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17/10/2017

Manhattan Murmures

Refúgio (no silêncio)





Como sempre acontece quando entra em depressão, Sam refugia-se m Nova Iorque.
Desta vez, com um plano preciso e original: fazer uma foto-reportagem para a revista que co-dirige com um amigo de infância, sobre a sua estadia, durante a qual não proferirá uma  única palavra.

27/06/2014

Il s’appelait Geronimo













Mais cedo do que previa, volto a Étienne Davodeau, desta vez numa obra que junta as pontas soltas do tríptico Geronimo, feito em parceria com Joub.
Para descobrir, já a seguir.

21/09/2012

Un peu de bois et d'acier



 

 
 

 
 

Chabouté
Vents d’Ouest (França, 19 de Setembro de 2012)
170 x 245 mm, 336 p., pb, brochado com badanas
30,00 €

 
1.       Chabouté é um autor cuja carreira tenho acompanhado com intermitência.
2.      Dele, admiro o preto e branco contrastado, sem tons intermédios, de traço fino, preciso, expressivo, atento aos detalhes…
3.      … e a forma como combina ternura, desencanto e crueldade em histórias (aparentemente) banais, que poderiam pertencer ao quotidiano de muitos de nós.
4.      Desta vez, a sua proposta é um pouco diferente, com a ternura – e algum humor – a sobreporem-se ao desencanto - ainda presente – e à (quase ausente) crueldade.
5.      Diferença que se faz também sentir pela absoluta ausência de texto escrito - de balões, portanto - o que torna desde logo distinta a leitura – fundamentalmente contemplativa - deste grosso romance gráfico de mais de 300 pranchas, cujo ritmo é o leitor que determina, pois a composição das prancha, (enganadoramente) monótona, em que predominam, com raras excepções, as tiras horizontais de vinheta única, propíciam que os olhos se demorem numa “leitura” absorvente e mais completa.
6.      Pranchas essas que nos mostram, qual palco teatral, praticamente sempre o mesmo cenário…
7.      … alterado apenas pelas mudanças entre o dia e a noite ou pelos sinais da passagem das sucessivas estações do ano.
8.     (Pois esta obra decorre ao longo de dias, semanas, meses, anos, muitos anos.)
9.      Um palco teatral que reproduz um recanto de um jardim, onde apenas existe, junto a uma árvore, um banco feito de madeira e ferro.
10.  E, o seu tema, que marca nova diferença, é a história do tal banco de jardim. Melhor, as muitas histórias que se passam no curto espaço em torno do banco de jardim.
11.   Um banco que se revela como local de passagem, descanso, reflexão, sonho, desilusão, paixão, trabalho, dormida…
12.  … e por onde vão passando um casal de adolescentes, um homem apressado, um casal de velhinhos apaixonados, um sem-abrigo, um polícia, um trio de solteironas, um músico de rua, um pai com um filhinho pequeno, uma jovem grávida…
13.  Gente anónima – igual a tanta gente com quem nos cruzamos quotidianamente – com sonhos, ambições, problemas, anseios, desejos, medos, rotinas, frustrações, alegrias…, cujas histórias, só afloradas por Chabouté com ternura, de forma contida e púdica, todos nós iremos imaginar.
14.  À nossa maneira, segundo os nossos condicionamentos – e esse é o maior trunfo desta obra: a grande liberdade (criativa/interpretativa) concedida ao leitor, à sua imaginação.

 

05/09/2011

Vieilles canailles

Intégrale
Collection Turbulences
Carlos Trillo (argumento)
Domingo Mandrafina (desenho)
Vents d'Ouest (França, 6 de Julho de 2011)
225 x 298mm, 192 p., pb, cartonado
19.00€

Resumo
James Ricci, argumentista de televisão, tem um sonho escrever um grande romance baseado na história da sua família, os cinco irmãos e irmãs Centobucchi, os famosos Spaghetti Brothers: Amerigo, o gansgter cruel, Frank, o padre torturado e dividido quanto à sua vocação, Tony, o (ex-)polícia inflexível, caído em desgraça por uma cilada, Carmela, a assassina contratada transformada em evangelista, e Caterina, a actriz de filmes de terror…
Trata-se de um (longo) epílogo à série Spaghetti Brothers que Trillo e Mandrafina desenvolveram durante a década de 1990.

Desenvolvimento
Se a descrição das suas actividades já deixou evidente que esta não é de todo uma família normal, não deixa de ser um pálido intróito a uma família de todo disfuncional, em cujas vidas a violência, a traição, as violações e os abusos, os ódios recalcados e os fantasmas do passado (mal) enterrados são uma constante.
Ao remexer nesse passado, distante já de algumas décadas – os Spaghetti Brothers são hoje pouco mais do que velhos sós e esquecidos - para tentar conhecer as (saborosas) histórias que ele guarda, Ricci vai descobrir muitos dos segredos, podres e esqueletos que a família escondeu, mas também (re)descobrir a sua mãe e tios sob uma óptica diferente, ao mesmo tempo que constata que o tempo não conseguiu amaciá-los, humanizá-los nem apagar os ódios e os desejos de vingança latentes entre eles … apesar do retorcido sentido de família que têm como linha condutora na sua vida.
Entrevistando um após outro, vai conhecendo histórias, comparando versões, alinhavando uma linha condutora para o seu romance – ou para o argumento de uma BD, esta BD… - que nunca conhecerá a luz do dia por razões… que deixo ao leitor descobrir.
Como convido o leitor a conhecer esta narrativa de Trillo, dividida em capítulos sequenciais, mas auto-conclusivos, de 8 pranchas, ideais na sua génese para a publicação regular em revista. Relato duro, por vezes boçal, por vezes chocante, por vezes sórdido, sempre violento mas aligeirado com um assinalável humor negro irresistível, “Vieilles Canailes” lê-se de um fôlego, num tom entre a comédia e o drama. Como retrato de uma época passada – os anos 10, 20 e 30 do século passado, nos Estados Unidos - com a chegada e ascensão dos imigrantes italianos e da Máfia, de que ainda se encontram resquícios hoje em dia.
O trabalho gráfico de Mandrafina é competente, caricatural qb no tratamento das personagens para acompanhar o perfil duro mas risível que Trillo lhes atribuiu, quase sempre assente apenas no traço, já que poucas vezes recorre a tramas ou manchas de negro, um traço duro, personalizado e expressivo, com o qual compõe vinhetas intencionais e muito reveladoras.

A reter
- O tom da narrativa, entre o caricatural e o sórdido, irresistível no todo, próximo de um clássico dos anos 80 que os portugueses conhecem melhor, Torpedo 1936, de Abulli e Bernet.
- A sua construção formal, como um grosso romance dividido em capítulos auto-conclusivos que ajudam a saborear melhor cada momento da vida atribulada dos Centobucchi.
- O preto e branco de Mandrafina, perfeitamente ajustado ao relato e dum expressividade assinalável.
- A edição - mais um integral, é verdade…

Menos conseguido
- …a que falta, no entanto, um texto introdutório que ajude a situar a obra na sua génese, no seu contexto e na época em que foi publicada.
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