Depois
de um início não muito sedutor - a colecção em
França até nasceu
como álbum único… - a Operação
Overlord
parece agora entrar em ritmo de cruzeiro.
Consistente
na sua base histórica, mais solta em termos narrativos, com as
personagens humanas - para contrastar com as ‘hisóricas’ - mais
desenvolvidas e exploradas.
Continua a ser, fundamentalmente, uma série para um tipo de público específico, ou, mais exactamente, para diversos tipos de públicos específicos: os apreciadores do período da Segunda Guerra Mundial, os que gostam de histórias de guerra, os que preferem relatos realistas, aqueles para quem a base histórica é importante. E também para os leitores de franco-belga…
Continua a ser, fundamentalmente, uma série para um tipo de público específico, ou, mais exactamente, para diversos tipos de públicos específicos: os apreciadores do período da Segunda Guerra Mundial, os que gostam de histórias de guerra, os que preferem relatos realistas, aqueles para quem a base histórica é importante. E também para os leitores de franco-belga…
Um
espectro alargado, afinal, transversal a uma série de géneros,
possível no actual panorama editorial português em que as obras têm
de encontrar os seus leitores. Passo a explicar: já não existe um
núcleo duro que compra tudo; há leitores - pontualmente comuns -
para diferentes tipos de propostas editoriais…
Relembro
a base destes três primeiros tomos: três missões específicas,
componentes particulares da grande ofensiva do Dia D. Essa
especificidade - a sua simultaneidade, afinal - impede a utilização
dos mesmos protagonistas de álbum para álbum. Por isso, em cada um,
temos um punhado de homens e mulheres em quem se centra a narrativa,
sem que nunca nos deixem esquecer que em seu redor estão a decorrer
acontecimentos (que se revelaram) capitais para o desfecho da Segunda
Grande Guerra - e para a nossa vida tal como a conhecemos hoje…?
A
opção por uma maior aproximação aos protagonistas - os homens e
mulheres que no terreno, anonimamente, concretizaram, sabe-se lá
como, em que condições e a que custo, o que tinha sido gizado nos
gabinetes das altas patentes - humaniza o relato e faz com que ele se
torne mais sedutor. Para além disso, apesar de alguns sinais
(saudavelmente) contraditórios espalhados aqui e ali, esses
militares, sendo protagonistas, não são heróis - revelam todas as
fraquezas que nós também temos e o relato acaba por o espelhar, o
que o valoriza - e parece justificar o facto de Bruno Falba ter
assumido o argumento a partir do segundo tomo.
Do
primeiro para o segundo volume, houve igualmente troca de desenhador
- Fabbri desenhou os volumes 1 e 3, Dalla Vecchia o segundo - e se é
evidente que houve a preocupação de manter o mais possível a
uniformidade gráfica do relato e por isso foram escolhidos dois
desenhadores com um estilo semi-realista semelhante e Fabbri assume
toda a planificação, isso também foi conseguido à custa das
limitações que ambos apresentam, em especial no tratamento da
figura humana: as poses deixam por vezes a desejar, os rostos são
muitas vezes rígidos e com falta de expressividade.
Já
em termos de realismo histórico, por assim escrever, parece evidente
um outro à-vontade na representação de uniformes, armas e
veículos, o que de alguma forma equilibra o atrás escrito e aporta
à série o cunho realista indispensável no registo escolhido que,
sem deslumbrar, garante uma leitura descontraída graças à sua base
competente e dentro dos parâmetros expectáveis.
Operação
Overlord
#2
Omaha Beach
#3
A bateria de Merville
Bruno
Falba (argumento)
Davide
Fabbri e C. Dalla Vecchia (desenho)
ASA
235
x 312 mm, 48 p., cor, capa dura
Distribuição
à quinta-feira com o jornal Público
9,90
€
(imagens
disponibilizadas pela editora; clicar nelas para as aproveitar em
toda a sua extensão)
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