Pedranocharco Publicações
Li Moonface
Uma Novela Gráfica de Fernando Relvas
«Esta Papalina tem uma história complicada. De início não era chinesa e era apenas a personagem que narrava o seu encontro com a misteriosa figura de Adass Polo, que é o nome duma espécie de arroz de lentilhas na culinária persa, a figura central dum conto que se chamava, tal como a versão em português desta história, O Agente de Cambises. Estava o conto em banho maria, quando decidi criar a figura de miss Li, para lançar um webcomic semanal. Mas também não foi esse o princípio da figura que tem as características de Li, chinesa alta e atlética, discreta mas teimosa. Ela é a Ken de O Urso Vai a Espanha, e antes disso já fazia parte dos meus cadernos de apontamentos. Como vinha fresquinho de ler And the Rain My Drink, de Han Suyin, deixei-me levar pelo ambiente do livro e atribui a Li o segundo nome de Moonface. Depois decidi espessar ainda mais a personagem e dei-lhe também a alcunha de Papalina. Aí, o destino do agente de Cambises ficou traçado, seria a história seguinte de miss Li. Como era uma história com longas tiradas filosóficas do agente, teve que levar cortes bárbaros no texto para este caber numa banda desenhada, contudo ainda sobrou muito do texto original.
Papaline, singular papalina, são aqueles peixinhos fritos que se podem ver ao longo da segunda história. Muito apreciados em Zagreb, onde se vendem em casas de comida barata. Sentado numa dessas tascas, acompanhando papaline com um copo de tinto, ouvindo o tilintar dos elétricos na rua, e usando de alguma imaginação, quase me podia sentir em Lisboa. Foi talvez por isso que fiz duma dessas casas o cenário da segunda história. Pouco tempo depois disso, a casa que se pode ver aí, com peixes em stencil sobre os espelhos e clientes tão residentes que por vezes parecia que lá iam dormir a sesta, fechou.
O agente, ou embaixador, de Cambises, o velho Cambises da história persa, apresentava-se, na história original, a Papalina como um caixeiro viajante, com passaporte etíope, mestre de tráficos diversos e, entre outras coisas, como tendo liderado uma embaixada que infelizmente não aparecerá no WikiLeaks, pois teria tido lugar na Antiguidade. E mais não conto, para não estragar a história. Basta apenas dizer que a ideia original fui buscá-la diretamente a Heródoto.
As duas histórias foram sendo publicadas semanalmente, ao longo de 2008, entre Fevereiro e Dezembro, com o início a coincidir com o ano novo chinês. A primeira foi posta em livro na Lulu.com em 2009, mais tarde retirada e, em conjunto com a segunda história, posta em livro em Maio de 2010».
Fernando Relvas em entrevista no Bdjornal #27
BDJornal #27
CAPA: Ilustração de Fernando Relvas – Pormenor de uma vinheta da novela gráfica Li Moonface.
4 – TINTA NOS NERVOS – UMA EXPOSIÇÃO ÚNICA DE BD PORTUGUESA, J. Machado-Dias
7 – FERNANDO RELVAS, O REGRESSO DO FILHO PRÓDIGO, João Miguel Lameiras
12 – FERNANDO RELVAS – PARA UMA BIO-BIBLIOGRAFIA, J. Machado-Dias
16 – O REGRESSO DO URSO – ENTREVISTA COM FERNANDO RELVAS, (a mais completa bio-bibliografia do autor feita até hoje), J. Machado-Dias
24 – BD – KRIKS, Fernando Relvas e Nina Govedarica
30 – TRANSFORME – AS METAMORFOSES DE MOEBIUS NA FUNDAÇÃO CARTIER, João Miguel Lameiras
32 – CRÓNICA DO MAU PASTOR, Diniz Conefrey
34 – AS AVENTURAS DE TINTIN NOS JORNAIS PORtugueses, Leonardo De Sá
37 – DOSSIER FANZINE CONVIDADO: TERMINAL, Vários Autores
57 – BD – JAMAICAN, Wilson Vieira (Arg.) e Angelo Roncalle (Des.)
