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09/09/2019

La Légèretée

Males que vêm por bem




No dia 7 de Janeiro de 2015, a redacção do jornal satírico francês Charlie Hebdo, foi vítima de um atentado terrorista, que provocou a morte de 12 pessoas, entre os quais vários desenhadores da publicação.
Felizmente para ela, a desenhadora Catherine Meurisse estava atrasada devido a uma noite mal dormida provocada por uma desavença na véspera com o namorado.

07/01/2016

Ataque ao “Charlie Hebdo” foi há um ano








Há um ano, a redacção do jornal satírico francês “Charlie Hebdo” sofria um ataque que iniciava uma nova escalada terrorista que ainda continua.

Bedeteca da Amadora evoca Charlie Hebdo



Hoje, dia 7 de Janeiro, pelas 20h00, inaugura na Bedeteca da Amadora, a exposição documental Estúpidos, maldosos e semanais. Uma constelação em torno do Charlie Hebdo, mostra integrada no programa Os 5 sentidos da banda desenhada, com a colaboração de Osvaldo Macedo de Sousa.

09/02/2015

Prancha de Astérix em leilão a favor das vítimas do atentado contra o Charlie Hebdo









Albert Uderzo anunciou que vai colocar em leilão uma prancha original de Astérix, cujo valor reverterá a favor das famílias das vítimas do Charlie Hebdo.
Trata-se do original a preto e branco da prancha 8 de “Os Louros de César”, de 1971, álbum recentemente adaptado em desenho animado.
A prancha em questão será autografada e o seu valor está estimado entre os 150 mil e os 200 mil euros. Vai integrar um dos maiores leilões de originais de BD deste ano, que terá lugar em Paris, a 14 de Março, organizado pela Christie's e pela galeria de banda desenhada Daniel Maghen. Antes disso, as obras em leilão, entre as quais originais de Hergé, Pratt, Moebius, Bilal, Schuiten, Winsor McCay ou Milton Caniff serão expostas na Christie’s, de Nova Iorque, o que acontece pela primeira vez.
Uderzo sentiu bastante o que aconteceu, até porque conhecia bem Cabu, um dos autores do Charlie Hebdo falecidos no atentado, pois tinha trabalhado com ele nos anos 60, na revista “Pilote”. Logo após o atentado, o desenhador francês, de 87 anos, interrompeu a sua reforma para fazer dois desenhos: no primeiro, Astérix, Obélix e Ideiafix inclinam-se com ar contristado em respeito pelas vítimas, e, no segundo, Astérix afirma “Je suis Charlie” enquanto soca um adversário de quem apenas se vêem os pés descalços no topo da página e as sandálias de bico curvo, caídas no chão.

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 29 de Janeiro de 2015)

07/02/2015

Curiosidade: Topolino não é Charlie














Há cerca de 10 dias, começou a circular na net a (suposta) capa da revista italiana Topolino #3089 (que é como por lá chamam ao Mickey…) que apresentava uma homenagem – com tanto de inegável quanto de surpreendente - ao jornal Charlie Hebdo.
Da autoria de Stefani Turconi, mostrava Mickey e Donald rodeados por personagens anónimas de todo o mundo, todos com um lápis na mão.
Passada pouco mais de uma semana, na última quarta-feira, 4 de Fevereiro, a edição chegava finalmente às bancas. A capa – sem surpresa? – tinha mudado. É a que podem ver aqui, à esquerda, com um anódino Pateta Repórter…

Curiosidades, parecenças e semelhanças, falhas de desenhadores e editores e atropelos à banda desenhada serão alguns dos motivos que irão preenchendo aleatoriamente esta rubrica recorrente em As Leituras do Pedro e cujas entradas anteriores podem ser vistas aqui.

17/01/2015

Mesa Redonda: Charlie Hebdo







Não sei bem o que dizer, mas tenho de dizer qualquer coisa.
Mesa-redonda aberta sobre o ataque ao Charlie Hedbo: o poder dos cartoons editoriais, liberdade de imprensa e expressão, limites sociais, contextos históricos da imprensa ilustrada.
Sara Figueiredo Costa, Nuno Saraiva, Osvaldo Macedo de Sousa e Eduardo Salavisa, com moderação de Pedro Moura. 
Terça-feira, 20 de Janeiro, às 18h30, no Museu Arqueológico do Carmo.
Entrada livre.

