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25/12/2017

Uma história de Natal

De Franquin e Will, para ler online, no site Zona BéDé, clicando na imagem.

22/05/2015

Tif et Tondu: Le retour de Choc

Intégrale #10






Já trouxe várias vezes aqui, a As Leituras do Pedro, Tif e Tondu – sempre nas aconselháveis edições integrais tão em voga no mercado francófono… e não só – mas, na sua essência e no seu conceito, para mim nunca passou de uma (boa) série de entretenimento, em que mistério, policial, antecipação científica e humor se combinavam em doses variáveis, atenuadas por alguma ingenuidade própria da BD franco-belga dos anos 1960 e 1970.
Por isso, a leitura deste décimo volume integral foi para mim uma boa surpresa.

05/02/2015

Benoît Brisefer: Les Taxis Rouges











Criação de Peyo –o mesmo dos Schtroumpfs, sim – em 1960,  super-herói antes do tempo deles, sem mesmo se pensar tal, Benoît Brisefer – a quem a União Gráfica rebaptizou entre nós como Kim Kebranoz em 1962 - é um dos mais recentes heróis de BD franco-belga a chegar ao cinema.

18/10/2013

Tif et Tondu: Enquêtes Mystérieuses

Intégrale #8











Tillieux e Desberg (argfumento)
Will (desenho)
Dupuis
Bélgica, Setembro de 2010
220 x 300 mm, 156 p., cor, cartonado
20,50 €


Regresso regularmente aos integrais franco-belgas.
Pela qualidade editorial, pelos dossiers que abrem os volumes (no caso presente dedicado á entrada de Desberg para a equipa criativa), pela boa relação qualidade/preço, pelo regresso a heróis e/ou géneros que me marcaram há (alguns…) anos e aos quais volto de forma recorrente e com prazer.
Este oitavo tomo da Tif e Tondu, marcado pela entrada de Desberg como co-argumentista de Tillieux, mostra o duo de protagonistas em duas situações distintas.
Na primeira história – Aventure Birmaine – deslocados do seu ‘habitat’ natural – funcionam mais como espectadores do que como actores principais de uma história com leves contornos políticos, centrada na busca de um tesouro arqueológico numa antiga colónia francesa, por um grupo em que nem todos são quem parecem, como se descobre no final - trágico.
No relato seguinte – Le gouffre interdit, a pérola deste integral – apesar dos espaços (aparentemente) abertos em que decorrem, Tif e Tondu movem-se num cenário (quase) fechado, balizado por três ou quatro pontos de referência, com uma galeria de personagens curta mas bem trabalhada, em que o clima de mistério e suspense atinge níveis bastante interessantes.
Na base da história, consistente e engenhosamente pensada e desenvolvida por Tillieux e Desberg, está um assalto a um banco seguido da morte (?) dos ladrões na sequência de um acidente junto a uma ravina funda e inacessível, cujo acesso foi convenientemente interditado.
Finalmente, Les passe-montagnes leva-os em pleno Inverno para a alta montanha, onde descobrem uma secreta estância de luxo para milionários, onde terá lugar um rapto. Apesar da abordagem de duas temáticas então actuais – a importância do petróleo e o terrorismo asiático – e do ritmo mais vivo, a acção a rodos é de certa forma cortada por um tipo de humor que não assenta bem no espírito da série e acaba por desmotivar um pouco a leitura.
Leitura que, no seu conjunto, não é novidade, vale pelo tom nostálgico e pelo reencontro com dois clássicos infanto-juvenis que marcaram (e replicaram) a BD franco-belga (mais) tradicional de aventuras das décadas de 60 a 80.

30/12/2011

Tif et Tondu

#7 – Enquêtes à travers le monde
Les Intégrales Dupuis
Tillieux (argumento)
Will (desenho)
Dupuis (Bélgica, Setembro de 2007)
218 x 286 mm, 160 p., cor, cartonado, 19,95 €

Resumo
Sétimo tomo dos doze previstos da reedição integral temática de Tif e Tondu, reúne os álbuns “Sorti des Abîmes” (19º da série), “Le Scaphandrier mort” (21º) e “Tif et Tondu à New York” (23º), originalmente publicados na revista “Spirou” entre 1971 e 1974, bem como um dossier sobre os autores.

