Polvo (Portugal,
Julho de 2011)
210 x 148 mm, 56 p., 2 cores, brochado
7,90 €
Resumo
O roubo de algumas jóias, entregues pelo rei D. Carlos a um
padre de Lisboa, em vésperas da implementação da República em Portugal, é o
mote para esta história de tom vagamente histórico e policial.
Desenvolvimento
Resultado de um desafio lançado pelo projecto Travessa da
Ermida, esta é uma pequena história à margem da implementação da República em
Portugal (embora este facto tenha uma importância decisiva no seu desfecho),
protagonizada por um padre e um (travesso) menino Jesus de pedra que tem por
base um roubo numa igreja e como local privilegiado da acção a Ermida de Nossa
Senhora da Conceição, em Belém, Lisboa.
Pequena história, já o escrevi, dotada de humor simples e
cativante, narrada (com mestria), quase sem palavras, numa combinação de fantástico
e realidade que cativa e dispõe bem, é a confirmação – se tal fosse ainda
necessário – do talento para a narrativa sequencial gráfica de um dos mais produtivos
– e interessantes – jovens autores nacionais.
Porque, apesar de ser uma história simples, na forma como
foi concebida, no argumento desenvolvido e na concretização da narrativa, conduz
o leitor, curioso e intrigado, ao longo das suas páginas, sem momentos mortos
nem lapsos narrativos, fruto especialmente da planificação dinâmica e
diversificada - apesar da sua (aparente) simplicidade de apenas uma ou duas
vinhetas por página, bem trabalhadas com uma única cor (verde) adicionada ao preto e branco – numa sucessão de grandes planos, vistas de conjunto ou zoom
sobre pormenores que têm como único objectivo disponibilizar ao leitor tudo o
que é importante para completa compreensão e fruição da história que é contada.
História essa que adopta um tom vagamente policial, com as
jóias entregues ao padre a desaparecerem misteriosamente, sem que haja pistas
nem suspeitos. Perplexo e desesperado, por de alguma forma ter sido traída a
confiança em si depositada, o padre investiga à sua maneira, sendo o desfecho,
que tem lugar a dois tempos, duplamente surpreendente, por razões que convido o
leitor a descobrir.
A reter
- A enganadora simplicidade do relato, que esconde a mestria
narrativa de Rui Lacas.
Je vous souhaite de joyeuses fêtes et une douce nuit de noël à vous et à tous ceux que vous aimez.
ResponderEliminarGros bisous.