31/05/2018

Dragonero: A Primeira Missão


Diversidade




E ao oitavo volume, a colecção Bonelli Levoir/Público, alarga a demonstração de um dos conceitos que está na base da actividade editorial da Sergio Bonelli Editore: a diversidade.
Até agora os volumes editados tinham por base a ancoragem na realidade - mesmo que mais ou menos ficcionada, conforme os casos - atendo-se a realidades concretas, a locais definidos e reconhecíveis e a espaços temporais quase sempre (relativamente) contemporâneos - o oeste de Tex, a Londres de Dylan Dog, o Portugal (!) de hoje de Dampyr, a Garden City de Julia (espelho de tantas grandes metrópoles)... Todos praticamente contemporâneos, se retirarmos desta enumeração Tex ou ainda Le Storie.
Mas, agora, com Dragonero, a mudança é radical: passamos do reconhecível para o fantástico - o mundo de Erondar; abandonamos o concreto, por um imaginário onde há demónios e dragões; esquecemos os protagonistas que podemos encontrar ao virar da esquina, por uma dupla constituída por um humano e um... ogre.
Dragonero significou, em 2007, uma aposta da Bonelli no género fantasia heróica, aceitando uma proposta dos seus criadores e correspondendo a uma procura crescente, hoje acentuada graças a A Guerra dos Tronos.
A Primeira Missão, primeira história a cores da série, agora disponível em português, narra o encontro dos principais protagonistas, Ian e Gmor, uma dupla que, com as devidas diferenças, e de forma menos acentuada na disparidade das suas características intrínssecas, faz recordar outras que pontuam séries Bonelli: Martin Mystère e Java - a inteligência e a força bruta -; Zagor e Chico - a coragem e o contraponto humorístico; mais distante na comparação, Tex e Kit Carson - o optimista e o pessimista...
Situada após o abandono do exército imperial por Ian, entretanto caído em desgraça por algo que apenas conseguimos entrever de forma difusa, esta história relata o seu reencontro com Gmor, e uma missão de salvamento que vão efectuar em conjunto, como prelúdio do futuro que a partir daí os unirá como batedores num mundo conturbado e em mudança, ameaçado pelos poderes das trevas, pelos dragões e pela sempre incontornável ambição humana.
Porta de entrada - num género de que não sou particularmente apreciador - cumpre - como sempre na Bonelli - em termos gráficos e narrativos classicistas, a sua missão de divertir e entreter e entreabre portas que deixam os leitores curiosos e com vontade de conhecer mais sobre o intrigante e fantástico mundo de Dragonero, o caçador de dragões.

Dragonero: A Primeira Missão
Colecção Bonelli #8
Luca Enoch e Stefano Vietti (argumento)
Cristiano Cucina e Manolo Morron (desenho)
Levoir/Público
Portugal, 30 de Maio de 2017
190 x 260 mm, 136 p., cor, capa dura
10,90 €

(imagens disponibilizadas pela editora; clicar nelas para as aproveitar em toda a sua extensão)

1 comentário:

  1. Coleçao bonelli II, III, IV, V, VI... Estou a adorar!

    Ricardo Amaro

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