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14/03/2018

Leitura Nova: Nascida das Águas e o 16 de Março de 1974 (versão alargada)

(imagens e informação disponibilizadas pelo autor; clicar nas imagens para as aproveitar em toda a sua extensão)

 
Lançamento:
Centro Cultural das Caldas da Rainha
16 de Março, 10h00
Com a presença de José Ruy e do Coronel Otelo Saraiva de Carvalho

25/01/2017

3 em português

  
Ruy, Sales, Mosi

Para além de serem portugueses e fazerem banda desenhada, suponho que nada (?) mais une aqueles três nomes.

12/12/2016

Apresentação: Carolina Ângelo Beatriz

(informação disponibilizada pelo autor; clicar na imagem para a apreciar em toda a sua extensão)

23/10/2016

Leitura Nova: Carolina Beatriz Ângelo







Carolina Beatriz Ângelo – Pioneira na Cirurgia e no Voto, é o 81.º álbum publicado pelo mestre José Ruy e conta com a colaboração do Dr. João Esteves, como consultor Científico. Retrata a vida de Carolina Beatriz Ângelo (1878-1911), figura de vulto da Medicina Portuguesa, tendo sido a primeira mulher a operar  em Portugal.

21/08/2016

Leitura Nova: Histórias de Valdevez





Em 1141, os exércitos de Afonso Henriques, futuro primeiro rei de Portugal, e os de seu primo, o imperador Afonso VII de Leão e Castela, encontram-se no Vale do Vez, protagonizando um dos mais importantes e fundadores acontecimentos da nação portuguesa, o Recontro de Valdevez, momento que inspirou, de igual modo, a frase símbolo do nosso concelho: "Arcos de Valdevez- Onde Portugal se Fez".

03/02/2015

BD de José Ruy apresentada na Amadora












O álbum de banda desenhada O Juiz do Soajo, de José Ruy, é apresentado hoje, terça-feira, 3 de Fevereiro, pelas 18:30 horas, na Bedeteca da Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos, na Amadora, terra natal do autor e grande centro de divulgação da BD portuguesa.

05/09/2014

Leitura Nova: O Juiz de Soajo










A propósito da comemoração dos 500 anos do Foral de Soajo, assinalados no passado dia 16 de Agosto, a Âncora Editora reedita a obra de banda desenhada O Juiz de Soajo, de José Ruy, em que o autor português de BD com mais álbuns publicados retrata a história, os costumes e as tradições da vila de Soajo, em Arcos de Valdevez.
Mais informação já de seguida.

07/03/2014

184.º aniversário de João de Deus celebrado com lançamento de BD de José Ruy



A obra de banda desenhada João de Deus – A Magia dasLetras, de José Ruy, é apresentada na próxima segunda-feira, 10 de Março, no âmbito da comemoração do 184.º aniversário de João de Deus. A apresentação, a cargo de Guilherme d’Oliveira Martins, presidente do Tribunal de Contas e do Centro Nacional de Cultura, decorre pelas 16:30 horas, no Museu João de Deus, em Lisboa. 
Este é um duplo lançamento, das versões em português e em mirandês, João de Deus – La Magie de Las Letras, com tradução de Amadeu Ferreira e a colaboração de António Cangueiro.

Conheça mais sobre o autor e a obra já a seguir.

18/02/2014

João de Deus: A Magia das Letras











Kcecezêche, cequexe, metil, jêgue, rêre, zêxe, nenhetil…
Não, As Leituras do Pedro não mudaram de idioma nem adormeci em cima das teclas do computador. O que atrás fica escrito tem uma explicação lógica e coerente (por estranho que possa parecer…!) que podem descobrir já a seguir.

21/09/2013

Leituras Novas – Setembro de 2013

Os textos, quando existem, são da responsabilidade das editoras, com alteração para a grafia pré-Acordo Ortográfico da responsabilidade de As Leituras do Pedro.
Algumas das edições aqui apresentadas podem ter sido editadas anteriormente,
mas só agora tomei conhecimento delas.

Âncora Editora
João de Deus – A magia das letras
José Ruy
O novo álbum de banda desenhada de José Ruy dedica-se à vida e obra de João de Deus. Poeta, pedagogo e humanista, João de Deus deu origem a um método de aprendizagem de grande difusão com a sua Cartilha Maternal, tornando-se numa importante, senão a principal, referência pedagógica do século XIX. Actualmente, a obra de João de Deus é detentora de 55 centros educativos, entre eles um museu, uma casa-museu e uma Escola Superior de Educação.


