13/06/2025

O ditador e o dragão de musgo

Diversidade



Não consigo deixar de me surpreender - e de ser surpreendido - pela diversidade editorial que temos actualmente no nosso país. O ditador e o dragão de musgo é o mais recente exemplo.
Aproximei-me dele sem expectativas, o desenho não me cativou, a temática parecia algo limitada, mas...

...mas, esta história do rapto do cineasta Shin-Sang-Ok e da sua mulher, a actriz Eun-hee, coreanos do Sul, de Hong Kong para o sector norte da península coreana, acaba por se revelar um interessante episódio histórico. E uma história - e a História - passada num local do mundo em que tudo é diferente do que conhecemos - ou possivelmente somos até capazes de imaginar.

Após o rapto, assistimos ao condicionamento (leia-se tortura) e doutrinamento (leia-se outra vez tortura) de Ok, para se tornarem, ele e a sua mulher, estrelas - cada um na sua função - da decadente e ultrapassada indústria (?) cinematográfica norte-coreana, com a bênção directa do (filho do) Querido Líder.

Os limites, a vigilância, as suspeitas, a desconfiança, o endeusamento do líder e a importância da imagem dada para fora em desfavor da melhoria da realidade e das condições de vida do povo, serão uma constante num relato de leitura agradável, em que a função didáctica é tão ligeira que apenas acompanha naturalmente o desenrolar da narrativa.


O ditador e o dragão de musgo
Fabien Tillon (argumento)
Fréwé (desenho)
ASA
Portugal, Fevereiro de 2025
210 x 2915 mm, 128 p., cor, capa mole
24,90 €

(imagens disponibilizadas pela ASA; clicar nesta ligação para ver mais pranchas ou nas aqui reproduzidas para as aproveitar em toda a sua extensão; clicar nos textos a cor diferente para saber mais sobre os temas destacados)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...