Uma das surpresas deste final de ano, foi
o aparecimento de mais uma editora de BD, a Ala dos Livros. A
entrevista que se segue foi pedida em Setembro passado, mas as
respostas dos seus responsáveis, Ricardo M. Pereira e João M.
Pereira, conforme combinado então, só agora surgem por haver um
novo título para anunciar.
As
Leituras do Pedro -
Porquê Ala dos Livros?
Ala
dos Livros - Porque
partilhamos vários gostos e pareceu-nos que este nome envolve um
conceito que queremos que venha a englobar várias vertentes da
edição.
As
Leituras do Pedro -
Porquê editar BD? E porquê agora?
Ala
dos Livros - A
BD está no ADN da nossa família há 3 gerações; crescemos no meio
da BD e desde cedo aprendemos a gostar dela. Assim, editar BD seria
uma opção incontornável.
Há
alturas na vida em que os projectos, por uma razão ou outra, se vão
adiando. Há outras, em que se tornam inadiáveis. Tínhamos
projectos que queríamos
fazer, inclusive
com o nosso avô [Jorge
Magalhães],
e achámos que era esta a altura.
As
Leituras do Pedro -
Quais as razões da escolha de Beowulf para iniciar o catálogo?
Ala
dos Livros - Houve
várias razões: queríamos
começar com uma obra de referência, que fosse marcada pela
diferença no que refere ao estilo/força; Apesar do risco,
pretendíamos
começar com uma obra de um autor de referência na BD actual, e que
não estivesse publicado em Portugal. Das
opções disponíveis, considerámos que Beowulf, sendo uma história
milenar, inclusive já adaptada ao cinema, reunia esses requisitos.
E, por fim, acrescente-se a isto o facto de o nosso avô Jorge
Magalhães ter editado em Portugal uma outra adaptação, para BD, de
Beowulf. O Jorge publicou num dos seus blogues, a este propósito, um
artigo sobre a edição de Beowulf, do Capriolli. Cumprimos o nosso
ADN.
As
Leituras do Pedro -
Qual a linha editorial que a Ala dos Livros pretende seguir?
Ala
dos Livros - Pretendemos
posicionar-nos sobretudo na edição de BD europeia e editar obras e
autores de que gostamos.
Ala
dos Livros - Existem
neste momento vários títulos com negociações fechadas, que
consideramos ser um bom início de catálogo. Destes, podemos desde
já confirmar a edição de Comanche, de Hermann e Greg, que em 2019
comemora 50 anos da sua primeira edição. Tratando-se de uma edição
comemorativa, publicaremos a obra em versão integral, a p/b.
Consideramos que esta obra é uma das referências incontornáveis do
western e ganha outra densidade publicada a p/b.
As Leituras do Pedro - Os três volumes da Comanche dizem respeito apenas à fase desenhada pelo Hermann ou também incluirão os álbuns desenhados pelo Rouge?
As Leituras do Pedro - Os três volumes da Comanche dizem respeito apenas à fase desenhada pelo Hermann ou também incluirão os álbuns desenhados pelo Rouge?
Ala dos Livros - Vamos
publicar os dez títulos do Hermann (mais as histórias curtas) em
3
volumes. Os títulos do Michel Rouge (publicados
originalmente pela Dargaud e não pela Lombard, como é o caso
dos títulos do Hermann) não estavam, à data das nossas
negociações, disponíveis em nenhum dos catálogos. De
qualquer forma, não conhecemos nenhuma edição a p/b destes 5
títulos.
O
facto de editarmos a obra em 3 volumes é uma opção nossa.
As
Leituras do Pedro -
Quando
é que Comanche vai estar disponível em português
Ala
dos Livros - Contamos
editar o primeiro de três volumes
de
Comanche em
Março,
pois antes dessa
edição
queremos lançar
uma
outra novidade de um grande autor internacional, da qual temos
prevista uma co-edição
e lançamento simultâneo com França, mas
não
podemos, para já, adiantar mais...
(clicar nas imagens para as aproveitar em
toda a sua extensão)
Aceitam se apostas
ResponderEliminarEu aposto no novo do Miguelanxo Prado...
ResponderEliminarisso não estará c a Levoir?
EliminarSe são três volumes ,vão publicar também a fase do rouge.
ResponderEliminarMagnifica noticia. Espero que não se fiquem por aqui no que diz respeito ao Hermann e sigam para Bois Maury.
ResponderEliminarisso seria brilhante. sobretudo se o fizessem tb a p/b.
Eliminarcreio é não existir a fase do Rouge editada a p/b..a ver vamos.
ResponderEliminarSim, em França a única coisa editada em integral a p/b foi o Hermann.
EliminarNa entrevista falam em 3 volumes.
ResponderEliminarHermann foi editado em dois .O terceiro seria o do rouge?
Chamas a isto uma entrevista, Pedro? 5 perguntas? Se foi oral deve ter demorado aí uns 2 minutos, não? Entre perguntas e respostas há menos de 500 palavras. Mais parece uma conversa tida ao balcão enquanto tomavam um cimbalino :-( Nem sequer as perguntas obrigatórias: o Comanche vai sair em 3 vols, porquê? A edição da Niffle são dois vols...O formato vai ser o (extraordinário) formato da Niffle? E o preço, como vai ser? :-( :-(
ResponderEliminarA entrevista foi breve, mas foi boa .
EliminarAlgumas das dúvidas aqui colocadas já foram respondidas pela Ala dos Livros, numa questão extra entretanto acrescentada à entrevista.
ResponderEliminarObrigado pelo interesse de todos.
Boas leituras!
Quanto a mim considero uma parvoíce total, Comanche a p/b só para aqueles que já teem os albuns todos, é apenas uma curiosidade artística.
ResponderEliminarAs histórias da Comanche devem muito à côr, está ali para emprestar o ar desolado, "gritty" e dirty das histórias, já viram o nascer do sol, o pôr do sol nas histórias do Hermann? a côr é uma personagem fundamental.
Isto assim nem para embrulhar castanhas serve.
Republicar (quantas décadas têm os albuns da Bertrand?) a Comanche em capa dura e com melhor qualidade de papel, impressão, legendagem, isso sim seria de valor.
Haverá sempre gente descontente...
ResponderEliminarFaça se o que se fizer.
Pois, eu tenho critérios.
EliminarApenas considero que é uma oportunidade desperdiçada.
Ainda nem tivemos a oportunidade de degustar "Os Xerifes" em edição nacional, este que é possivelmente o melhor capítulo da série Comanche...
Mas é chique ter um calhamaço a p/b para impressionar os amigos hipsters quando vão lá a casa.
Para si, era melhor não publicar?
EliminarNão foi isso que eu disse, pois não?
ResponderEliminarApenas aproveito esta matéria para chamar a atenção para lacunas sobre essa série.
Porque isto NÃO É Comanche, trata-se sim de arte preparada para depois levar com tratamento de cor, é irrelevante para quem não tem os albuns.
Existem sim edições de integrais com côr da mesma editora, a Lombard, à qual esta edição do artigo faz par e que é um complemento, uma não faz sentido sem a outra.
No panorama nacional não temos edições da Comanche a côr e querem colocar edições a p/b integrais? Good Luck