Desenvolvimento
Sei que recorrentemente tenho referido aqui os volumes integrais em que as editoras francófonas têm apostado fortemente nos últimos tempos e só não me declaro viciado neles porque esse seria um vício caro – não pelo preço em si de cada tomo, altamente tentador, mas pela grande quantidade de títulos actualmente disponíveis.
E a verdade é que, neste formato, com esta roupagem, devidamente enquadradas pelos dossiers que geralmente abrem o livro, até séries, não menores mas de nível médio, como Tif e Tondu, revelam novos focos de interesse.
No presente volume, destaco mais uma vez o dossier inicial que, apesar de relativamente curto em termos de texto (da autoria do conhecedor Didier Pasamonik), é profusamente ilustrado com diversos documentos (fotografias, originais, inéditos, capas de revistas, etc.) e aborda de forma bastante completa e atractiva o método de trabalho e as rotinas de Will e Tillieux, enquadrando o seu trabalho na sua época e no âmbito da banda desenhada francófona, contribuindo assim para traçar mais um capitulo da história das histórias aos quadradinhos franco-belgas.
Tematicamente – é essa a forma que esta colecção adoptou – temos mais três aventuras de Tif e Tondu que se distinguem por os encontramos longe do seu habitat natural – em Londres, numa ilha distante do Pacífico, em Nova Iorque – onde levam a cabo os habituais inquéritos, nos quais mistério, fantástico, acção, humor e ingenuidade se complementam para proporcionar uma leitura leve mas bem disposta a quem nela se embrenhar.
Acompanhados pela bela – mas nem sempre paciente e razoável – condessa Kiki, assumindo cada um na sua vez diferentes graus de protagonismo nas narrativas, vêem-se envolvidos – sempre de forma involuntária - numa caça a um monstro marinho à solta no Tamisa, na descoberta de um segredo – um tesouro? – perdido nas profundezas marinhas e numa caça a mafiosos provocada por uma troca de malas.
Das três aventuras propostas, destaco a primeira, pelo seu tom de mistério e fantástico que mantém o suspense – e o interesse dos leitores – ao longo de mais de metade das suas páginas, criado pela expectativa do que poderá causar o suposto monstro marinho à solta nas nevoentas docas londrinas.

A reter
- O formato em si. Pela estrutura, pela recuperação de clássicos, pela boa relação qualidade/preço.
- A nostalgia provocada pelo tom saudavelmente ingénuo da série.

Menos conseguido
- Sendo uma reedição organizada tematicamente, esta colecção separa álbuns com alguma continuação, o que não faz muito sentido…

04/02/2011

Tif et Tondu

#2 – Sur la piste du crime
Les Intégrales Dupuis
Tillieux (argumento)
Will (desenho)
Dupuis (Bélgica, Setembro de 2007)
218 x 286 mm, 160 p., cor, cartonado, 19,95 €

Resumo
Segundo tomo da reedição integral temática de Tif et Tondu, reúne os primeiros álbuns que tiveram argumento de Maurice Tillieux, “L’ombre sans Corps” (1968/69), “Contre le Cobra” (1969/1970) e “Le Roc Maudit” (1970/71), respectivamente os 16º, 17º e 18º da cronologia da série, e também a história curta “À 33 pas du mystère” (1970).

Desenvolvimento
Entre as histórias do primeiro integral e estas transcorreram cerca de 15 anos e mais 10 álbuns, mas a verdade é que a grande diferença entre umas e outras é a mudança de argumentista.
Depois de Rosy ter tutelado os dois heróis, Tondu, o barbudo, e Tif, o calvo, levando-os para aventuras de tom cada vez mais fantástico, resolveu abandonar a banda desenhada, sendo substituído na escrita das histórias por Tillieux, autor – entre muitos outros – do notável Gil Jourdan.
E a mudança fez-se notar de imediato, com os heróis a voltarem aos relatos de carácter policial, com um pouco de mistério à mistura. Dessa forma fez crescer de novo o interesse (e a qualidade da série), sendo as três narrativas agora reunidas, excelentes exemplos do melhor que a revista Spirou publicou na época.
Assim, “L’Ombre sans corps”, leva Tif e Tondu até Londres, numa visita ao seu amigo inspector Ficshusset, da Scotland Yard, acabando envolvidos na descoberta de um misterioso ser, invisível e de força sobre-humana, votado a vingar-se em nome de um bandido morto por Ficshusset. Embora a explicação do fenómeno seja algo ingénua – se encarada à luz dos nossos dias – a verdade é que Tillieux mantém o leitor cheio de curiosidade ao longo de quase toda a história, doseando bem a acção e o mistério envolvidos.
Quanto a “Contre le Cobra”, marca a estreia da bela condessa Amélie d’Yeu, aliás Kiki, que será depois presença recorrente, transformando num trio o duo de protagonistas. Nesta primeira aparição, ela é o motor da acção, enquanto possuidora de um castelo, aparentemente assombrado, para o qual convida Tif e Tondu. As coisas precipitam-se e quando os heróis acordam estão a centenas de quilómetros do castelo, dentro de um carro que acaba de mergulhar no mar. Nesta história, ao contrário da anterior, a acção tem predominância sobre o suspense, mas o conjunto está bem imaginado.
Finalmente, “Le Roc Maudit”, apesar da forma algo forçada como o episódio inicial é encaixado na explicação final, é um belo exemplo de um policial passado em local fechado, no caso um farol isolado no meio do mar, onde as mortes se sucedem. Mais uma vez, Tillieux vai semeando as pistas ao longo do relato, permitindo ao leitor descobri-las – e interpretá-las – ao mesmo tempo que os heróis de papel.
Uma palavra final para o trabalho gráfico de Will, numa linha clara de traço arredondado, com destaque para a concepção das pranchas pela legibilidade e dinamismo que apresentam.

