Com
este quarto volume, fica fechada em pouco mais de um ano a recuperação de todos os
tablóides de Horácio, escritos e desenhados por Maurício de Sousa,
para os suplementos infantis dos jornais Folha de São Paulo e
Estado de São Paulo.
Volto
ao tema da memória que me serviu de mote há algumas semanas e que previa na altura se
prolongasse por mais alguns textos mas, o multiplicar de edições e
das consequentes leituras acabou por adiar a análise aos dois livros
que proponho hoje. Neles,
a memória funciona a dois tempos.
Até
ao fim da ditadura no nosso país - aqui considerada apenas como
marco temporal, embora não isenta de responsabilidades
- houve dois autores que fizeram carreira de sucesso fora das nossas
fronteiras. Um,
naturalmente, foi Eduardo Teixeira Coelho (1919-2005), apreciado em
Espanha, França, Itália, tanto na BD como na ilustração. O
outro, foi Jayme Cortez (1926-1987), que o Brasil acolheu a partir de
1947.
Li
há muitos anos - num Mosquito
antigo…?
Num Mundo
de Aventuras…?
- um conto intitulado A
melhor prenda era… Reflexo
de uma era - a da ditadura portuguesa, de um certo miserabilismo
cultivado à exaustão, tinha um tom delicodoce mas, vá lá saber-se
porquê, ficou-me o título na memória e penso que não é a
primeira vez que me serve de mote. Se
ficaria bem - para mais nesta quadra - apontar como melhor prenda as
utopias mundialistas e socialmente correctas, como a paz no mundo, o
fim da pandemia ou a recuperação ecológica do planeta,
pessoalmente contento-me com um bom livro. Que tem a vantagem de o
ser - boa prenda - em qualquer altura ou época. E
até repetidamente.
‘Não é esse o mundo que quero
deixar pro meu filho’
In Legado
Apreciador
confesso - mas não compulsivo - de western,
fui lendo, cada vez mais seduzido, os comentários sobre a Trilogia
Gatilho,
dos brasileiros Carlos Estefan e Pedro Mauro. A leitura desta obra de
tom crepuscular e desencantado,
permitiu-me descobrir uma saga de contornos familiares, em que a
habilidade com o colt
é
mais uma maldição do que uma bênção que passa de geração em
geração.