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15/08/2017
Elogio da continuidade (II)
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15/06/2017
Tarzan: Muerte en Pal-Ul-Don
Lento mas seguro
De forma lenta – em relação aos que nós, leitores vorazes,
desejaríamos – mas regular e segura – assim desejamos nós, leitores fiéis – Manuel
Caldas continua a compilar por ordem cronológica as tiras diárias que Russ Manning
escreveu e desenhou para Tarzan.
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Tarzan
25/11/2016
Casey Ruggles, volumen 2
Algumas das grandes séries de western em BD podem ser
definidas por características específicas: a aventura a ritmo alucinantes em Blueberry, o tom humanista de Jerry Spring, o amor familiar e pela
natureza em Buddy Longway, a justiça
a todo o custo em Tex…
Isto não acontece com Casey Ruggles, o que está longe de ser
negativo.
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Casey Ruggles,
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Tufts
13/09/2016
Leitura Nova: A Lei da Selva
Manuel Caldas tem o orgulho de apresentar a reedição de um
dos maiores clássicos da banda desenhada portuguesa – originalmente publicado
em 1949 n’ “O Mosquito” – num volume brochado de 64 páginas, formato 23 x 32
cm.
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Leituras Novas,
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Raui Correia
29/02/2016
Príncipe Valiente: 1957-1960
Se há dias, quando
destaquei Tarzan, baseei a minha leitura na emoção, na do Príncipe Valente
é a razão que prevalece.
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Foster,
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Manuel Caldas,
Príncipe Valente
24/01/2016
Leitura Nova: Tarzan - Planchas Dominicales #2: Las Brumas de Opar
Leituras relacionadas
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Manuel Caldas,
Tarzan
10/06/2015
Tarzan: Tiras Diárias #2
A importância do Tarzan de Manning,
de uma forma geral, e, para mim, enquanto leitor de BD, de forma particular, já
foi mais de uma vez abordada neste blog.
Apesar disso, uma nova edição – a segunda na cronologia das
tiras diárias por ele escritas e desenhadas - restaurada e editada com a paixão
e o cuidado que são imagem de marca de Manuel Caldas, obrigam-me – com
redobrado prazer – a trazer aqui a melhor (?) versão existente das aventuras do
rei da selva.
Para não me repetir, fica uma breve abordagem centrada na
especificidade da narração no formato de tiras diárias de imprensa.
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Libri Impressi,
Manning,
Manuel Caldas,
Tarzan
18/05/2015
Leitura Nova: Principe Valiente, 1957-1958
Principe Valiente
1957-1958: El Honor
del Traidor
Harold R. Foster
(argumento e desenho)
Manuel Caldas (restauro)
La Imprenta
Uruguai, Abril de 2015
260 x 340 mm, 112 p.,
pb, brochado
680 pesos uruguaios /
25,00 €
Leituras relacionadas
Foster,
Manuel Caldas,
Príncipe Valente
14/05/2015
Casey Ruggles: El Comienzo
Admirador confesso de Warren Tufts - por razões gráficas e temáticas evidentes... - de quem já editou integralmente Lance, Manuel Caldas começa neste
volume a recuperar, com a mestria habitual, mais uma saga do velho oeste, que
tem como ponto de partida a grande corrida ao ouro de meados do século XVII.
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11/12/2014
Príncipe Valiente: El Aprendiz de Héroe
E por fim, sensivelmente 10 anos depois, Manuel Caldas chega
a meio do seu sonho.
Com o presente volume, já restaurou – minuciosa e
apaixonadamente – metade da obra-prima de Harold Rudolf Foster, Prince Vailant.
São, até agora, 1038 – das cerca de 2200 – pranchas que Foster
escreveu e desenhou. Serão, estimo eu, mais de 8000 vinhetas (muitas delas
magníficas), mais de 300 000 palavras (que compõem textos inspirados e
sedutores).
