A recente conclusão de mais uma temporada da
versão televisiva de The Walking Dead, é o pretexto – desnecessário – para
regressar à BD onde a série nasceu.
Com um mote especial, que revelo já a seguir.
Sem que tivesse sido pensado – apenas a coincidência
das diferentes leituras no tempo o provocou – volto à questão da construção das
histórias, que abordei, sob ângulo completamente diferente em J. Kendall #104: Sem remorsos.
Desta vez, para olhar para o modo como The Walking
Dead tem avançado de forma divergentemente convergente nos seus dois suportes
principais: a banda desenhada – que, facto nada displicente, com este volume fica
à porta das primeiras mil pranchas editadas em português… - e a série
televisiva.
Sendo a base a mesma, sabe-se que, de um suporte
para o outro, tem havido variações, em muitos casos significativos: omissão ou introdução
de personagens, diferentes momentos para as suas mortes, ‘transposição’ de acontecimentos
de umas personagens para outras, diferentes evoluções de determinados segmentos
da narração…
Uma vez que Robert Kirkman, para além do criador
da série aos quadradinhos, é também consultor para série da TV, é lícito pensar
– pelo menos imaginar – que algumas (muitas?) destas mudanças nasceram do seu desejo
de corrigir/melhorar/alterar o que tinha
acontecido na BD.
Sei perfeitamente que ficar por esta explicação
será demasiado simplista e que há uma série de outros factores a considerar,
até porque o suporte televisivo tem regras e especificidades diferentes das
histórias aos quadradinhos, a começar pela mais rápida auscultação dos
espectadores e a maior necessidade de adequar os temas, conteúdos e personagens
às suas reacções – como único meio de garantir a sua popularidade e consequente
continuidade.
Independentemente disso, o mote parece-me
estimulante: comparar as duas narrativas e ver como as variações introduzidas melhoraram
(ou não) o resultado final ou como se limitaram a conduzi-lo de forma
diferente.
Fica por isso a proposta de leitura – comparada –
deste volume, que decorre sob o signo do (aparente) regresso à (aparente)
normalidade que, como nos é revelado no momento final, mais não é do que A calma antes da tempestade.
A calma
antes
Robert
Kirkman (argumento)
Charlie
Adlard (desenho)
Cliff Rathburn (tons cinzentos)
Devir (Portugal, Dezembro de 2013)
168 x 258 mm, 136 p., pb,
brochado com
badanas
14,99 €
Eu deixei de comprar esta serie desde que o 1,2 e 3 começaram a sair páginas
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