16/01/2015

Spirou: Édition Spéciale “Je suis Charlie”








Os ecos das acções de solidariedade em relação às vítimas do atentado contra a redacção do jornal Charlie Hebdo, na quarta-feira da semana passada continuam a fazer-se ouvir.
Hoje, na Bélgica, a Dupuis lançou um número especial da revista Spirou, com 52 páginas e colaborações diversas de cerca de 150 autores que responderam ao convite feito pela editora.

14/01/2015

Charlie Hebdo regressa hoje às bancas









Uma semana após os atentados que dizimaram a sua redacção e provocaram 12 mortos, o jornal Charlie Hebdo regressa hoje às bancas francesas.
Na capa do #1178, da autoria do cartoonista Luz, estará mais uma vez o profeta Maomé, segurando um cartaz com as palavras mais ouvidas esta última semana: “Je suis Charlie”. Em título pode ler-se: “Tudo está perdoado”. Nas oito páginas deste número especial será possível encontrar desenhos inéditos de Wolinski, Charb, Cabu, Honoré e Tignous, os desenhadores mortos no ataque.
Este número do jornal satírico terá uma tiragem excepcional de 3 milhões de exemplares, ao contrário dos habituais 60 mil, será traduzido em 16 línguas e estará à venda durante oito semanas.
Este rápido regresso só foi possível graças ao jornal Libération que acolheu nas suas instalações a redacção do “Charlie Hebdo” e ao financiamento de grupos como Le Monde, Canal+ ou Google. As distribuidoras francesas também não vão cobrar qualquer percentagem na distribuição do primeiro milhão de exemplares, cuja receita reverterá inteiramente para o jornal.

06/08/2013

Biografias aos quadradinhos











Recém-chegada às livrarias nacionais, “Anne Frank: Biografia Gráfica”, uma edição da Devir, é uma obra que exemplifica um género a que a banda desenhada regressa recorrentemente: a biografia.

Se a história de Anne Frank, a pequena judia que narrou num diário a sua experiência como refugiada judia na Holanda, durante a segunda Guerra Mundial, é razoavelmente conhecida, recontá-la aos quadradinhos pode ser uma forma de a fazer chegar a leitores menos familiarizados com as atrocidades sofridas pelos judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
Os seus autores, Sid Jacobson e Ernie Colón, para além do diário de Anne, basearam-se também em testemunhos de pessoas que a conheceram, para fazerem um enquadramento histórico e narrarem a história da sua família antes e depois do holocausto nazi.
Da mesma editora é também “O Zen de Steve Jobs”, que num registo mais ficcional, ilustra diversos episódios da vida do fundador da Apple entre 1970 e 2011, que mostram a sua relação com Kobun Chino Otogawa, um monge zen dissidente do budismo, e como se inspiraram mutuamente.
Acreditando nas potencialidades desta forma de expressão e na facilidade com que chega a leitores mais novos, a Fundação Nelson Mandela compilou diversos episódios da vida do antigo presidente sul-africano em “Nelson Mandela: The Authorized Comic Book”, um projecto que teve supervisão do próprio.
Temática usada em Portugal e noutros países ocidentais durante décadas para contornar as limitações que a censura impunha, a biografia aos quadradinhos continua a ter cultores como o veterano José Ruy, autor de “Leonardo Coimbra e os Livros Infinitos” (Âncora), na qual provoca o encontro entre duas “versões” do biografado, o homem maduro e o jovem de 14 anos, que vão conversando e percorrendo os diversos locais onde viveu uma das figuras mais proeminentes do movimento da Renascença Portuguesa.
Já “Pessoa & Cia” (ASA), da catalã Laura Pérez Vernetti, apresenta o poeta português através de uma biografia desenhada e da reinterpretação de alguns dos seus poemas aos quadradinhos.
Menos conhecido é o fotógrafo brasileiro Maurício Hora, natural da favela do Morro da Providência, no Rio de Janeiro, onde ainda hoje habita por opção, cujas dificuldades de vida inerentes ao meio são traçadas em “Morro da Favela” (Polvo) do também brasileiro André Diniz.
No campo do desporto, a vida de um dos maiores ciclistas de todos os tempos foi lembrada aos quadradinhos nos anos 1970 pelo jornal “A Capital”, numa BD recuperada pelo GICAV em “Um campeão chamado Joaquim Agostinho”, a propósito do centenário do seu criador, Fernando Bento (1910-2010).
Nos Estados Unidos, os quadradinhos biográficos dedicados a personalidades e celebridades das mais diversas áreas encontraram um nicho de mercado que a Bluewater Productions tem explorado a fundo. O actor Lou Ferrigno, o escritor George R.R. Martin, o basebolista Jackie Robinson ou os One Direction são alguns dos nomes que recentemente integraram um já vasto catálogo onde também se encontram biografias  de Barack Obama, dos príncipes William e Kate, de Michael Jackson ou de Angelina Jolie, esta última desenhada pelo português Nuno Nobre.
Entretanto, nalgumas bancas e quiosques portugueses está neste momento disponível o segundo tomo de “La Vie de Mahomet”, uma biografia do profeta do islão.
Editada pela revista satírica “Charlie Hebdo”, conhecida pelas muitas polémicas que tem provocado e cuja sede chegou a ser alvo de um atentado bombista, desencadeou uma tempestade mediática quando foi editado o primeiro volume, mas a obra revelou-se fiel à versão histórica, fruto de um profundo trabalho de pesquisa por parte de Zineb e Charb, que entre outras bases utilizaram os textos sagrados do Corão “para ilustrar o percurso de um homem, Maomé, tal e qual é descrito nas próprias fontes islâmicas”.
Apesar disso, não escapou a tornar-se alvo de alguns extremistas e recentemente, em França, donos de quiosques foram ameaçados e mesmo agredidos por a exporem e o Facebook chegou a suspender a página da “Charlie Hebdo” por “publicação de conteúdos que violavam” as suas regras…
A finalizar, a título de curiosidade fica uma referência a três biografias intimamente ligadas ao género narrativo que as suporta: “Maurício de Sousa: biografia em quadrinhos”, assinada pelo respectivo estúdio, mas que assume alguns contornos autobiográficos, “Osamu Tezuka – Biographie”, obra póstuma sobre o criador de Astroboy, e “A Saga do Tio Patinhas”, editada em Portugal pela Edimpresa, na qual Don Rosa recriou cronologicamente o percurso do pato mais rico do mundo a partir dos muitos episódios escritos e desenhados por Carl Barks, o seu criador. 