67 – BD – SAMIRA 2 (+arte 1 de 2), Selma Pimentel
77 – SYNCOPATED – AN ANTHOLOGY OF NONFICTION PICTO-ESSAYS, Sara Figueiredo Costa
78 – O AMOR INFINITO QUE TE TENHO, Pedro Vieira Moura
79 – DESTRUIÇÃO!, Pedro Vieira Moura
80 – VOYAGE – AUX ÎLES DE LA DÉSOLATION, Pedro Cleto
81 – FAR AWAY, Pedro Cleto
82 – O OESTE SEGUNDO CIVITELLI, Pedro Cleto
83 – SEISCENTAS EDIÇÕES DE TEX, José Carlos Francisco
84 – TEX EM NÚMEROS, Saverio Ceri
86 – TEX WILLER – A HISTÓRIA DA MINHA VIDA, José Carlos Francisco
87 – PROJECTO ZONA – ENTREVISTAS COM FIL E ANDRÉ OLIVEIRA, J. Machado-Dias
92 – ENTREVISTA COM WAGNER MACEDO, J. Machado-Dias
95 – ENTREVISTAS COM WILDE PORTELA E PAULO JOSÉ “Don Pajo”, Wagner Macedo
97 – GUERRA, MORTE E REENCARNAÇÃO NOS QUADRINHO BRASILEIROS, Edgar Indalécio Smaniotto
100 – VIAJANTES DE PAPEL NA LUSOGONIA GRÁFICA 1, Osvaldo Macedo de Sousa
108 – AMADORA BD 2010 – UM FESTIVAL DE ATRASOS, Diogo Campos
110 – JAPAN WEEKEND LISBOA 2010, Pedro Trabuco
111 – ANIGAMIX 2011 – ENTREVISTA COM HUGO JESUS, J. Machado-Dias
112 – XVII O REGRESSO DO MOURA BD, J. Machado-Dias
COLABORAÇÕES: Clara Botelho, Dâmaso Afonso, Diniz Conefrey, Diogo Campos, Edgar Indalécio Smaniotto, João Miguel Lameiras, José Carlos Francisco, Leonardo De Sá, Osvaldo Macedo de Sousa, Pedro Cleto, Pedro Trabuco, Pedro Vieira Moura, Phermad, Sara Figueiredo Costa, Saverio Ceri, Wagner Macedo.
AUTORES DE BANDAS DESENHADAS E ILUSTRAÇÕES: Angelo Roncalle, Fernando Relvas, Maria João Worm, Nina Govedarica, Selma Pimentel, Wilson Vieira.
Associação Tentáculo
Zona Gráfica #2
Pedro Carvalho, Ricardo Reis, Carlos Páscoa, João Amaral, Fil, Vinicius Posteraro, Ricardo Sousa,Carla Rodrigues, JB Martins, Xico Santos, Marcelo Saravá, Igor Shin, Alexandre Manoel Matheus Moura, Abel, Luís Lourenço Lopes, Tiago Pimentel, André Araújo, André Oliveira, Cari Shrine
A Zona Gráfica 2 surge um ano após o lançamento da sua antecessora: a Zona Gráfica que foi lançada em dois volumes, um a cores e outro a preto e branco, no ano passado.
Este novo número será apresentado no Festival de BD de Beja, evento que está ligado ao “pontapé de saída” do projecto Zona em 2009, com a chegada da Zona Zero.
São, desta vez, 68 páginas a preto e branco sem um tema específico mas com várias técnicas e abordagens gráficas.
A capa é de Pedro Carvalho, assim como a entrevista desta edição, e além de autores já habituais conta ainda com outros que fazem a sua estreia, muitos deles brasileiros.
