Por detrás das aparências
Já com uma nova 'temporada' da colecção Novela Gráfica em curso, volto à anterior, a um dos títulos que - confesso - na altura deixei passar. Hesitei na altura, seduzido pelo estranho título mas, felizmente, ainda fui a tempo de corrigir essa decisão.
Sempre gostei e fui desafiado por títulos longos e enigmáticos e este não foge à regra. Com a escrita do veterano Eric Corbeyran, aqui em parceria com o sul-coreano Gwangjo, com um traço a lápis realista, delicado e diferente, Léa não se lembra como funciona o aspirador começa com a descoberta casual no lixo do diário de uma mulher que, recém-casada, aos poucos esquece como funcionam o aspirador, o frigoríficos a máquina do café e todos os outros eletrodomésticos da sua casa, para desespero do seu marido. Quem faz a descoberta é um escritor, vizinho deles, em crise de inspiração, que decide recontar aquela história conseguindo assim um best-seller.
E se podem pensar que me estiquei excessivamente, adianto que isto é apenas a primeira parte do livro. Na segunda, o escritor decide procurar Léa para saber como evoluiu a sua situação e, aos poucos, a história muda, transforma-se, e ficcionalmente com base real ou na realidade da ficção, vamos descobrir uma outra verdade por detrás da história verdadeira daquela mulher. Através da escrita de um novo livro ou apenas na imaginação do autor? A verdade é que nos vai revelar uma realidade bem mais sórdida que, infelizmente, faz parte do dia a dia de muitas pessoas, geralmente escondida por detrás das aparências e é objecto dos mais invulgares pedidos de socorro...
Léa
não se lembra como funciona o aspirador
Eric
Corbeyran (argumento)
Gwanjo
(desenho)
Prefácio
de Helena Ferro de Gouveia
Levoir/Público
Portugal,
Outubro de 2023
170
x 240 mm, 136 p., pb, capa dura
17,90
€
(imagens disponibilizadas pela Levoir; clicar nesta ligação para ver mais pranchas ou nas aqui reproduzidas para as aproveitar em toda a sua extensão; clicar nos textos a cor diferente para saber mais sobre os temas destacados)
Curiosamente também o li há pouco tempo e gostei bastante, surpreendeu-me pela volta que a história dá a meio e no final, apesar de tocar num tema pesado que infelizmente assola muitas vidas. o traço do desenhador também está muito bom.
ResponderEliminarSim, a história dá umas voltas inesperadas e o desenho é muito interessante.
EliminarFelizmente pudemos corrigir a hesitação inicial.
Boas leituras!