31/07/2019

Foi assim: Julho 2019

Um comentário crítico a um mês aos quadradinhos

Reedições. Beja outra vez. Príncipe Valente: e agora? Portugal na rota dos prémios. Sugestões de compras. Mais vistas. E ainda…

Reedições

Num mercado 'a sério' é normal que haja reedições ou novas edições de obras que podem ter sido lançadas há mais ou menos tempo. É nessa óptica que faz sentido reencontrar nas livrarias As Célticas ou As Etiópicas (Arte de Autor), Tintin e a Lua (ASA), Joker (Levoir), A Conspiração (Gradiva) ou Sintra (Escorpião Azul) - com todas as diferenças evidentes entre estas obras e as razões que presidiram ào seu relançamento, sendo que a principal será sempre o terem esgotado a edição anerior...
Nessa óptica, não se comprendem tantas críticas - ou pelo menos a maioria delas - levantadas ao regresso das obras às livrarias nacionais. Ou, talvez se compreendam em parte, porque ainda há quem não perceba que em 2019 a banda desenhada editada em Portugal não é toda para um mesmo e reduzido núcleo de compradores.

Beja outra vez
É sempre bom voltar a Beja, ao seu Festival de BD - e como tenho eu, infelizmente, falhado este propósito...
Porque é assim, esta nota que já deveria ter entrado no mês passado, só agora vê a luz do dia e é para - mais uma vez - dar os parabéns ao Paulo e à Susa Monteiro e à equipa que com eles põe de pé o melhor festival de BD português que, este ano, para além de todos os muitos ecos positivos expressos através das redes sociais, conseguiu bater o seu recorde de visitantes: 9923, segundo os números oficiais.
Poucos, muito poucos, mesmo assim, para a qualidade da oferta, mas ser fora de Lisboa ou Porto, infelizmente continua a pesar muito.

Príncipe Valente: e agora?
E, de repente, sem que nada o fizesse prever, ao fim de uma dezena de edições, eis que a edição do Príncipe Valente pela Planeta DeAgostini decide esquecer a sequência cronológica e passar a publicar os volumes - que são anuais - de forma (quase) aleatória.
Numa série que apresenta uma continuidade narrativa absoluta, com as diferentes aventuras e interlúdios a encadearem-se umas nas outras, este infeliz truque comercial, que penaliza os leitores fiéis, poderá ser mais prejudicial do que benéfico para a editora.
E já agora, que estou a ‘bater no ceguinho’, faz sentido que numa obra graficamente tão vasta e rica, surjam duas capas seguidas tão semelhantes, como aconteceu nos volumes de 1944 e 1945?

Portugal na rota dos prémios
O que há de comum entre Black Hammer, Gideon Falls, Os Meus Heróis Foram Sempre Drogados e Roughneck? Ou entre Jeff Lemire, Andrea Sorrentino, Dustin Nguyen e Matt Wilson?
A resposta é simples: todas aquelas obras e todos aqueles autores foram distinguidos com Prémios Eisner este ano e todos eles estão ou vão ser editados muito em breve em Portugal.
Nunca nada do género tinha acontecido no nosso país, onde raramente chegavam as obras distinguidas com os grandes prémios internacionais de BD, por isso estão de parabéns a G. Floy, especialmente, e a Levoir, pelas propostas editoriais feitas.
E também os leitores portugueses por poderem aceder ao melhor que é editado em BD, neste caso nos Estados Unidos.

Sugestões de compras do mês: 96,60
(sugestão de edições portuguesas ou distribuídas comercialmente em Portugal, ordenadas alfabeticamente, recentes, preferencialmente editadas no mês corrente)

A febre de Urbicanda, de Peeters e Schuiten (Levoir; 10,90 €)
Criminal Livro Um, de Brubaker e Philips (G. Floy; 25,00 €)
Frango com Ameixas, de Marjane Satrapi (Levoir; 10,90 €)
Get Jiro! - Todos querem apanhar o Jiro!, de Bourdain, Rose e Foss (Levoir; 13,90 €)
Renascidos, de Millar e Capullo (G. Flou; 16,00 €)
Tintin e a Lua, de Hergé (ASA; 19,90 €)

As mais vistas em As Leituras do Pedro
(só são consideradas as entradas de produção própria)

E ainda
+ A colecção Novela Gráfica 2019, outra vez. Para além dos 13 livros propostos, são já duas as sessões de lançamento organizadas: para o livro de Paco Roca e para a biografia de Federico Garcia Lorca. O que dá maior destaque à colecção e à BD. Parabéns à Levoir e ao Público.
+ A presença de Jorge Coelho como um dos autores convidados do festival de BD Viñetasdesde o Atlântico, que se realiza na Corunha entre 5 e 11 de Agosto.

(clicar nas imagens para as apreciar em toda a sua extensão; clicar nos textos de cor diferente para saber mais sobre os temas destacados)

3 comentários:

  1. A reedição do Joker (Levoir) foi criticada porque aqui faz mais falta uma historia inédita que a reedição,
    Mas eu gostaria de uma reedição de Kingdom Come ate cai bem agora que a cw vai utilizar esse Superman na Sua Crise nas Infinitas Terras.

    Quanto ao Joker eu acho esta historia bem mais Marcante:

    http://statics.livrariacultura.net.br/products/capas_lg/751/2968751.jpg

    https://d1466nnw0ex81e.cloudfront.net/n_iv/600/733323.jpg

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  2. O Kingdom Come merecia uma melhor edição sim, tenho a edição portuguesa em 4 volumes mas não gosto lá muito da legendagem e há um problema qualquer com as cores, pode ser da impressão.

    Já merecia uma edição em um só volume, acredito que iria haver muitos compradores.

    ResponderEliminar
  3. O Kingdom Come merecia uma melhor edição sim, tenho a edição portuguesa em 4 volumes mas não gosto lá muito da legendagem e há um problema qualquer com as cores, pode ser da impressão.

    Já merecia uma edição em um só volume, acredito que iria haver muitos compradores.

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