Outra
vez em Portugal
Nesta
segunda incursão - literalmente - dos heróis Bonelli no nosso país,
conhecemos - ou redescobrimos - Martin Mystère, o detective do
impossível, nos Açores, às voltas com o fim da Atlântida.
Aquele
que chegou a ser um dos mais populares heróis da Bonelli, surge
nesta colecção depois da dupla viagem de Dampyr a Portugal, numa história em grande parte
ambientada no mar dos Açores, baseada na lenda de que aquele
arquipélago corresponde às zonas não submersos do mítico
continente da Atlântida.
História
construída com diversos flashbacks alusivos a uma anterior vinda do
protagonista ao nosso país, que alternam com a acção no presente,
apenas parcialmente protagonizada por Mystère, serve bem de cartão
de visita a este americano, escritor, apresentador de televisão,
arqueólogo e viajante incansável, que percorreu todo o planeta, o
seu interior desconhecido e parte do espaço, em busca de respostas
para os grandes mistérios da humanidade: da Atlântida às estátuas
da Ilha da Páscoa, do Triângulo das Bermudas à presença de
extraterrestres entre nós, entre muitos outros. Ao seu lado, quase
sempre a bela Diana e Java, o neanderthal que encontrou numa das suas viagens; pontualmente também Orloff, antigo colega e amigo, agora quase sempre adversário embora por vezes com interesses comuns, como acontece em O destino da Atlântida. Como adversários
recorrentes, surgem os poderosos Homens de Negro, uma sociedade
secreta apostada em manter ocultas todas as descobertas que possam
contrariar a História vigente.
O seu criador foi Alfredo Castelli, em 1982, que dotou as aventuras de Mystère de múltiplas referências, combinando habilmente factos conhecidos com lendas urbanas e hipóteses mais ou menos plausíveis, para criar um misto de veracidade e ficção que têm, pelo menos, o condão de aguçar a curiosidade do leitor.
Histórias ricas em informação - o que por vezes significa excesso de texto - muitas vezes não dão respostas - que não seriam possíveis - mas apontam soluções alternativas ou explicações plausíveis, mesmo que algumas delas - hoje - possam parecer um pouco ingénuas ou datadas...
O seu criador foi Alfredo Castelli, em 1982, que dotou as aventuras de Mystère de múltiplas referências, combinando habilmente factos conhecidos com lendas urbanas e hipóteses mais ou menos plausíveis, para criar um misto de veracidade e ficção que têm, pelo menos, o condão de aguçar a curiosidade do leitor.
Histórias ricas em informação - o que por vezes significa excesso de texto - muitas vezes não dão respostas - que não seriam possíveis - mas apontam soluções alternativas ou explicações plausíveis, mesmo que algumas delas - hoje - possam parecer um pouco ingénuas ou datadas...
O
destino da Atlântida é um bom exemplo do que atrás fica
escrito - e que está mais desenvolvido no prefácio, desta vez de Pedro Bouça, cuja leitura, mais uma vez aconselho.
Partindo de dois factos aparentemente isolados - um pesadelo de
Mystère e a queda de um satélite por acidente - a narrativa vai
conduzir o investigador - e atrás dele, os leitores - após muitas
peripécias - talvez demasiadas, reconheço que teria ganho com menos
algumas páginas... -, alguns confrontos e diversas surpresas, para a
explicação - uma explicação? - do cataclismo que destruiu a
Atlântida - ou que a teria destruído se realmente tivesse
existido...
Para
além do regresso de um herói Bonelli a Portugal, este volume repete
um outro aspecto da presente colecção, o regresso do mestre
Sergio Toppi, depois da sua passagem por Julia: O Eterno Repouso,
como desenhador da segunda narrativa deste volume.
Graças
a mais essa colaboração de Toppi com a Bonelli, os leitores
receberam duas dezenas de páginas 'extra' com Questões
de Família, história curta desconcertante mas bem-humorada, que
funciona no registo de quase anedota
interna no seio do universo temático de Martin Mystère.
Curiosidade
A certa altura de O destino da Atlântida, Martin Mystère é transportado num táxi cuja matrícula é AZ59752. Não sendo de certeza matrícula portuguesa, poderá ser açoriana? Custa-me a crer que um argumentista como Castelli cometesse um erro destes, a não ser que este possa ser imputado aos desenhadores, no entanto, não consegui encontrar qualquer referência à existência deste tipo de matrícula automóvel no arquipélago português...
Curiosidade
A certa altura de O destino da Atlântida, Martin Mystère é transportado num táxi cuja matrícula é AZ59752. Não sendo de certeza matrícula portuguesa, poderá ser açoriana? Custa-me a crer que um argumentista como Castelli cometesse um erro destes, a não ser que este possa ser imputado aos desenhadores, no entanto, não consegui encontrar qualquer referência à existência deste tipo de matrícula automóvel no arquipélago português...
Martin
Mystére
Colecção
Bonelli #7
O
destino da Atlântida
Alfredo
Castelli (argumento)
Cardinale
e Orlandi (desenho)
Questões
de família
Alfredo
Castelli (argumento)
Toppi
(desenho)
Levoir/Público
Portugal,
24 de Maio de 2018
190
x 260 mm, 184 p., pb, capa dura
10,90
€
(imagens
disponibilizadas pela editora; clicar nelas para as aproveitar em
toda a sua extensão)
A ver se o vou buscar mais logo.
ResponderEliminarNestes dias li o Julia e o La Storie. Sendo do tempo do Falcão e demais revistas desse tipo daqueles tempos, já não sou de adquirir as obras "populares" da Bonelli. Pela mais simples razão de nem os ver nas bascas que frequento... Fico extremamente satisfeito por terem sido publicados desta forma e creio que, havendo um catálogo de certeza vastissimo na Bonelli, se justifica mais séries desta editora, editados desta forma.
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