Representam - calculando por baixo? - umas 12 000 horas de
trabalho, 500 dias (completos) ou ano e meio ininterrupto debruçado em edições,
publicações, provas, cópias, scanners e ecrãs de computadores…
Representa, com custos (físicos? materiais?...) a
concretização - dura, obstinada, dedicada e laboriosa – do sonho que há anos
persegue.
Muitas vezes maltratado, desprezado, ignorado – à custa
disso, nós, portugueses, perdemos o comboio desta monumental reedição –
prossegue (positivamente) obstinado.
Obrigado caro Manuel Caldas. Vai ser um prazer e um sacrifício
aguardar mais 10 anos até que o teu sonho esteja integralmente cumprido.
Leituras relacionadas
Foster,
La Imprenta,
Manuel Caldas,
Príncipe Valente
12/11/2014
Tarzan: La Tierra perdida en el Tiempo
O reencontro com os minúsculos homens-formiga e com o
valente Jasper – que
preencheram muitos dos meus sonhos infanto-juvenis – por si só já valia a
leitura deste álbum.
Há muito mais – claro! - como não me tenho cansado de
repetir em relação a Russ Manning – o traço limpo e claro, a beleza plástica
das pranchas, a sensualidade das mulheres, a recriação dos mundos fantásticos
que Edgar Rice Burroughs imaginou para Tarzan, dos já citados homens-formiga
aos homens-fera de Opar… (como pode ser apreciado aqui) - e a Manuel Caldas – a qualidade das edições, o
primor das restaurações, as escolhas acertadas dos clássicos recuperados…
Prazer em duplicado para os olhos e o regresso à aventura
pura que encheu os meus – e os vossos – tempos infanto-juvenis e que pode também encher
os tempos actuais de todos nós.
Não percam a oportunidade de o (re)descobrir.
Tarzan - Planchas Dominicales #1
La Tierra perdida en el Tiempo
La Tierra perdida en el Tiempo
Russ Manning
Libri Impressi
Espanha, Setembro de 2014
230 x 315 mm, 64 p., pb, brochada
18,50 €
Encomendas directas ao editor, não têm custos de envio e beneficiam da
oferta da reprodução de um desenho de Manning.
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Libri Impressi,
Manning,
Manuel Caldas,
Tarzan
05/10/2014
Leitura Nova: Tarzan Dominicales #1
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Manning,
Manuel Caldas,
Tarzan
15/05/2014
Tarzan: Tiras Diárias #1
“… quando a magia e a fantasia andavam de mão dada com a
aventura”.
Esta frase, com que Rafael Marin conclui a introdução deste
livro, resume-o perfeitamente. Ou quase, pois falta-lhe dizer que nele, a arte
de Russ Manning, em Tarzan, foi restaurada como só Manuel Caldas sabe fazer.
Para comprovar já a seguir.
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Libri Impressi,
Manning,
Manuel Caldas,
Tarzan
27/03/2014
Príncipe Valente a.C./d.C.
O que separa estas duas imagens?
Pertencentes à mesma obra, poderiam ser
consideradas Príncipe Valente a.C. e d.C.. Ou, para melhor esclarecer, antes de
Caldas e depois de Caldas.
Desenvolvimento já a seguir.
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Foster,
La Imprenta,
Manuel Caldas,
Príncipe Valente
23/03/2014
Reeditar os clássicos da BD, na FNAC
No próximo dia 29 de Março, às 18 horas, a FNAC promove na
sua loja do Norte Shopping, em Matosinhos, uma conversa entre Pedro Cleto,
crítico e divulgador de banda desenhada, e Manuel Caldas, responsável pelo restauro
e a reedição cuidada de obras aos quadradinhos como o Príncipe Valente, Lance,
Cisco Kid, Krazy Kat ou Tarzan, ou de clássicos da literatura ilustrados por
Gustave Doré.
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FNAC,
Libri Impressi,
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Manuel Caldas
13/10/2013
Krazy Kat: 100 anos plenos de loucura
Krazy Kat, uma das mais estranhas e estimulantes obras da
história da banda desenhada estreou-se há um século, no The New York Journal.
