Compilando apenas as tiras diárias - as pranchas dominicais seriam difíceis de 'encaixar' nesta configuração - a actual colecção da Nuvem de Letras apresenta-as numa grelha de 2x2 vinhetas por página, num formato 'livro', proporcionando assim uma leitura mais intuitiva no caso das que têm continuidade - e são muitas as sequências desse género.
Comecemos por fazer o ponto da situação. O protagonista (Big) Nate Wright é um (eterno) adolescente de 11 anos e inicialmente o ponto central da séria era a família, mas Peirce ao fim de pouco tempo optou por o deslocar para a escola e desde então a vida (aos quadradinhos) de Nate gira em torno dos colegas, em que se destacam Francis Pope, o cérebro da turma, e Teddy Ortiz, que adora aborrecer Nate, e dos professores Rosa e Godfrey, sendo a galeria de personagens secundários mais vasta.
Com um protagonista algo desleixado e pouco dado a trabalhar, que gosta de desenhar BD, comer aperitivos de queijo e tem um talento nato para o xadrez, tanto quanto detesta desporto ou estudar, a tira aborda recorrentemente as inevitáveis piadas em torno da ausência dos trabalhos de casa, notas menos conseguidas, partidas inenarráveis, castigos e as picardias entre alunos, havendo também algum espaço para a família ou temáticas próximas dos leitores como Harry Potter ou os videojogos.
Com uma linguagem simples e directa, próxima do ‘linguarejar adolescente contemporâneo’, e um sentido de humor linear, mas que diverte e dispõe bem, Big Nate tem tudo para agradar àquela faixa etária - para quem será quase um retrato concreto ou sonhado do seu quotidiano e, numa época em que não abundam as ofertas para o seu segmento etário, pode bem funcionar como porta de entrada na BD.
Big
Nate e companhia
Lincoln
Peirce
Nuvem
de Letras
Portugal,
Setembro
de 2020
151
x 203 mm, 176
p., cor, capa mole
com badanas
13,90
€
(imagens disponibilizadas pela editora; clicar nelas para as aproveitar em toda a sua extensão)
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