Em 2018 a edição de BD manteve a tendência de crescimento mostrada ultimamente, tendo sido lançadas em Portugal 283 edições de BD.
Atrevo-me a escrever que, com as devidas diferenças e sem
comparações, desde os tempos áureos das revistas de BD - há décadas encerrados
- que não se editava tanta BD em Portugal. E acrescento mesmo: e tão boa.
Como habitualmente, fica o reparo inevitável: nesta
contabilidade, feita em conjunto por As
Leituras do Pedro e José de Freitas, em que poderão, obviamente, existir
falhas pontuais, foram consideradas apenas as edições de BD com efectiva
distribuição comercial e (alguma) perenidade nos locais de venda. Ou seja, não
foram consideradas as revistas vendidas exclusivamente em bancas, edições de
autor, camarárias, institucionais, independentes… muitas delas difíceis de
contabilizar e controlar, que poderiam representar mais umas (poucas?) dezenas
(?).
Edições
Como já escrevi, foram 283 as edições de BD lançadas em 2018
em Portugal, o que significa um crescimento de 22 títulos e 8,4 %, em relação
ao ano anterior. Quase mais dois por mês... E de 72 títulos e 34 % em relação a 2017.
Este número foi afectado claramente, pela paragem e
posterior insolvência da Goody, em meados do ano. Sem este factor, poderiam ter
sido facilmente atingidas mais de 320 edições.
Em termos de distribuição por trimestre, ela foi bastante
equilibrada, embora com uma relativa prevalência para o segundo trimestre. Em
termos mensais, as edições variaram entre as 12 (Dezembro) e as 38 (Maio).
Editoras
Foram 31 as editoras que editaram banda desenhada em 2017. Cinco ficaram acima das duas dezenas de títulos, dois terços publicaram menos de 5 livros.
Continua a haver um grupo de grandes editoras: ASA, Devir,
G.Floy, Levoir e Goody (de onde saiu a Salvat, em relação a 2017) com uma média
mensal superior a duas edições.
Em termos de editoras médias, entre as 5 e as 12 edições,
temos Arte de Autor, Escorpião Azul, JBC Portugal, Planeta e Polvo, sendo de
destacar, em relação a 2017, a 'entrada' da JBC e o 'desaparecimento' deste
grupo da Chili Com Carne e da Kingpin Books.
A Goody, que entretanto entrou em insolvência e será a
grande ausente de 2019, foi a mais activa pois lançou 68 edições, registando o
maior aumento em relação ao ano anterior, onde se tinha ficado por 26. A G.
Floy registou também um aumento significativo: de 24 para 32.
Em sentido contrário, temos os casos da Devir (de 40 para
26), da Kingpin (de 10 para 1) e da Salvat (de 23 para 4).
Géneros
A divisão por géneros não é fácil, os critérios são muito
variáveis e há livros que obedecem a mais do que um simultaneamente.
Eis o resumo possível desta 'classificação'.
Origem
Em termos de origem das obras, os Estados Unidos
prevaleceram, com pouco mais de um terço das obras editadas, embora este valor
seja substancialmente inferior ao registado em 2017.
A seguir, entre Espanha, França/Bélgica, Itália, Japão e
Portugal as diferenças são relativamente curtas, variando entre os 10 % e os
15% do total.
Distribuição
Em termos de distribuição pouco mais de 20 % das obras foram
lançadas com o jornal Público, 40 % passaram pelas bancas numa primeira fase e
outras tantas exclusivamente pelas livrarias.
Edições, há. É importante que encontrem quem as leia.
Boas leituras!
(clicar nas imagens para as aproveitar em toda a sua extensão)
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