Peço
desculpa a quem pensou que ia ler
uma opinião sobre este álbum que,
subitamente,
ganhou mediatismo devido à decisão da editora Dupuis de o retirar
do mercado. Não é o caso. Na
minha lista há
muito, como admirador de Dany que sou, não cheguei - infelizmente -
a comprá-lo e nunca o li.
Depois
do crescendo, com o avolumar dos horrores
da guerra - de todas as guerras... - este é
claramente um álbum de descompressão,
com a chegada dos aliados. [E
sigam por vossa conta e risco porque, no texto que se segue, sem dizer
especificamente nada, posso ter escrito genericamente demais...]
Spirou in “A
esperança nunca morre… - terceira parte”
Não
encontro outra forma de o dizer: A
esperança nunca morre…, o soberbo Spirou de Émile Bravo, é uma sucessão de murros no
estômago. Duros, violentos, impiedosos, aplicados da forma e no
sítio que mais magoam.
A
guerra. A
guerra é assim.
Um conjunto de bestialidade, de comportamentos
irracionais (e) incompreensíveis, violência a todos os níveis e
desprezo pela vida humana. Mostrada
e/ou evocada inúmeras
vezes, de inúmeras formas, em inúmeros suportes, continua a chocar,
a bater forte, a horrorizar. Mais ainda, quando é uma série juvenil
de aventuras a fazê-lo.
Integrado
na colecção Spirou
por...,
que apresenta versões relativamente livres do famoso aventureiro
vestido de groom,
A
esperança nunca morre
é a inesperada continuação de O diário de um ingénuo,
porque esta série era até aqui formada apenas por álbuns
auto-conclusivos.
Acabado de
editar pelas Edições ASA, Diário
de um ingénuo
vem suprir uma lacuna relevante no panorama editorial português: a
ausência dos ‘Spirou
de autor’,
assim designados pela liberdade criativa que é dada aos autores que
imaginam aventuras do jovem groom
de hotel fora da sua cronologia oficial.