MMMNNNRRRG
Futuros PrimitivosLucas Almeida, Ana Ribeiro, Manuel Pereira, João Ortega, Inês Cóias, Daniel Seabra Lopes, Marco Moreira, João Chambel, Ana Menezes, André Coelho, João Maio Pinto, Andreia Rechena, Bruno Borges, Rafael Gouveia, David Campos, Sílvia Rodrigues, Pepedelrey, José Feitor, Natália Andrade com Christina Casnellie, Uganda Lebre, André Lemos, Bráulio Amado, Gonçalo Duarte, Jucifer, Ana Menezes, Afonso Ferreira, Marcos Farrajota, Rudolfo, Ricardo Martins e Pedro Brito e ainda participações CADÁVERES-ESQUISITOS com Mattias Elftorp+ Sofia Lindh (SUÉCIA), Cláudia Guerreiro, Filipe Quaresma, Nevada Hill (EUA), Pedro Zamith, Margarida Borges, Jarno Latva-Nikkola (FINLÂNDIA), Silas, André Ruivo, Rita Braga, Susa Monteiro (BEJA!) e Valério Bindi + MP5 (ITÁLIA)...
Lançamento e Exposição dos originais no Festival de BD de Beja (28 Maio a 12 de Junho)
Foi feita uma banda sonora (inicialmente para a exposição entretanto extensível ao livro) que é gratis e pode ser descarregada em You Are Not Stealing Records
Mundos em segunda mão
Aleksandar Zograf (argumento e desenho)Bds-crónicas publicadas na revista Vreme, na Sérvia, e depois um pouco por todo o lado.
Aleksandar Zograf (1963, Pancevo) é um autor sérvio de banda desenhada que não deveria ser um nome estranho ao público português porque já cá esteve presente três vezes – uma, no Salão Lisboa 2003, e as outras no Festival de BD da Amadora. Dessas visitas, pelo menos duas incluíam uma exposição de originais seus e para além disso já foi publicado nas revistas Satélite Internacional, Quadrado, Underworld / Entulho Informativo, mais recentemente em antologias da Chili Com Carne: Crack On (2009), Talento Local (colectânea de bd's autobiográficas de Marcos Farrajota, em 2010) e Boring Europa (2011).
Nos últimos anos, têm havido um esforço ou interesse de completar a obra do autor. Nos EUA, foi publicado o volume Regards from Serbia (Top Shelf; 2007) que resume toda a "segunda" fase da carreira de Zograf e que (infelizmente) cruza-se com a auto-estrada monstruosa da História, mais especificamente com o desmembramento da Jugoslávia e dos conflitos dos Balcãs dos anos 90. Esta é a melhor e mais completa edição da vida em guerra do autor, incluído relatos em bd dos primeiros conflitos na ex-Jugoslávia até à queda do regime de Milosevic. Zograf e a sua mulher Gordana Basta vivem em Pancevo, alvo militar dos bombardeamentos da NATO em 1999 por ser uma cidade industrial e suburbana de Belgrado. O livro inclui bds desses períodos bem como ainda e-mails escritos, que Zograf enviava para a sua vasta lista de contactos da comunidade artística internacional atravessando as “linhas inimigas”. Essas bds, bem como os textos dos e-mails, foram editadas em várias antologias ou livros monográficos longe do controlo de ambas partes do conflito - creio até que será das primeiras guerras em que se perdeu o controlo de informação devido ao advento da Internet.
Zograf criou um documento único sobre (um)a Guerra, para além de ter mantido alguma sanidade mental graças ao apoio moral que recebia dos seus amigos e conhecidos estrangeiros. Estes contactos apareceram na "primeira" fase da sua carreira, em que se especializou em fazer bds e desenhos em estado hipnagógico - estado transitório entre o sono e o acordado. O trabalho desta fase é reconhecido pela lógica gráfica de "cartoons" desengonçados e grotescos provavelmente influenciada pelo seu trabalho num estúdio de animação. Publicou em fanzines editados por si (os primeiros na Jugoslávia?) e eles serviram para fazer intercâmbio internacional - afinal de contas não são os zines uma Internet avant la lettre?
