Geralmente pouco receptivo ao género narrativo, confesso-me rendido a Dragonero, por estes dias possivelmente a mais vendável franquia ‘moderna’ da Sergio Bonelli Editore.
Na verdade, volume após volume - disponíveis em edições robustas
e generosas da Panini espanhola, compreensivelmente a cores, embora
em termos pessoais talvez as preferisse no preto e branco original,
tal como as está a publicar a Mythos no Brasil - Dragonero
vai ganhando consistência e unidade, ao mesmo tempo que se expande
pelos reinos de Erondar que lhe servem de cenário(s).
Desta vez, o aparecimento de um inusitado ser, que se revela mortal e
apresenta uma conexão mental com Ian, leva este caçador de dragões
e Gmor, o ogre que é seu companheiro, em mais uma perigosa missão
nos confins da zona civilizada, onde as surpresas, os adversários e
as vítimas se irão multiplicando.
Com uma narrativa sólida, feita de avanços e recuos, fortes
momentos de acção e com as revelações a surgirem de forma
progressiva, Nacido de las llamas, para além de envolvente,
serve também para alargar o conhecimento dos leitores sobre o
universo de Dragonero, os seus protagonistas e a sua fauna.
Como complemento, este volume apresenta ainda El último vuello,
uma narrativa curta - para os padrões Bonelli, pelo menos - que, a
posteriori, explica a origem do
ser que Ian defronta na primeira
história, fechando de alguma forma o círculo implícito. E fá-lo
de forma muito interessante, pelo modo assertivo com complementa
algumas lacunas que a narrativa principal (implicitamente) deixara.
Nota final
Vale o que vale - e até não seria a minha primeira escolha - mas se
desejasse editar alguma série Bonelli em Portugal, a seguir a Tex
- estando Dylan Dog de fora uma vez que já está de alguma
forma em curso de publicação - Dragonero parece-me a escolha
mais óbvia, comercialmente falando.
Dragonero: Nacido de las llamas
Luca Enoch (argumento)
Alfio Buscaglia (desenho)
Panini Comics
Espanha, 25 de Junho de 2020
195 x 259 mm, 208 p., cor, capa dura
ISBN: 9788413344133
22,00 €
(imagens disponibilizadas pela Panini Comics;
clicar nelas para as aproveitar em toda a sua extensão)
Eu concordo, porque é uma série estimulante, criativa, Sword & Sorcery bem feita, apesar de ser comercial nota-se o carinho que é dedicado por escritores e artistas.
ResponderEliminarPenso que mais nenhum outro título conseguiu ser fiel ao espírito da Savage Sword do Conan dos anos 70 como o Dragonero e ainda num registo mais moderno e atraente para o leitor exigente do século 21.
Dragonero tem histórias muito boas não havendo nada do gênero em Portugal acho que se safa. E acho que também tinha lugar para algum ficção científica da Bonelli.
ResponderEliminarComercialmente falando, acho que também se poderia tentar editar algumas edições de Le Storie, até porque acabam por ser histórias confinadas e com o Bonelli a sair poderiam ter algum sucesso.
ResponderEliminarJá agora, onde compras?
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