“O ano é 1602. À medida que a Era Isabelina se aproxima do
fim, a Inglaterra é abalada por tempestades inexplicáveis e boatos de poderosos
seres inumanos que observam a Terra. Por toda a Europa, heróis e vilões
estranhamente familiares, incluindo Nick Fury, Homem-Aranha, X-Men e Doutor
Destino, são arrastados para um tortuoso plano de traição e perfídia. Um plano
que pode muito bem significar o fim do seu mundo.”
Quando foi anunciado que o Neil Gaiman ia escrever uma
mini-série para a Marvel, os fãs ficaram loucos, a tentarem adivinhar o que ele
iria escrever. Quem conhece a obra de Gaiman, sabe que os romances e a banda
desenhada dele são frequentemente uma mistura inteligente de contos de fadas e
mitologia, adicionados a personagens enigmáticas e pós-modernas, tudo somado a
uma influência nitidamente gótica. Por esse motivo, muitos imaginariam que ele
iria virar-se para as personagens sobrenaturais da Marvel - Doutor Estranho,
Motoqueiro Fantasma, etc... Outros, no entanto, argumentaram que um dos
primeiros trabalhos do autor na banda desenhada foi o revolucionário Miracleman,
pelo que não seria de todo impossível que ele tivesse em vista super-heróis
mais tradicionais.
Em vez disso, ele criou uma série que ninguém poderia ter
antecipado, mesmo nos sonhos mais mirabolantes - uma narrativa singular, que só
podia ter saído da mente fértil de Neil Gaiman: Marvel: 1602. A premissa parece
bizarra, no mínimo. Reinventar o Universo Marvel e os seus principais
protagonistas, como se tivessem existido no tempo da rainha Isabel I de
Inglaterra. O que não terá pensado a redacção da Marvel quando leu a proposta
pela primeira vez. Por sorte, o editor-chefe, Joe Quesada, teve o bom senso de
confiar no instinto do escritor e deixou-o levar a ideia avante.
E, claro, o projecto teve um êxito enorme. O primeiro (dos
oito) números da mini-série foi a revista de banda desenhada mais vendida nos
EUA do mês em que foi lançada (Agosto de 2003) e foi distinguida com o Diamond
Distributors Gem Award, como "Comic do Ano".
Neil Gaiman acrescenta que estava a começar a planear a sua
série, quando ocorreram os ataques às torres Gémeas em Nova Iorque, no 11 de
Setembro. E decidiu logo ali que não iria escrever nenhuma típica histórias de
super-heróis, com lutas em cidades, prédios destruídos, e assim por diante.
“Existem sítios mágicos no mundo em que sentimos que o passado está mesmo perto
de nós, quase à distância de lhe tocar. Veneza é um desses sítios, e foi numa
viagem a Veneza que a ideia para 1602 me veio muito de repente. Voltei de lá a
saber exatamente a história que queria escrever.” Em termos artísticos, o
desenhador Andy Kubert voltou à técnica que tão bem lhe tinha resultado em Wolverine:
Origem, de desenhar a história com lápis, sem arte-final, mas acentuando o
grafismo do traço, e foi o mesmo colorista, Richard Isanove, que aplicou as
cores digitais directamente sobre esses lápis. O resultado é espantoso de
clareza e beleza numa banda desenhada.
Os lucros da série foram usados por Gaiman e pela Marvel na
sua longa luta legal para reconquistar os direitos de Miracleman, algo que
finalmente aconteceu alguns anos mais tarde.
Colecção oficial de
Graphic Novels Marvel
Volume 28: MARVEL 1602
Argumento de NEIL
GAIMAN e arte de ANDY KUBERT.
Este volume reúne as
edições 1 a 8 de The Marvel 1602
224 p., 12,90 €
(texto e imagens disponibilizados pela editora; clicar nelas
para as aproveitar em toda a sua extensão)
Material hiper-subestimado do GAIman.
ResponderEliminarTendo em conta os teus comentarios anteriores em outros posts de obras do Gaiman, acho que não sabes o significado de ''subestimado'' :)
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