A reter
- Mais uma bela edição integral.
- O dossier inicial, profusamente ilustrado, que se debruça em especial sobre o trabalho de Tillieux na série.
- A qualidade das três histórias longas apresentadas.

Menos conseguido
- A obrigação de esperar pelo final desta reedição temática, para poder fazer uma leitura cronológica da série e perceber melhor a sua evolução.

Curiosidades
- Este volume reúne duas das quatro aventuras de Tif e Tondu publicadas em Portugal: “Contra o Cobra”, publicada pela primeira vez em 1979 na revista “Spirou” (2ª série) e depois no “Jornal da BD” (1984); “O Rochedo Maldito”, que ficou incompleta no “Jacaré” (1974) e na “Spirou” (2ª série), sendo finalmente publicada na íntegra no “Jornal da BD”.
- Antes disso, Tif e Tondu tinham feito a sua estreia no “Cavaleiro Andante” #540, de 5 de Maio de 1962, com “A Bomba” (informação do site BDNostalgia que não consegui confirmar na prática), tendo também passado pela “Spirou” (1ª série) em “A Matéria Verde” (1971), depois também republicada no “Jornal da BD” (1985).

28/09/2010

Tif et Tondu

#1 – Le Diabolique M. Choc
Les Intégrales Dupuis
Rosy (argumento)
Will (desenho)
Dupuis (Bélgica, Março de 2007)
218 x 286 mm, 160 p., cor, cartonado


Resumo
Este é o primeiro tomo da republicação integral das aventuras de Tif e Tondu - que durante décadas foram um dos sustentáculos da revista belga “Spirou” - aqui agrupadas por temáticas.
Este volume inicial, para além de um dossier sobre a série e os seus criadores, inclui as histórias “La Main blanche”, “Le retour de Choc” e “Passez Muscade”, originalmente publicadas em 1955 e 1956, e respectivamente 4º, 5º e 6º álbuns da dupla.

Desenvolvimento
Sim, este é mais um (excelente) integral francófono presente na minha bedeteca, um tipo de edição cada vez mais vulgar nos catálogos de editoras como a Dupuis, a Dargaud ou a Lombard.
Neste caso, reúne três aventuras marcantes da dupla Tif e Tondu, correspondentes aos primeiros embates com Monsieur Choc, o seu grande rival.
Antes disso, no entanto, o ponto forte da edição: o dossier, com muitas ilustrações e documentos, alguns deles inéditos, que mostram a pré-história da dupla – quando Tondu, o barbudo, era ainda um…selvagem! Porque antes de adquirirem o visual que hoje lhes conhecemos, Tif e Tondu deram algumas voltas. A começar pelo facto de Tif ter nascido sozinho, em 1938, só depois tendo conhecido o seu companheiro. Este dossier inclui igualmente apontamentos sobre o vilão de serviço, a relação dos autores, a sua forma de trabalhar e outros documentos da época, que revelam um tempo e uma forma de estar e de fazer BD hoje (quase) inimaginável.
As aventuras de Tif e Tondu, de forte pendor aventuroso e policial, são simples e (hoje) algo ingénuas, tramas lineares, com suspense e acção, mas cativantes e, de certeza, apelativas para os jovens a quem então se dirigiam. Em suma, pode dizer-se que são bem representativas de uma certa época da banda desenhada franco-belga.
As três histórias aqui incluídas, narram outras tantas vitórias (sempre incompletas, para assegurar futuras continuações) sobre o recorrente vilão - “um dos maiores génios do mal do planeta” - cuja face está sempre oculta, geralmente por um elmo metálico. Este facto, a par da sua inteligência – revelada na complexidade dos planos que elabora - e da sua elegância - até quando comparado com as restantes personagens, mais próximas do padrão humorístico franco-belga (baixas, de traços arredondados, narizes grandes, um certo ar caricatural), se assim posso escrever – aumenta a sua aura de mistério e cria mesmo uma certa simpatia junto dos leitores.
A presença de Tif e Tondu oscila entre protagonistas involuntários (mais no início do volume) e motores da acção (na sua parte final, assumindo progressivamente o seu papel de “heróis”), sendo o todo de leitura agradável, embora estas histórias não atinjam o nível do Spirou, de Franquin, ou do Gil Jourdan, de Tillieux, para citar outros dois pilares da revista “Spirou”, contemporâneos de Tif e Tondu.
Graficamente, a linha clara de Will, servida por cores quentes e planas, é de uma grande legibilidade, sendo o seu traço dinâmico e diversificado q.b., para cativar o leitor e assegurar o ritmo de leitura adequado.

