Já o escrevi
por aqui várias vezes: o importante não é (tanto) a história que
se conta, mas sim como se conta. Brian K. Vaughan (Saga;
Y, o último homem;
Fábula de Bagdad…)
é um bom exemplo disto. Mais, é um exemplo de como consegue tornar
irresistíveis temáticas que (me) dizem menos ou até pouco…
Porque, depois
de Saga,
Paper Girls
é outro belo exemplo.
Nascida - aparentemente, aos olhos do leitor desprevenido - como crónica social do final dos anos 1980, evoluiu rapidamente para uma intrincada saga de ficção-científica, com viagens no tempo e no espaço, com sobreposição de versões diferentes das mesmas personagens em determinadas épocas, polícias espaciais, monstros descomunais, naves imponentes, portais interdimensionais e um sem número de questões (ainda) não respondidas que, no entanto, mais não fazem do que deixar o leitor cada vez mais sedento da sua leitura.
Nascida - aparentemente, aos olhos do leitor desprevenido - como crónica social do final dos anos 1980, evoluiu rapidamente para uma intrincada saga de ficção-científica, com viagens no tempo e no espaço, com sobreposição de versões diferentes das mesmas personagens em determinadas épocas, polícias espaciais, monstros descomunais, naves imponentes, portais interdimensionais e um sem número de questões (ainda) não respondidas que, no entanto, mais não fazem do que deixar o leitor cada vez mais sedento da sua leitura.
Infelizmente,
a Devir - por razões diversas que não são agora para aqui
chamadas, mas que seria bom serem explicadas - não foi feliz no
lançamento desta série, que apresentou um grande hiato entre os
volumes 1 e 2, mas parece agora entrar numa velocidade de cruzeiro
mais agradável, com os volumes hoje em análise separados no tempo
por menos de meio ano. Que chegue depressa o quarto tomo, para
recuperar a confiança dos leitores e dispô-los a arriscarem na
série.
Que, friso,
vale bem a pena. Não só pelos elementos já adiantados, mas pela
forma como vai explorando a adolescência das quatro protagonistas e
a sua capacidade de reacção face ao perigo e ao desconhecido,
cimentando a união entre elas, ou as diferenças entre o seu
presente - em 1988 - e as outras épocas visitadas, com destaque para
2016, marcada pela acelerada evolução tecnológica.
E, também,
pela forma como Vaughan faz avançar a narrativa, de forma
estruturada e sedutora, sem nos deixar sequer saber, até ao momento,
o que se passa realmente - e quando! - ou, ao menos, quem são os
bons e os maus num relato cuja complexidade vai num crescendo e de
cuja leitura se compreendem bem os prémios Eisner
e Harvey
que Paper Girls tem
acumulado.
Paper Girls #2 e #3
Brian K.
Vaughan (argumento)
Cliff Chiang (desenho)
Matt Wilson
(cor)
Devir
Portugal, Julho/Novembro
de 2019
170
x 260 mm, 128
p., cor, capa mole
14,99
€
Está, definitivamente no meu radar. Sou fã do Saga.
ResponderEliminarO Vaughan é um dos maiores autores de BD de ficção científica. Para além de Saga, Y o Último Homem e deste Paper Girls, recomendo vivamente Ex-Machina que assinou há uns anos para a Wildstorm/DC, e a série que assinou para Marvel, The Runaways. O Ex-Machina para mim é a mais inteligente e complexa série que escreveu, e embora seja nominalmente (no princípio) de super-heróis, é na verdade mais uma excelente saga de FC. E o Runaways é excepcional, a história dum grupo de miúdos cujos pais se encontram regularmente nuns eventos de caridade, e que um dia descobrem que os pais são supervilões.
ResponderEliminarO Saga é muito giro mas não me excita, acho um bocado sobrevalorizado, inteligente, bem escrito, melhor desenhado mas...
ResponderEliminarMesmo o Y considero que se esticou demasiado.
Tudo bem, isto é um negócio, mas o Ex-Machina, que tristemente continua inédito em PT é algo de diferente, e a temática de supers é apenas um pretexto, uma alavanca, para outros voos.
Este Paper Girls francamente não conheço, parece delirante mas desta vez vou passar à frente.
Até aonde li esta bem menos "cru e sexo" que Ex Machina em 2 volumes.
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