16/06/2014

J. Kendall #106











J. Kendall – Aventuras de uma criminóloga – tal como Zagor e Zagor Extra - chega este mês às bancas portuguesas com um novo modelo: o dobro das páginas pelo dobro do preço.
Prós e contras desta opção e tópicos de leitura de mais duas histórias bem conseguidas, já a seguir.


Introdução
A explicação para a mudança, foi dada pela Mythos Editora, aquando do lançamento desta edição do Brasil através de um comunicado, que reproduzo abaixo, integralmente:

COMUNICADO DA MYTHOS EDITORA:
ZAGOR, JÚLIA E ZAGOR EXTRA VÃO TER O DOBRO DE PÁGINAS
Mais uma vez, por motivos que fogem ao nosso desejo e controle, somos obrigados a fazer algumas alterações em nossas revistas. Em razão de mudanças no sistema de distribuição/recolhimento/pagamento das revistas, teremos que alterar a estrutura, preço e periodicidade de Zagor, Júlia e Zagor Extra. A partir das próximas edições, esses títulos terão o dobro de páginas (duas histórias cada) e sairão de dois em dois meses.
Assim, Zagor Extra 114 terá 192 páginas, preço de R$ 17,60 e será lançado em 18 de Setembro. Júlia 106 terá 256 páginas, preço de R$ 19,80 e sairá dia 1.º de Setembro. Zagor 150 terá 192 páginas, preço de R$ 17,60 e será lançado em 18 de Outubro.
Para os nossos queridos leitores não haverá mudança na quantidade de páginas, nem no preço, apenas na periodicidade, que passa de mensal para bimestral.
Como sempre, esperamos poder contar com sua costumeira compreensão e fidelidade para continuar com essas publicações.

Desenvolvimento
Felizmente – e como óbvio – as alterações físicas não afectam o conteúdo de J. Kendall – Aventuras de uma criminóloga, que continua a ser altamente recomendável.
Em Férias Forçadas, um assalto baseado numa ideia bastante interessante – em termos de preparação e execução – Julia é pouco mais do que figurante, numa história cheia de surpresas que só peca pelo final abrupto que – mais uma vez – mostra o problema do número estanque de páginas, eventualmente compreensível, mas sempre penalizador - existente, não só na Bonelli como noutras editoras.
Quanto a A Tormenta, é mais uma história em que predomina um drama humano – como Berardi tantas vezes tem escrito com mestria – que traz como bónus uma mudança – marcante, mas será duradoura? – na vida pessoal da protagonista.

A reter/Menos conseguido
Vejo duas vantagens no novo modelo: a edição é mais consistente e traz duas histórias, logo prazer a dobrar. Em contrapartida, o tempo de espera entre edições duplica.
Problema maior pode ser o facto de ser necessário dispor do dobro do dinheiro para a compra o que pode afastar alguns leitores. Ao mesmo tempo, o preço mais elevado torna menos provável a compra por impulso – e a eventual conquista de novos leitores.
Para a editora, não sei se a diminuição de logística – só há distribuição, recolha, contabilidade de dois em dois meses – é uma vantagem (assim tão) significativa. Até porque uma edição bimestral implica perda de tempo exposição em banca…
De qualquer forma, se a manutenção do título passava por esta mudança, então tenho que a considerar positiva.

Em termos de distribuição portuguesa, As Leituras do Pedro podem adiantar que a periodicidade das revistas cujo número de páginas se alterou será sensivelmente bimestral, embora com alguns ajustes eventuais. Desta forma, no próximo mês haverá nas bancas novas edições de J. Kendall, Zagor e Zagor Extra, mas em Agosto regressará apenas Zagor.

J. Kendall #106
Aventuras de uma criminóloga

Férias Forçadas
Berardi e Ghé (argumento)
Piccioni (desenho)

A Tormenta
Berardi e Calza (argumento)
Zaghi (desenho)

Mythos Editora
Brasil, Setembro de 2013
135 x 180 mm, 260 p., pb, capa mole, mensal
R$ 19,80 / 9,00 €

8 comentários:

  1. Já chegou chegou às bancas portuguesas? Para mim o pior é mesmo a espera, se bem que tenho aproveitado para conhecer as óptimas edições da Aleta (espanholas)

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    1. Olá V!
      Não, por cá ainda não saiu...
      E agora a espera vai ser maior... ;(
      As edições da Aleta só conheço de ver na net...

      Boas leituras!

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    2. Já tenho comprado algumas (e também de Dylan Dog) e são boas edições. Uma vez que sei que não tem problemas em ler em espanhol, recomendo.

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    3. Obrigado pela sugestão, V.
      Vou experimentar.

      Boas leituras!

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  2. Mas essas edições da Aleta vocês encomendam pela internet, certo?

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  3. ^Sim, claro. Se é certo que se tem de prezar as edições da Mythos (porque também de outra forma nunca teria provavelmente sequer tido interesse em ler Julia), a qualidade e estado relativo das edições que chegam às bancas portuguesas deixa a desejar. No caso da Julia, pelo menos onde vivo, a disponibilidade é também um problema (apenas 2 quiosques recebem, ambos longe de mim).
    Por outro lado, se Tex e até Dylan Dog existem em inglês e francês, não é o caso com Julia, para além de que a Aleta também edita outras Bonelli que não chegam (ou já não chegam) cá em brasileiro (Dampyr, Martin Mystere, Mister No, Nathan Never). Encomendando, por exemplo, da FNAC espanhola, chega em 2/3 dias a Portugal. O facto de lançarem em colectânea também dilui alguma coisa os custos por número.
    As edições francesas da Clair de Lune (Dampyr, Tex, Dragonero, Shanghai Devil) são também boas. Fiquei ainda agradado com a edição alemã de Dylan Dog, em formato de revista unitária mas com uma qualidade impressionante do papel e da tinta.

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  4. Finalmente pude ler este número.
    Na verdade, apesar do formato das histórias de Julia, com 128 págs já ser maior do que o habitual, na primeira história mostrou continuar a ser pouco para a ambição dos autores.
    Já quanto à "mudança marcante" da segunda história pareceu um tanto ou quanto forçado e repentino. Certamente que após cem números seria necessário introduzir algum artifício para criar dinâmicas diferentes na série.

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    Respostas
    1. Sim V,
      Finalmente esta edição chegou aos quiosques portugueses. A limitação de páginas é um problema recorrente em muita BD, seja ela Bonelli, Marvel, DC ou franco-belga. Foi algo que as graphic novels vieram resolver, embora esse formato não se ajuste a todas as edições.
      A 'mudança marcante' da segunda história representa na verdade um salto - fica a sensação que houve pelo meio acontecimentos que os leitores não puderam ver - mas faz sentido se analisada numa perspectiva de conjunto considerando as edições mais recentes e algumas para a frente... E tinha por objectivo fazer alterações de fundo na série, que a Sergio Bonelli Editore vetou.

      Boas leituras!

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