Gianluigi Bonelli (argumento)
Aurelio Galleppini (desenho)
Mythos Editora (Brasil, Outubro de 2009)
160 x 210 mm, 252 p., cor, brochada
Resumo
Esta edição, já nas bancas e quiosques nacionais) compila as primeiras tiras de Tex*, dando assim a possibilidade de (re)descobrir, mais de 60 anos depois, agora numa edição colorida, as primeiras histórias de Tex Willer, o mais antigo cow-boy dos quadradinhos ainda em publicação
Desenvolvimento
Se não vou aqui debruçar-me sobre o início de Tex – já outros o fizeram melhor – há alguns aspectos que quero realçar.
Desde logo, a variedade temática das diversas histórias, todas westerns, é evidente, mas com pontos de partida e enredos diferentes.
Depois, o seu ritmo intenso e envolvente, devido aos muitos assaltos, emboscadas, raptos, tiroteios e mortes que se sucedem, numa evocação dos melhores westerns cinematográficos.
Ainda, a forma ágil e dinâmica como estão desenhadas, como frequentes mudanças de ponto de vista e até alguns efeitos surpreendentes, como a trajectória da bala que passa entre duas vinhetas, logo na tira 7 da primeira história.
Finalmente, o invulgar número de mulheres presentes neste volume, com protagonismo e de forma interveniente. E que são belas, sedutoras (graças à mestria de Galep) e – oh, surpresa! – (muito) interessadas em Tex! A começar por Tesah, e no seu provocador vestido “sobe-e-desce”, que surge num terço das vinhetas do primeiro capítulo. E continuando com Joan, Florecita, outra Joan, Marie Gold… Simples vítimas ou não, de um ou outro lado da lei… Como não seria hoje o ranger, se esta tendência se tivesse perpetuado ao longo dos anos?!
A reter
- A edição, de maior formato, igual ao italiano, com bom papel, boa impressão e dois (interessantes) textos introdutórios, de Júlio Schneider e do próprio Sergio Bonelli.
- A cor, por permitir levar Tex a leitores que de outra forma não o descobririam.
Menos conseguido
- A cor, inferior aquela a que estão habituados os leitores de banda desenhada franco-belga e de comics norte-americanos. Por ser lisa, sem tons intermédios e não fazer jus ao traço original de Galleppini.
- O facto de o último capítulo ter sido interrompido a meio, na tira 16. Aceitando o argumento de que por razões técnicas é necessário ter um número fixo de páginas, seria com certeza possível (e preferível) ter preenchido as últimas 5 com textos sobre o herói, os autores ou a colecção, em lugar de deixar o episódio a meio.
Curiosidades
- * Tex, nasceu no formato comummente chamado de “talão de cheque” no Brasil, em edições “deitadas”, com 32 páginas, correspondentes a outras tantas tiras, com 2 a 4 vinhetas.
- Esta edição baseia-se na Colezione Storica a Colori, lançada em 2007 em Itália para ser vendida com o jornal “La Reppublica” e a revista “L’Espresso”, com capas originais de Cláudio Villa. Inicialmente pensada para 50 volumes, depois alargada para 80, hoje vai já no nº 174 (e mais de 10 milhões de exemplares vendidos), devendo terminar no nº 200, numa clara demonstração de que o ranger continua a ser um enorme sucesso no seu pais de origem.
- A colecção da Mythos tem garantidos seis tomos bimestrais, estando a sua continuação dependente do volume de vendas; bom sinal é o facto de o primeiro número ter esgotado, tendo sido necessário proceder a uma reedição.
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