A reter
- O formato, o dossier, a recuperação de clássicos, o preço…

Menos conseguido
- Se admiro a restauração (e actualização…) das cores originais, confesso que preferia o aspecto retro (as tramas visíveis nas manchas de cor, as bochechas rosadas, o tom amarelado das margens das páginas…) visível nalgumas das reproduções de páginas originais da revista “Spirou” incluídas na edição…

Curiosidades
- Até ao momento a Dupuis já publicou sete tomos desta colecção.
- Naturalmente, Tif e Tondu fizeram parte dos sumários das duas vidas que a revista “Spirou” teve em Portugal, tendo também passado (pelo menos) pelas páginas do “Jacaré” e do “Jornal da BD”.

30/11/2009

Isabelle - Intégrale - Volume 1

Isabelle - Intégrale - Volume 1
Delporte, Macherot e Franquin (argumento) e Will (desenho)
Le Lombard (Bélgica, Abril de 2007)

222 x 295 mm, 216 p., cor, cartonado

Resumo
Em 1969 nascia Isabelle. Com a particularidade de ter três pais (algo que poderia ser perfeitamente normal no mundo mágico em que vivia). E que pais: Delporte e Macherot nos textos e Will no desenho. E a que se viria a juntar mais tarde Fanquin, substituindo Macherot, doente, à partida provisoriamente por algumas semanas, numa colaboração que se tornaria definitiva e duraria uma década. Mas a isso já lá vamos, até porque tal terá lugar neste primeiro volume desta reedição integral que reúne os álbuns “Le tableau enchanté”, “Isabelle et le capitaine”, “Les maléfices de l’Oncle Hermes” e “L’Astragale de Cassiopée”.

Desenvolvimento
Isabelle é uma jovem que vive numa pequena cidade, em que todos se conhecem, mas onde tudo pode acontecer: uma aventura de um pequeno ser (que vive num quadro de parede) num mundo em que tudo lhe parece gigante (a lembrar as deliciosas histórias de Chlorophylle ou Sibylline que Macherot já criara); a passagem de uma sineta de Páscoa, poedeira de… ovos de chocolate!; uma pacífica e florida invasão hippie que deixa a cidade em polvorosa; a passagem de um simpático capitão, acompanhado por uma gaivota cantora, que após cada soluço - e são muitos! - pode formular um pedido que se torna de imediato realidade…
Um universo em que tudo é possível (em que só vejo rival na série "Oliver Rameau", de Dany e Greg) a um tempo terno, agradável, simples e servido por um humor gentil e sem pretensões, no qual se nota o dedo de mestre de Raymond Macherot. E ao qual Will deu vida, na sua linha clara expressiva e eficiente, e que vai evoluindo de forma notória ao longo das histórias, acompanhando também as transformações que estas vão sofrendo, com a protagonista a interagir cada vez mais com mundos feéricos e oníricos. Aos quais, depois, Franquin trará a sua marca, aprofundando a psicologia das personagens, criando histórias mais movimentadas e dinâmicas, com personagens cada vez mais estranhas e inimagináveis (para desespero de Will…) e dando a Delporte oportunidade para soltar o seu humor mais mordaz.
Esta edição, que inclui 12 páginas sobre as origens de Isabelle, com ilustrações inéditas, e também histórias nunca publicadas em álbum, é mais um (bom) exemplo da utilidade das reedições: redescoberta de séries esquecidas (ou nunca publicadas em álbum - ou nunca publicadas, ponto, quando se trata de outro pais… …) a um preço bem interessante. No caso, 25 € por 216 páginas a cores, no formato franco-belga tradicional.

A reter
- A reunião de “quatro monstros” da BD belga na mesma série: Delporte, Macherot, Will e Fanquin.
- Mais uma vez, as características destas edições integrais: qualidade gráfica, introduções, recuperação de material que de outra forma é impossível encontrar e preço.

(Versão revista e actualizada do texto originalmente publicado no BDJornal #19 de Junho/Julho de 2007)
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