Paulo J. Mendes: “Considerando que o meu prazer em fazer BD também passa pela possibilidade de criar histórias e respectivos mundos, este prémio acaba por ter um valor acrescentado.”

Paulo J. Mendes, foi distinguido com o Prémio Jorge Magalhães de Argumento para Banda Desenhada, referente ao ano editorial de 2022, pela sua obra Elviro [que As Leituras do Pedro aconselham vivamente], editada pela Escorpião Azul.

A notícia completa pode ser lida seguindo esta ligação e, abaixo, podem ler a versão integral da entrevista que esteve na base daquele texto.

As Leituras do Pedro - Como apresentas o teu livro, "Elviro", a um possível leitor?

Paulo Jorge - Caro potencial leitor, tens aqui um divertimento que nasceu nos tempos cinzentos da pandemia, no qual celebro os dias soalheiros do Verão em época já remota, com um leve toque picante, mas que é também uma homenagem aos velhos e pitorescos transportes públicos desse tempo e respectivos entusiastas que os registaram para a posteridade.

As Leituras do Pedro - Depois do troféu para Melhor Álbum Nacional no Amadora BD, o que significa mais esta distinção?

Paulo Jorge - Para alguém que nunca está satisfeito e questiona permanentemente o próprio trabalho, estas distinções, assim como o apreço que muitos leitores me fazem chegar, são sempre algo de gratificante e um sinal de que provavelmente até vamos fazendo qualquer coisa de jeito.

As Leituras do Pedro - Ser um prémio para argumento é importante?

Paulo Jorge - Sem dúvida! Uma boa história aguenta-se bem com um desenho menos bom, mas o oposto já não é possível, o que diz muito da importância do argumento. Considerando que o meu prazer em fazer BD também passa pela possibilidade de criar histórias e respectivos mundos, este prémio acaba por ter um valor acrescentado.

As Leituras do Pedro - Isto faz com que te arrependas por teres estado tantos anos afastado da BD?

Paulo Jorge - O meu regresso à BD após um afastamento de décadas resulta de uma sucessão de acontecimentos muito específicos, o que me leva a crer que era assim que as coisas estavam destinadas a ser. Perante isto, e deitando mão ao velho chavão “mais vale tarde do que nunca”, o tempo não é de pensar naquilo que poderia ter feito no passado, mas sim olhar para o que ainda temos pela frente com muita motivação.

As Leituras do Pedro - O que podes adiantar sobre o novo livro em que estás a trabalhar? Quando vamos poder lê-lo?

Paulo Jorge - Estou muito entusiasmado com este livro, cuja edição está prevista para o Outono do ano que vem. É extenso, com cerca de 250 pranchas que estão a sair a um ritmo que até a mim surpreende. Tenho estado completamente imerso nele como um eremita, não por causa de prazos mas por entusiástica vontade de avançar. Quanto à história, terá um humor aqui e ali mais ácido e negro, e começa com um personagem que é obrigado a revisitar o seu passado, desencadeando com isso uma caldeirada de peripécias de tal ordem que até eu tenho dificuldades para pôr em sinopse.

(versão integral da entrevista que esteve na origem do texto publicado na versão Online do Jornal de Notícias a 22 de Dezembro de 2023 e na versão em papel do dia seguinte; imagens disponibilizadas pela Escorpião Azul e foto disponibilizada por Paulo J. Mendes; clicar nelas para as aproveitar em toda a sua extensão; clicar nos textos a cor diferente para saber mais sobre os temas destacados)