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 6 de Agosto de 2013)

29/01/2013

La vie de Mahomet

1ére partie: Les débuts d’un prophète









Hors-Série Charlie Hebdo #8H
Zineb (argumento)
Charb (desenho)
Charlie Hebdo
(França, Janeiro de 2013)
207 x 300 mm, 64 p., cor, brochado
6,00 € (8,50 € em Portugal*)


O anúncio de uma biografia desenhada de Maomé, a lançar pela Charlie Hebdo, provocou uma tempestade mediática, que extravasou do espaço original francófono, atingindo toda a Europa ocidental, Portugal incluído. 
Duma edição deste género, a par desta incontornável componente mediática, esperava-se também uma grande dose de provocação. Pelo tom satírico (mais do que) provável ou, quanto mais não fosse, pelo facto de uma obra deste cariz obviamente apresentar um retrato desenhado do profeta do Islão, o que – supostamente? – contraria os seus ensinos. Ou talvez não, segundo os autores, em mais uma prova que no Islão – tal como no catolicismo – se dá demasiada importância à tradição ao mesmo tempo que se desconhecem os ensinamentos que deveriam servir de base.
Claro que uma aposta editorial deste género, implica também um risco – impossível de calcular – pois pode resultar numa (re)acção (de algum fanático extremista) semelhante aquela que há pouco mais de um ano resultou na destruiçãoda redacção da mesma revista Charlie Hebdo.
Se tudo isto promoveu - de certeza - boas vendas, acabou de igual modo por tornar secundário o mérito artístico da obra em si.
Quando afinal, apesar de tudo isto – ou por causa de tudo isto? – os autores – Charb, na contracapa, e Zineb, no prefácio – defendem para a sua obra apenas o propósito dar a conhecer à sociedade francesa – onde o Islão tem um lugar cada vez mais representativo, dada a mescla cultural nela existente – a vida e obra do profeta Maomé que, ao contrário das de Jesus ou Moisés, é praticamente desconhecida.
Por isso, escreve Zineb, “trata-se de um livro sério, que obrigou a longos meses de pesquisa, para ilustrar o percurso de um homem, Maomé, tal e qual é descrito nas próprias fontes islâmicas. (…) Cada anedota, cada frase posta na boca de Maomé está anotada e reencaminha para referências bibliográficas cuja autenticidade nem os mais rigorosos clérigos islâmicos contestarão”.
Desta forma, desenganem-se os que esperavam rir de capa a capa ou, no mínimo, encontrar uma versão caricaturada de Maomé. O único factor que, numa primeira fase, poderá levar a isso, é o desenho caricatural, rápido e mais eficiente que agradável, de Charb, com as suas personagens feias e grotescas. Depois, com a continuação do relato, esse efeito inicial perde-se acabando por se destacar a legibilidade do traço.
Quanto à narrativa, dividida em curtos capítulos (1 a 4 páginas) auto-conclusivos, traça o percurso do futuro profeta desde o casamento dos seus pais até à tomada de consciência da sua missão, aos 40 anos. A utilização de citações na grande maioria dos balões de fala, que remetem à bibliografia (que ocupa as 3 últimas páginas do álbum), pela linguagem utilizada, quase sempre demasiado circunstancial, limita o ritmo narrativo e acaba por tornar algo penosa a leitura, apesar do contraste que o traço de Charb representa.
Esvaziando, assim as razões para a polémica? A resposta cabe aos extremistas e fanáticos…