Publicada entre 1931 e 1944, depois de aparições
intermitentes desde 1910 nas margens The
Digbat Family’s (outra BD do mesmo autor) atingiria o seu auge a partir de
1935, quando passou a dispor de página dominical colorida. Foi aí que, com
maior intensidade, brilhou a ‘loucura’ controlada do seu criador, Georges
Herriman (1880-1944) que, apoiado pelo magnata William Randolph Hearst, dono
dos jornais em que publicava e seu admirador confesso, deu largas ao seu peculiar
sentido de humor e à sua imaginação surrealista, transformando o cenário
desértico de Coconimno County, no Arizona, em que a acção decorria, numa paisagem
em constante mutação de vinheta para vinheta, com planaltos às bolinhas,
montanhas às riscas ou árvores a crescer em vasos…
Talvez por isso, Krazy Kat, no seu tempo, era lida com
admiração por Pablo Picasso, E.E. Cummings, Jack Kerouak ou pelo presidente
Woodrow Wilson, e hoje, 100 anos depois, continua a merecer a atenção e a
admiração dos que se atrevem a penetrar neste misterioso universo, que continua
surpreendentemente moderno e desafiador.
Universo, refira-se, centrado em apenas três personagens de
interacção limitada mas sempre renovada, com o segredo a consistir não no
desfecho de cada prancha, mas nos diversos momentos que a ele conduzem. Nesta
atípica banda desenhada, Krazy, a gata (ou será gato?) julga declaração de amor
os tijolos que o rato Ignatz constantemente lhe lança à cabeça por pura maldade,
acabando na prisão – mesmo quando não é culpado – por iniciativa do cumpridor
mas pouco inteligente guarda Pupp.
Para além da sua ínfima dimensão, o que também caracteriza
esta galeria de personagens, é a linguagem com que Herriman os dotou, espécie
de transcrição fonética de uma estranha mistura de inglês, francês, espanhol e
alguns dialectos norte-americanos, que resulta numa linguagem (quase) nova.
Para além de Krazy Kat, Herriman, que vendeu o primeiro
desenho aos 17 anos, desdobrou-se na criação de um sem número de tiras e
personagens, incluindo a já citada The
Digbat Family’s.
Publicada de forma breve no Diário de Lisboa, Krazy Kat teve
duas edições em português. Em 1991, os Livros Horizonte editaram dois dos
quatro volumes previstos da reedição integral das páginas publicadas entre 1935
e 1944. Mais recentemente, em 2009, a Libri Impressi, de Manuel Caldas, editou Krazy+Ignatz+Pupp – Uma Kolecção de Pranchasa Kores Kompletamente Restauradas, ainda disponível no
editor.
(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 13 de Outubro de 2013)
Leituras relacionadas
Efeméride,
Herriman,
Krazy Kat,
Manuel Caldas
26/04/2013
Príncipe Valiente 1951-1952
Los Hijos de Odin
Harold R. Foster (argumento e desenho)
Manuel Caldas (restauração)
La Imprenta
Uruguai, Março de 2013
260
x 340 mm, 112 p., pb, brochado
680
pesos uruguaios / 25,00 €
Há alturas em que a premência de escrever sobre
uma obra esbarra na inevitável - inevitável? - repetição, nomeadamente em
séries de longa duração.
Príncipe Valente, de Hal Foster é um desses
casos que, no entanto, não consigo deixar passar em branco, mesmo tendo já
destacado a (soberba) arte de Foster neste tomo.
Por isso, neste regresso à compilação das
pranchas dominicais dos anos de 1951 e 1952, para lá de realçar novamente a
pura delícia visual que estas imagens magnificamente restauradas por Manuel
Caldas constituem, não vou aprofundar – mais uma vez – a qualidade literária da
prosa de Foster, o surpreendente sentido de humor de que dá mostras, a
combinação entre a vivência familiar e a vida aventurosa ou a paixão pela
natureza expressa em tantas destas páginas.
