A 11 de Junho de 1934, a banda desenhada ganhava um novo e
carismático herói: Mandrake, the magician, que enfrentava bandidos, vilões e
até extraterrestres utilizando magia – que, com o passar dos anos, deu lugar
apenas ao ilusionismo e ao hipnotismo, devido à pressão de sectores cristãos.
Evocação do mago já a seguir.
Inspirado em Leon Mandrake, um prestidigitador canadiano,
casado com uma mulher chamada… Narda, o novo protagonista dos quadradinhos
distinguia-se pelo bigodinho fino, o smoking e a cartola, que lhe conferiam um
ar calmo e elegante.
Noivo da princesa Narda (com quem casaria décadas mais
tarde),e sempre acompanhado pelo fiel Lotário, um negro de grande estatura e
força, que entrava em acção quando a magia falhava, Mandrake conquistou rapidamente
os leitores, tendo saltado para o cinema cinco anos depois.
As aventuras, geralmente tendo como ponto de partida Xanadu,
a sua mansão, tanto decorriam em cenários urbanos como exóticos e a galeria de
personagens incluía Theron, pai de Mandrake e responsável pela escola de magia
onde ele aprendeu, Hojo, o cozinheiro japonês do mágico e chefe secreto da
Inter-Intel uma organização internacional de combate ao crime, ou os vilões
Cobra, antigo professor da escola de magia e Derek, gémeo do protagonista.
A estreia de Mandrake foi em tiras diárias de imprensa e o
seu autor era Lee Falk (1911-1999) – que dois anos depois criaria o The Phantom /Fantasma,
outro clássico da BD norte-americana. Falk assinou as primeiras tiras sozinho,
mas rapidamente entregou o desenho a Phil Davis (1906-1964) que o assegurou durante
três décadas até falecer, sendo então substituído por Fred Fredericks que ainda
hoje continua como responsável pela tira diária.
Portugal demorou década e meia a descobrir o mago dos
quadradinhos, que se estreou no Mundo de Aventuras, em 1950, sendo depois
presença recorrente nas páginas das revistas da Agência Portuguesa de Revistas
e da Portugal Press, por vezes como Mandraque ou D. Enigma. As suas tiras
marcaram também presença durante vários anos nas páginas do Jornal de Notícias.
(Versão revista e ampliada do texto publicado no Jornal de
Notícias de 11 de Junho de 2014)
Sem comentários:
Enviar um comentário