A dada altura passou a ser mais publicado fora da Jugoslávia que no seu próprio país de origem, tendo uma projecção global graças aos livros ou aos "comic-books" editados pela Fantagraphics Books nos anos 90. Desde 2003 que Zograf passou a escrever e desenhar duas páginas de bd a cores para o semanário Vreme - uma revista de informação independente que sobreviveu os embargos económicos, as guerras e Milosevic - como o Zograf afirma «se aguentaram isto, aguentam tudo». Esta colaboração têm constituído a sua obra desde então, e curiosamente é o regresso de Zograf à sua língua materna, talvez por isso que é fácil de reparar um certo gosto pelos blocos pesados de escrita nestas bds. Bds que continuam a ser crónicas como o autor nos habituou com Regards from Serbia, mas agora afastada dos conflitos militares e viradas para três vectores de conteúdo. O primeiro, é a adaptação de textos do século XX cheios visões estranhas (ou cómicas para os nossos dias) graças a uma peculiar investigação de campo nos alfarrabistas e Feiras da Ladra do mundo. Segundo, relatos das suas experiências de viagens, a maioria realizadas graças aos convites de festivais de bd pelo mundo inteiro, aproveitando para encontrar detalhes bizarros ou choques culturais. E terceiro, entrevistas a autores, sejam de bd como o mestre Will Eisner (1917-2005) ou músicos Rock como Jonathan Richman (publicada na Underworld). No fundo, há uma espécie de arqueologia cultural “sub-pop” porque quase sempre incide em artefactos encontrados pelas "feiras da ladra" e que voltam à superfície pela mão do autor.
Edições ASATudo sobre Obélix
Inseparável amigo de Astérix, a quem complementa na perfeição, Obélix é uma fonte inesgotável de “gags”. Espécie de criança crescida que manteve reacções infantis, percorre o mundo alegrando-o com os seus disparates e lançando-lhe um olhar ternamente incrédulo.
Pândego e brigão, caçador e excepcional dançarino, romântico inveterado, Obélix marca todas as suas aparições com o seu temperamento inesquecível.
Com ele, tudo é levado para a brincadeira e nunca se preocupa com as consequências, pois são os outros, todos os outros, que são “loucos”... Dir-se-ia que os efeitos da poção mágica lhe conferiram, para sempre, o encanto e a inocência da infância!
Tudo sobre Cleópatra
Rainha pela graça divina e com fúrias assassinas, Cleópatra, a lendária soberana do Egipto, entrou em 1963 para o panteão das mais importantes personagens de BD.
Testemunha do talento da dupla Goscinny/Uderzo, esta colorida figura feminina pode dar-se ao luxo de ser caricaturada sem sacrificar a consistência de uma personalidade rica e complexa. Caprichosa, colérica e impetuosa, Cleópatra é também uma rainha leal e generosa, empenhada acima de tudo em defender a grandeza do seu povo submetido à dependência de Roma. Esta Cleópatra da banda desenhada dá a volta à História, de nariz empinado. Um nariz muito bonito, diga-se de passagem, mas isso é outra história...
Tudo sobre Atrevidix
Uma chegada repentina a bordo de um espampanante carro desportivo, agitadas sessões de dança, um comportamento rebelde, um visual descuidado... A entrada do jovem luteciano Atrevidix na aldeia dos Irredutíveis Gauleses não passa despercebida!
Na época em que o “ié-ié”, os “mods” e outros “betinhos aburguesados” povoam a França de De Gaulle, a juventude oriunda do “baby-boom” usa o confronto de gerações para gracejar com os nossos heróis. Sobrinho do chefe Matasétix, Atrevidix é “despachado” para a Armórica pelo pai, para que se torne um verdadeiro guerreiro gaulês. E isto não vai ser fácil... Obstinados, Astérix e Obélix inventam o “coaching” à moda antiga. Os resultados são diversos e variados, mas as gargalhadas são garantidas!
Plátano Editora
O fado Ilustrado
Jorge Miguel (argumento e desenho)Estamos no virar do século XIX. A Europa está assolada por uma vaga de atentados reivindicados pelos anarquistas. Em Portugal, a Carbonária uma facção terrorista, já se instalou e pretende derrubar o regime monárquico. Nas Artes, o ambiente também não é famoso. Os «Vencidos da Vida» já não se reúnem no Hotel Bragança e o «Grupo do Leão» perdeu pujança. O povo pressente mudança e a monarquia está inquieta. Ramalho Ortigão e sobretudo Eça de Queirós escrevem obras de uma acuidade perturbadora acerca do que irá acontecer. Entretanto, o pintor José Malhoa procura os modelos que lhe permitirão executar a sua obra-prima.
(Textos da responsabilidade das editoras)
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