*Nota
Encontrei esta edição à venda na semana passada, no quiosque do El Corte Inglès de Vila Nova de Gaia.


03/11/2011

Charlie Hebdo sofre atentado

As instalações da revista satírica francesa Charlie Hebdo foram destruídas anteontem de madrugada por um incêndio causado por um cocktail Molotov, previsivelmente lançado por fundamentalistas islâmicos. O atentado, que surge na sequência das ameaças que a publicação tinha recebido nos últimos dias, não foi reivindicado e terá sido a resposta ao número 1011 da revista, ontem posto à venda em França, que trazia na capa uma imagem do profeta Maomé, “convidado” para dirigir esse número, intitulado “Charia Hebdo”, a propósito da vitória do partido islamita Ennahda nas recentes eleições tunisinas.
Na caricatura, o profeta ameaça dar “100 chicotadas a quem não morrer de riso”. No miolo da publicação, a par das suas rubricas habituais, há diversos desenhos e artigos que têm os fanáticos religiosos como alvo e um editorial assinado por um tal “Mohamed Rassoul Allah” cujo e-mail é leprophete@charliehebdo.fr...
Os dois andares do edifício, recentemente ocupados pela publicação, ficaram completamente destruídos, o mesmo tendo acontecido com todo o equipamento informático. Ao mesmo tempo o site da revista era vítima de pirataria informática, sendo substituído por uma mensagem integrista islâmica.
As primeiras notícias indicam, no entanto, que a sobrevivência da revista não está em causa, uma vez que os seus arquivos em papel e digitais estavam noutro local. Entretanto, já diversos jornais franceses ofereceram as suas instalações para alojarem provisoriamente a “Charlie Hebdo” tendo o presidente da câmara de Paris feito uma proposta no mesmo sentido.
Durante a manhã de ontem os diversos colaboradores da revista, visivelmente abalados, foram passando pelo local. Charb, o desenhador que dirige a revista afirmou que os “autores do atentado não são verdadeiros muçulmanos”, acrescentando que o incêndio serve “os interesses da Frente Nacional” (partido de extrema-direita francês). E, com algum humor, acrescentou: “Nós combatemos os integristas com desenhos, textos e papel… e o papel arde bem.” Na mesma linha, Luz, autor do desenho de Maomé, ironizou: “A primeira vez que um islamista se serve de um cocktail, é para enfiá-lo pela nossa garganta abaixo”.
Entre as primeiras reacções ao sucedido contam-se as de Dominique Sopo, presidente do SOS Racisme, que afirmou : “A democracia é o direito à blasfémia. Os que cometeram este atentado são inimigos da democracia. Isto foi um auto de fé de que a Charlie Hebdo foi vítima”.
Entretanto, o primeiro efeito do atentado foi uma corrida aos quiosques, tendo a “Charia Hebdo” esgotado em poucos minutos em muitos pontos de venda. Uma situação similar à que se passou quando a “Charlie Hebdo” publicou as caricaturas dinamarquesas do mesmo profeta Maomé, em 2005, num número cujas vendas ultrapassaram os 400 mil exemplares. O que será sem dúvida um balão de oxigénio para a revista, que desde há alguns meses está a ultrapassar problemas financeiros.
A revista “Charlie Hebdo” existe desde 1970, tendo sido criada por Georges Bernier e François Cavanna, uma semana após a proibição pelo governo francês da “Hara-Kiri Hebdo”, nascida dois anos antes, na sequência dos ventos de mudança introduzidos pelas manifestações de Maio de 1968, mantendo a mesma linha satírica, contundente e incómoda, que não poupa ninguém nem respeita qualquer tabu.

(Versão revista e aumentada do texto publicado no Jornal de Notícias de 3 de Novembro de 2011)
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