Permito-me apenas – apenas? – destacar um dos
aspectos que permitiu que esta saga se estendesse ao longo de décadas com uma
qualidade inegável, sem perder qualidade nem entrar repetições: o invulgar
número de protagonistas que os diversos episódios compilados neste tomo
apresentam – para lá do óbvio Príncipe Valente, uma princesa apaixonada, o seu
filho pequeno Arn, o vicking Boltar, a futura esposa deste, Tilicum, Arf, o
aspirante a cavaleiro, feito cronista por lhe ter sido amputada uma perna… -
com o ganho inerente de diversidade narrativa que ajuda a compor e a dar
consistência ao (belíssimo!) conjunto.
Leituras relacionadas
Foster,
La Imprenta,
Manuel Caldas,
Príncipe Valente
30/03/2013
A arte de... Harold R. Foster
Restaurada por Manuel Caldas nesta (magnífica) edição:
Príncipe Valiente
1951-1952
Los Hijos de Odin
La Imprenta
Uruguai, Março de 2012
Pedidos aqui
Leituras relacionadas
A arte de...,
Foster,
Manuel Caldas,
Príncipe Valente
29/11/2012
El Rescate Emocional de un Clásico
‘Príncipe Valiente’, la obra
cumbre de
Hal Foster
Eduardo
Martínez-Pinna
Libri
Impressi
(Espanha, Novembro de 2012)
240
x 320 mm, 64 p., pb e cor, brochado com badanas
18,50 €
- Mais um livro sobre Foster e o seu Príncipe Valente? –
perguntarão alguns.
- Sim, porque “Prince Valiant – In The Days of King Arthur é
uma obra de maturidade realizada por um autor na sua plenitude artística…” – fundamenta(-se)
o autor, em jeito de introdução.
Para além disso, acrescenta, esta banda desenhada é “…uma
obra imortal que consegue vencer o inefável Cronos, o deus do tempo, que torna
velha qualquer manifestação artística” e representa “… a maturação de um
estilo, o final de um caminho e, em definitivo, uma forma de entender os
comics”.
E justifica-se ainda pela “técnica impecável” de Foster, por
ser “um dos grandes clássicos”, “um dos comics mais imitados de todos os
tempos” e por estar carregada “ de valores éticos universais”.
O autor, Martínez-Pinna, inicia o seu livro com uma
introdução biográfica sobre o Foster “pré-Príncipe Valente” ajudando-nos a
situar a sua obra nas suas origens, nos seus princípios, no seu percurso pessoal,
profissional e artístico, no seu tempo e no contexto dos quadradinhos (e das
outras artes) de então.
Depois, há um mergulho – saboroso e profundo – na obra-prima
de Foster, analisando as temáticas, o estilo, a evolução, o peso das
personagens secundárias – muitas vezes protagonistas por umas quantas páginas –,
apontando inspirações, homenagens e referências a diversos níveis, indicando
incongruências históricas (justificadas pelas necessidades ficcionais de um
relato aventuroso e humano), destacando a qualidade do traço de Foster, os seus
cavalos e o seu imenso respeito pela natureza, sublinhando a multiplicidade de
soluções narrativas, o peso e o protagonismo (incomum) das personagens
femininas, comentando a importância da religião e da magia na saga…
E, analogamente, como a obra de Foster foi continuada –
como, quando e por quem – e, numa óptica mais formal, outros formatos de
publicação, as adaptações literárias e cinematográficas, as melhores e piores
reproduções que dela foram feitas.
Tudo isto - e não é tudo - justifica “mais um livro sobre
Foster e o seu Príncipe Valente” e pede ao leitor a disponibilidade mental para
uma leitura ponderada e reflexiva, pois se o autor não cria nada de novo ou original,
nalguns casos ilumina a obra de Foster de modo diferente, fazendo-a brilhar sob
uma nova luz.
