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06/12/2023

Bouncer #12 Hecatombe

Limpeza geral



Lido este volumoso tomo, a cena inicial revela-se quase premonitória. A torrente, criada pela chuva intensa que, em lugar de lavar e purificar, arrasta toda a porcaria que encontra pelo caminho - e até os caixões desenterrados do cemitério local - para as ruas de Barro-City, irá obrigar a uma limpeza geral.

04/12/2018

Bouncer: O Ouro Maldito/O Espinhaço do Dragão

Sem Jodorowsky




O novo díptico de Bouncer - uma das séries que a Arte de Autor está a publicar regularmente - fica marcado pela ausência de Jodorowsky no argumento, assumido também pelo desenhador Boucq.
Semelhanças e diferenças (para descobrir) a seguir.

19/06/2018

Bouncer: To Hell and Back

Semana do Western III





Depois da gentileza de Cisco Kid e do humanismo (ainda latente) de Ken Parker, trazer Bouncer a esta ‘Semana do Western’ de As Leituras do Pedro, implica uma viragem de 180 graus na abordagem a um género que, há não muito tempo, muitos consideravam acabado.

05/11/2017

Leitura Nova: Bouncer - To Hell and back



(nota informativa disponibilizada pela editora)

Bouncer é agora o proprietário de o INFIERNO, um dos saloons de Barrio City. Trata-se de mais uma dessas cidades áridas do Far West, onde o estrangeiro de passagem encontrará mais facilmente whisky adulterado do que água, e terá mais probabilidades de dar de caras com a morte do que encontrar um filão de ouro. Bouncer, que não é um homem violento, não se defende nada mal apesar da sua deformação física, mas não hesita matar para defender aqueles e aquilo que acha justo.

27/02/2014

Daredevil: 50 anos














Os cegos vêem, os surdos ouvem e os coxos e aleijados correm e voam.
Milagres? Não, heróis de banda desenhada!

31/08/2012

Bouncer #6/#7

A Viúva Negra/Coração Dividido
 
 
 
 
 
Jodorowsky (argumento)
Boucq (desenho)
ASA (Portugal, Julho de 2012)
240 x 320 mm, 118 p., cor, cartonado
23,20 €
 
 
 
 
1.       Sexo, religião, misticismo, violência, relacionamentos ambíguos, superação, são algumas características sempre presentes nas obras assinadas pelo chileno Alejandro Jodorowsky. Tenham elas fundo histórico ou sejam ficção pura, mergulhem no passado, decorram num presente mais ou menos próximo ou antecipem futuros tão maravilhosos quanto utópicos…
2.      E embora isso possa dar a sensação que o argumentista reconta sempre a mesma história – e é evidente que o faz muitas vezes - conforme a dose de cada um daqueles elementos, o cenário temático escolhido e a inspiração do momento, proporciona aos leitores obras (que pouco mais são do que) medianas ou títulos marcantes e incontornáveis.
3.      Bouncer, deve classificar-se nestas últimas, pois é um western exemplar sob vários aspectos: duro, violento, amoral, profundamente realista apesar do traço semi-caricatural que lhe confere a imagem, sem verdadeiros heróis, com repugnantes facínoras…
4.      E porque conjuga tudo isto com os temas habituais do género – pistoleiros, perseguições, tiroteios, militares corruptos, indígenas oprimidos, cidades sem lei, bares, cadeias, extensas pradarias, montanhas desoladoras e agrestes… - e o toque de originalidade que Jodorowsky lhe conferiu.
5.      A surpreendente associação com Boucq, então conotado com banda desenhada humorística e caricatural, se inicialmente surpreendeu, de tomo para tomo revela-se cada vez mais acertada, com o desenhador a afastar-se suficientemente do tom caricatural sem perder o seu registo próprio e a demonstrar o seu talento num retrato realista e credível dos locais onde a acção tem lugar, sejam eles largos espaços selvagens (pradarias e montanhas que imperam neste relato) ou confinados interiores de bares, prostíbulos, grutas ou tendas índias.
6.      Neste tomo duplo, auto-conclusivo - embora possa ajudar (a compreender) conhecer o passado do protagonista - Bouncer vê-se a braços (passe a expressão, porque aplicada a um maneta…) com um assassino louco (devido ao gume de machado que tem enterrado na cabeça) e a sua prole sanguinária, um destacamento militar composto por mercenários apostados em exterminar os índios da região, uma viúva rica que não olha a meios para possuir todos os terrenos em torno de Barrio City e a nova professora, acabada de chegar à cidade. Com a agravante de desejar as duas últimas e de todos eles se cruzarem a diversos níveis e em situações díspares.
7.      Se é verdade que no final tudo, de alguma forma, se resolve e Bouncer vê todos os seus problemas resolvidos, o caminho para lá chegar não será isento de perigos, confrontos e de um longo rasto de mortos, paredes meias com muitas surpresas, a principal das quais (que por razões óbvias não vou referir) contribui para conferir a este relato o tal toque de originalidade que o distingue de outros westerns similares mas banais.
 
8.     A terminar.
9.      A edição deste álbum duplo – como aconteceu recentemente com tomos de Murena e de O Gato do Rabino – parece querer mostrar que é possível editar álbuns “integrais” em Portugal.
10.  Se a iniciativa é louvável, pela qualidade da obra em si e da edição, por compilar uma história completa e por permitir fechar uma colecção até agora em curso, e se pouco há a apontar-lhe – a ausência da capa de um dos tomos é um desses aspectos (menores) – fica a dúvida se o preço final justifica a opção. Porque, apesar de inferior ao de dois tomos separados, continua a ser elevado para o nosso nível de vida, mais a mais no período de crise que se atravessa.
11.   Não me parecendo que esta seja uma forma de teste ao nosso reduzido mercado, terá a editora razões que eu desconheço? Espero que sim e que esta venha a ser uma aposta ganha.
 
 
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