Tónius, o Astérix português
Quando em Abril de 1979 a 2ª série da revista “Spirou” chegou às bancas, apresentava na capa um novo herói português. Ou melhor, lusitano, de nome Tónius. Emulação de Astérix, apesar de distinto do pequeno guerreiro gaulês – na construção dos argumentos, no ritmo, na utilização graficamente interessante de balões e legendas, no aproveitamento da sonoridade das palavras e de alguns anacronismos como fonte de humor… - partilhava com ele alguns pontos de contacto: vivia numa aldeia - o castro de Pedróbriga - que resistia aos invasores… mouros, a quem distribuía castanhadas sempre que a ocasião surgia; era inteligente, audaz e hábil… no manejo da funda; o seu principal amigo era Chicolindus, forte, encorpado e apreciador de… trutas; o seu chefe, Herminius, mandava pouco… mesmo em casa.
Os seus autores eram o argumentista Fernando Tito e o desenhador José André que, depois desta aventura inicial, publicada semanalmente até ao número 22 da revista, fariam Tónius regressar em “Uma aventura nas Astúrias” (Editorial Publica), lançada directamente em álbum no nosso país, em 1981, após ter sido editada na Bélgica, Holanda e Finlândia.
Nestes países foi ainda publicada uma terceira BD, “A invasão dos Alfas”, até hoje inédita em Portugal. As duas primeiras histórias foram reeditadas no “Jornal da BD” (1984/1985), tendo os autores deixado incompletos dois outros projectos, “A Pedra do Norte” (argumento completo, parcialmente desenhado) e “Tónius e as Sete Maravilhas” (apenas com a ideia base esboçada).
Tónius, apesar da carreira breve (ou talvez nem tanto…) com amigos e adversários ainda protagonizou um loto cuja base eram caricas de Sumol!
A propósito dos 50 anos de Astérix em Portugal leia também:
- Astérix, 50 anos em Portugal (I)
- Maria José Pereira: “Astérix está associado ao nascimento do meu filho”
(Versão revista e aumentada do texto publicado no Jornal de Notícias de 4 de Maio de 2011)
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