Para isso contribui também, decisivamente, a presença tutelar
da arte do autor nas páginas desta edição em que quase todas as imagens
utilizadas - restauradas com a paixão e o talento que se reconhecem a Manuel Caldas - reproduzem vinhetas do Príncipe Valente no seu tamanho original (ou
seja, sensivelmente o tamanho das páginas do livro!). O que facilmente provoca
no leitor o delírio de imaginar uma (utópica) edição do Príncipe Valente no (gigantesco)
tamanho das pranchas que Foster nos legou.
E a que a leitura deste livro indubitavelmente faz desejar voltar, para
recordar/descobrir/desfrutar tudo aquilo que ele evocou.
Leituras relacionadas
Foster,
Libri Impressi,
Manuel Caldas,
Príncipe Valente
03/05/2012
Ferd'nand: 75 anos sem abrir a boca
Os leitores
de O Comércio do Porto, recordam certamente Ferd’nand, um herói dos
quadradinhos que os acompanhou nas páginas daquele jornal durante décadas, e
que hoje completa 75 anos. Poucos saberiam, no entanto, que se tratava de uma
banda desenhada de origem dinamarquesa, tal como o seu autor, Henning Dahl
Mikkelsen (1915-1982), que assinava apenas Mik e que se manteve como seu autor
até falecer. A continuidade seria assegurada primeiro pelo seu assistente Al
Plastino (que assinava Al Mik) e depois por Henrik Rher (Rher Mik), que
mantiveram Ferd’nand nos jornais até 2004, fazendo dela a tira diária não
norte-americana de maior longevidade. Para além disso, Ferd’nand distinguiu-se
por ser completamente muda, baseando-se apenas no desenho para conseguir os
seus objectivos humorísticos (embora alguns jornais, em diferentes épocas, incluíssem
por baixo deles um texto “explicativo”).
O seu
protagonista era um perdedor nato de classe média, (quase) sempre de calças de
tweed, colete, casaco preto com grandes botões e um chapéu na cabeça, que, para
além de turista ocasional, pescador frustrado, desportista inábil e náufrago
frequente, assumiu todas as profissões imagináveis, sempre ao sabor das necessidades
humorísticas da tira, que privilegiavam o aproveitamento de situações
quotidianas universais e, por isso, facilmente identificáveis, e uma sátira
social leve e inócua.
Antes de se
concluir o primeiro ano, Ferd’nand conheceria aquela que três tiras mais tarde
(!) já era sua esposa - para seu desespero, claramente expresso - sendo o
núcleo familiar da tira aumentado de imediato com o nascimento de um bebé que
rapidamente cresceu alguns anos, tornando-se uma cópia perfeita do pai em
tamanho reduzido.
Baseada num
traço simples, de grande legibilidade, Ferd’nand rapidamente saltou dos jornais
dinamarqueses para outras paragens, até rebentar a II Guerra Mundial, durante a
qual foi proibido em toda a Europa dominada pelos nazis, pois estes assumiram o
seu bigode como uma caricatura de Hitler. Durante este período o seu criador
realizou duas curtas metragens também protagonizadas por ele.
Terminada a
guerra, Mikkelsen emigrou para os Estados Unidos, em 1946, onde casou e teve
quatro filhos, e onde o sucesso de Ferd’nand obrigou à criação de uma prancha
dominical colorida, a partir de 4 de Abril de 1948, a par das tiras diárias a
preto e branco, publicadas simultaneamente em dezenas de jornais, de cerca de vinte
países.
Para além
da publicação no Comércio do Porto, em Portugal estão disponíveis desde 2008
duas compilações cronológicas, editadas pela Libri Impressi de Manuel Caldas: “Surge…Ferd’nand – Tiras de 1937”
e “Ferd’nand retorna – Tiras de 1938”.
Leituras relacionadas
Efeméride,
Ferd'nand,
Libri Impressi,
Manuel Caldas
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