Diversidade
Não
consigo deixar de me surpreender - e de ser surpreendido - pela
diversidade editorial que temos actualmente no nosso país. O
ditador e o dragão de musgo é
o mais recente exemplo.
Aproximei-me
dele sem expectativas, o desenho não me cativou, a temática parecia
algo limitada, mas...
...mas, esta história do rapto do cineasta Shin-Sang-Ok e da sua mulher, a actriz Eun-hee, coreanos do Sul, de Hong Kong para o sector norte da península coreana, acaba por se revelar um interessante episódio histórico. E uma história - e a História - passada num local do mundo em que tudo é diferente do que conhecemos - ou possivelmente somos até capazes de imaginar.
Após o rapto, assistimos ao condicionamento (leia-se tortura) e doutrinamento (leia-se outra vez tortura) de Ok, para se tornarem, ele e a sua mulher, estrelas - cada um na sua função - da decadente e ultrapassada indústria (?) cinematográfica norte-coreana, com a bênção directa do (filho do) Querido Líder.
Os limites, a vigilância, as suspeitas, a desconfiança, o endeusamento do líder e a importância da imagem dada para fora em desfavor da melhoria da realidade e das condições de vida do povo, serão uma constante num relato de leitura agradável, em que a função didáctica é tão ligeira que apenas acompanha naturalmente o desenrolar da narrativa.
O
ditador e o dragão de musgo
Fabien
Tillon (argumento)
Fréwé
(desenho)
ASA
Portugal,
Fevereiro de 2025
210
x 2915
mm, 128
p., cor, capa mole
24,90
€
(imagens disponibilizadas pela ASA; clicar nesta ligação para ver mais pranchas ou nas aqui reproduzidas para as aproveitar em toda a sua extensão; clicar nos textos a cor diferente para saber mais sobre os temas destacados)
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