Uma
das imagens de marca das edições
Bonelli é a forma consistente como
abordam os mais diferentes géneros - sejam eles o tradicional
western, com Tex à cabeça, ou, no caso presente, a espada e
feitiçaria.
Consistência
que assenta em relatos credíveis e bons
desenhadores que garantem
uma qualidade média invejável, mesmo em séries de longo curso que
passam - mensalmente! - por diferentes mãos.
A
aposta - em anos recentes - em edições de maior qualidade - melhor
papel, maior formato, a cores e capa dura - têm permitido a sua
descoberta por leitores
- supostamente…
- mais exigentes, a quem as edições populares tradicionais da
Bonelli não enchiam as medidas.
Como
é o caso desta terceira incursão da
Panini espanhola no universo de
Dragonero, mais uma
bela edição, em
que a narrativa que lhe dá título é complementada com uma outra
mais curta passada na adolescência do protagonista e por um dossier
que documenta o leitor sobre o universo da série.
Em
Dragonero,
há sinais claros do que (pode)
conquista(r) a atenção de boa parte
dos seus leitores: o género espada e feitiçaria, sempre
popular, bem explorado num universo
ficcional novo e ainda em expansão; a
introdução de personagens - amigos e vilões, e entre
eles belas mulheres! - que permitem incursões no passado dos
protagonistas; uma dupla de heróis,
estereotipada, é verdade, mas
apropriada ao género - Ian, o humano,
másculo e inteligente, e Gmor, o ogre, forte, desastrado e colérico
- que ajudam a dosear a acção e o suspense com interlúdios mais
ligeiros; outras personagens interessantes como o sábio/mago Alben
ou Myra, irmã cientista de Ian…
Que
desta vez se encontram fora da sua zona de conforto, longe dos
grandes espaços abertos, uma vez que toda a acção decorre num
espaço (quase) fechado, um castelo em Vàhlendart, a capital do
império, onde selvagens e animais, com tanto de espantoso quanto de
perigoso, são substituídos pelas não menos mortais intrigas da
corte e as lutas internas - ou não…
- pelo poder.
A
escolha de aliados e inimigos, a descoberta dos segredos que o
próprio edifício encerra, alguns imprevistos, doses equilibradas de
suspense, drama, acção, mistério e magia, são o mote de uma
aventura que arranca com um atentado contra o príncipe herdeiro, cuja origem Ian terá de enfrentar e impedir, desta vez sem Gmor, marginalizado
pelos preconceitos que - então como agora, no nosso mundo real como
no mundo ficcional de Erondar - têm lugar e fazem mossa.
O
que não a torna menos estimulante ou
capaz de prender o leitor, mesmo quando, como é o meu caso, a espada
e feitiçaria está longe de ser o meu género de eleição.
Dragonero:
Amenaza al Imperio
Luca
Enoch (argumento)
Giancarlo
Olivares (desenho)
Panini
Espanha,
27
de Junho
de 2019
195
x 259
mm, 208
p., cor,
capa dura
ISBN:
9788491679844
19,00
€
(imagens
disponibilizadas pela editora; clicar nelas para as aproveitar em
toda a sua extensão)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarObrigado Pedro por nos apresentar mais um título incrível da editora Bonelli.
EliminarLi apenas uma edição do Dragonero "a primeira missão" e fiquei curioso. Contudo a Levoir não me parece disposta a publicar mais títulos... Uma pena :(Parece que a colecção Bonelli não teve sucesso.
Felizmente a outras editora dispostas a publicar alguns títulos, mas sendo apenas Tex e Dylan Dog.
Do meu lado apaixonei-me por Dampyr. Comprei na altura as 12 primeiras edições lançados pela editora Mythos e desde ai que tento acompanhar este maravilhoso personagem. Gostei do livro Dampyr - Aventuras em Portugal, mas teria preferido que lançassem os primeiros livros, pois existe uma mytologia e construção de uma história muito maior, bem como alguns personagens coadjuvantes que não foi possível verificar nesta obra lançada pela Levoir. Posso comparar a edição como sendo um filler, uma história separada do universo verdadeiro do Dampyr.
Espero que um dia O Pedro nos possa Brindar com uma excelente análise deste e outros personagens da Bonelli.
Cumprimentos
Olá Jony,
EliminarO catálogo Bonelli tem na verdade muito por onde escolher, de acordo com as preferências de cada um e, mesmo sem a colecção da Levoir ter sido um sucesso, acredito que iremos ter algumas edições desse catálogo, naturalmente com predominância de Tex e Dylan Dog, mas não só...
Também tenho as 12 edições da Mythos do Dampyr. No Brasil, a Editora 85 está a lançar novas histórias, em volumes... quádruplos!
Boas leituras!