Peter O’Donnell faleceu na noite do dia 3, poucos dias depois de ter completado 90 anos. Britânico, nascido a 11 de Abril de 1920, distinguiu-se como criador de Modesty Blaise, uma aventureira que protagonizou uma tira diária de imprensa que começou a ser publicada em Inglaterra, no The Evening Standard, há exactamente 47 anos, depois de ter sido recusada por outros jornais devido à audácia de algumas imagens.
Inspirada na literatura de espionagem, Modesty no início era uma jovem amnésica, fugitiva de um campo de refugiados grego após o final da II Guerra Mundial, e que vivia de expedientes pouco lícitos. Viria mesmo a dirigir uma organização criminal chamada Network, antes de se tornar uma das mais distintas agentes secretas ao serviço de Sua Majestade britânica. Bela, sensual e sedutora, apesar dessa nova faceta não ganhou muitos escrúpulos nem deixou de frequentar o submundo, tendo como único amigo William Garvin, um antigo mercenário.
O responsável pelo desenho era Jim Holdaway que após a sua morte, em 1970, seria substituído sucessivamente por Enrique Romero, John Burns, Patrick Wright e Neville Colvin. Até ao final da série, a 11 de Abril de 2001, foram publicadas 10183 tiras diárias, correspondentes a quase uma centena de aventuras, tendo algumas delas aparecido nas páginas do Diário Popular, em meados dos anos 1980, época em que a Gradiva editou um tomo único com três histórias, intitulado “Aventuras completas de Modesty Blaise”.
Peter O’Donnell escreveu também três dezenas de romances com as suas aventuras, bem como diversos romances históricos sob o pseudónimo de Madeleine Brent. Modesty Blaise protagonizou ainda dois filmes e um episódio piloto para televisão, que não teve sequência.
(Versão revista e aumentada do texto publicado no Jornal de Notícias de 5 de Maio de 2010)
Excelente o texto, cheio de informação acerca de uma personagem que conhecia muito mal e agora passei a conhecer um pouquinho melhor. Fiquei com vontade de ler estas aventuras...
ResponderEliminarO primeiro desenhador é um artista excelente! Pela amostra, estaria provavelmente, ao nível de um Alex Raymond ou de um José Luis Salinas...
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