“O Capitão Bretanha
embarca numa surpreendente aventura, que o leva a uma versão sombria e
distorcida da Grã-Bretanha, na qual se depara com a loucura do manipulador de
realidade Mad Jim Jaspers, e tem de enfrentar o temível assassino de heróis, o
simbionte Fúria. E mais, o Leão de Londres junta-se à bela Saturnyne, e vai
enfrentar alguns dos seus mais letais inimigos, o Mestre Assassino e a
anárquica Gangue Maluca, e será também caçado por Cão de Guerra e o Poder
Executivo. Ação e aventura britânicas à Maneira da Magnipotente Marvel!.”
No ano em que se publicaram em Portugal alguns dos seus
livros mais importantes de sempre, é com grande prazer que a Salvat apresenta
mais uma das obras marcantes da carreira daquele é certamente um dos maiores
argumentistas de comics de todos os tempos, Alan Moore. Juntando-se a Watchmen,
V de Vingança, Liga de Cavalheiros Extraordinários: Século e Miracleman, este
volume de Capitão Bretanha permite aos fãs terem uma visão maravilhosa das
histórias que Moore criou, desta feita para o universo de super-heróis da
Marvel.
Em 1976, Roy Thomas e o desenhador Frank Robbins
apresentavam o primeiro herói britânico da Marvel, o Union Jack, e poucos meses
depois chegava o primeiro super-herói criado pela Casa das
Ideias de propósito para o mercado inglês. A Marvel UK tinha
começado uns anos antes a reimprimir revistas da sua casa-mãe, para
distribuição directa na Grã-Bretanha, e sempre tinha pedido para poder editar
material original. Infelizmente, as primeiras experiências falharam, apesar de
terem resultado na criação de Capitão Bretanha por Chris Claremont e Herb
Trimpe.
Foi o lendário editor Dez Skinn que relançaria a Marvel UK
um par de anos mais tarde, e o Capitão Bretanha regressaria às páginas das
revistas da Casa das Ideias como personagem secundária ao lado do Hulk ou do
Cavaleiro Negro. Foram feitas várias tentativas de relançar o herói, até que
Alan Davis, na altura em início de carreira, foi contratado para recriar o fato
do Capitão, e desenhar a série; com a saída posterior do então argumentista da
série, David Thorpe, ficou aberta a porta para a entrada de Alan Moore, que já
tinha começado a colaborar com Alan Davis na revista Warrior (Davis tinha acabado
de substituir Garry Leach como desenhador de Miracleman).
Fazendo jus à sua reputação de “reconstruidor e
desconstruidor” de personagens, Alan Moore reescreveu a origem do Capitão
Bretanha, tornando Merlyn num poderoso guardião do universo, e Braddock em
membro de uma família extradimensional. Deu também ao Capitão Bretanha uma
ligação metafísica com o Extramundo - que ele definiu como estando localizado
no nexo da realidade, onde ciência e magia existem como uma só. E o resto é
história, como se costuma dizer, histórias que os leitores poderão ler neste
maravilhoso volume que recolhe toda a contribuição que Alan Moore deu para o
Capitão Bretanha e o universo que o rodeia.
É pois um Alan Moore em início de carreira que poderemos ver
neste espectacular volume da colecção Oficial de Graphic Novels da Marvel, que
inclui um extenso dossier sobre a personagem do Capitão Bretanha, e sobre os
seus autores. Porque não só de Moore vive este volume, e é de salientar o
extraordinário trabalho de Alan Davis. É possível ver a arte dele a evoluir
enquanto a história avança, tornando-se cada vez mais experimental, à medida
que ele quebra tradições e desenvolve o seu próprio estilo. E, naquela época,
os autores tinham apenas oito páginas por semana para contar este épico multidimensional,
por isso, cada uma dessas páginas está a abarrotar de ideias e imagens, em
contraste com a banda desenhada descomprimida dos dias de hoje. Um volume a não
perder, um grande clássico da BD de super-heróis.
Colecção Oficial de
Graphic Novels Marvel
Volume 30
CAPITÃO BRETANHA UM
MUNDO AO CONTRÁRIO
Argumento de ALAN
MOORE e arte de ALAN DAVIS.
Este volume reúne as
edições 387-388 de Marvel Superheroes, 1-11 de The Daredevils.
e 7-13 de The Mighty World Of Marvel, Volume 2
À venda desde 14 de Novembro de 2016
200 pgs., 11,99 €
(texto e imagens disponibilizados pela editora; clicar nelas
para as aproveitar em toda a sua extensão)
Como não sou consumidor de comics (leia-se, revistas mensais com histórias sem fim...), não fazia a menor ideia que existia um capitão Bretanha.
ResponderEliminarDiga-se que já não tenho paciência para tantos livros do Capitão América (e do Batman, já agora) que foram surgindo da Levoir, pelo que da coleção da Salvat, esses serão muito provavelmente dos últimos a serem pegados para ler.
Relativamente ao Bretanha.... Eu não leio pela ordem que são editados, mas sim por aquilo que as mãos agarram e que me apeteça ler no momento, mas despertou alguma curiosidade.
Quanto mais não seja por ter Alan Moore como argumentista...
EliminarBoas leituras!