaste e que tão somente significa que todos nos estamos a perguntar para quando é que terás revelações sobre a próxima? Será que vamos acabar o ano sem uma previsão para o que nos traz o próximo? Ora aí está uma tradição que importava manter :-).
Obrigado e bom 2016!
Abraço,
José Sá
É a diferença de gostos que (também) permite e justifica a diversidade editorial a que assistimos este ano... ;)
EliminarGostei bastante do Árabe para o incluir aqui, tal como justifiquei quando escrevi sobre ele, o mesmo acontecendo em relação ao Pyongyang.
Quanto ao Talco de Vidro, é uma das obras que mais me impressionou e surpreendeu este ano, até porque não tinha referências sobre ele, apesar de ter gostado de livros anteriores do Quintanilha. Acho-o extremamente original e forte e está de certeza no meu top 3 de 2015, todos os géneros e edições misturadas...
Boas leituras... em 2016!
Eu gostei do arabe do futuro. Pode ser tudo o ja foi mencionado mas e daqueles livros que não consegui parar de ler até ao final.
ResponderEliminarO desenho do Árabe é tão fraco que não consegui tê-lo nas mãos mais que alguns segundos...
ResponderEliminarDe resto boas escolhas, com exceção do pyongyang, tb pelo desenho muito fraco...
Estamos a falar de BD, e não de literatura. Uma arte fraca simplesmente desqualifica o livro como BD.