Associação Juvemédia
JuveBêDê #54 



Bizâncio
Pérolas a Porcos #9 - 50 milhões de fãs não podem estar enganados
Stephan Pastis
Pérolas a Porcos, de Stephan Pastis, é o relato, tira a tira, da história de dois amigos: o Rato, arrogante e egocêntrico, e o Porco, lento de cabeça, penosamente ingénuo, um «ursinho de peluche».
Acompanham-nos a Zebra, activista dos direitos herbívoros; o Bode, um crânio relutante que gosta de ser tratado com o devido respeito; e os Crocs obsessivamente carnívoros.
Com esta trupe diversa, Pérolas traça uma caricatura deliciosa dos defeitos e limitações da natureza humana.
Senhoras e Senhores, o espectáculo continua…


Kingpin Books
Palmas para o Esquilo
David Soares e Pedro Serpa
PALMAS PARA O ESQUILO, escrito por David Soares e desenhado por Pedro Serpa, consiste numa observação sobre a distância que separa a imaginação da loucura e como a primeira pode transformar-se na segunda.
Passado numa instituição para doentes mentais, Palmas Para o Esquilo recusa os lugares-comuns associados aos asilos para apresentar os loucos numa luz positiva e compassiva, numa abordagem que parte da loucura como alegoria para a condição humana.
O asilo é um mundo, mas a loucura é uma anti-linguagem, porque não permite a comunicação. Isolados dentro das suas próprias mentes, só a imaginação pode libertar a alma.
Dos mesmos autores de "O Pequeno Deus Cego", vencedor em 2012 do Prémio Nacional de BD para o Melhor Argumento, atribuído pelo Amadora BD.
Ler mais sobre este livro aqui.


NetCom 2
Caroline Baldwin #1 – Moon River
Andre Taymans
Bonita, inteligente, desportista e solteira, Caroline Baldwin trabalha para a Wilson Investigation. Encarrega-se de resolver os enigmas mais díficeis. No momento em que a conhecemos, a sua missão é encontrar Frank White, um brillante astronauta, veterano na conquista da Lua. 
White é administrador da multinacional Kristal, especializada em material de vanguarda de exploração espacial e tem de assinar um importante contrato com uma empresa japonesa. Sem White, não há contrato. Caroline segue as pistas para descobrir o seu paradeiro e é então que começam os problemas. Quem tem interesse em encontrar o astronauta?
Taymans criou a personagem de uma mulher forte, moderna, muito independente, tanto no seu trabalho como no amor, mas também carinhosa e sensível. Com uma boa dose de suspense, muita nostalgia, um pouco de fantasia e paixão, Moon River é o primeiro título das investigações de Caroline Baldwin.

Keos #3 – O bezerro de ouro
Jacques Martin e Jean Pleyers
Keos é um jovem que nasceu entre os milagres e as tempestades do Antigo Egipto. 
Companheiro fiel do faraó Mineptah, recebeu a protecção do deus Osíris sob a forma de um anel mágico que dá um poder salvador da humanidade.
Keos é emissor de paz entre os povos egípcio e hebreu, que se massacram pelos seus deuses e pelas suas terras.


Polvo
Ar puro e água fresca
Pero
Filho de caçador, Joshua vê-se brutalmente órfão após o ataque à casa familiar por um grupo de índios. Terá então de aprender a sobreviver sozinho e a tornar-se adulto no ambiente vasto e rude das Montanhas Rochosas de meados do século XIX.
Nesta história, o autor coloca o seu traço elegante ao serviço de uma fábula inteiramente muda que conta a natureza selvagem dos grandes espaços e a natureza não menos frustrada dos homens.
Este é um western iniciático, trágico, com toques de humor, um romance que alia uma radicalidade gráfica e de argumento, que se mantém de uma extraordinária fluidez de fio a pavio, pois Pero escolheu o silêncio para deixar exprimir a força das ilustrações.

Originário de Grenoble, França, Pero, pseudónimo de Olivier Peret, começou por estudar Desporto antes de ingressar na Academia de Belas-Artes de Tournai. Acabados os estudos, dedicou-se de corpo e alma à criação e animação da revista “Cheval de Quatre”. Vive em Lille.
Com “Ar puro e água fresca”, a sua primeira obra enquanto autor completo, Pero aceita o desafio de uma história muda, onde revela um belo domínio gráfico e narrativo.


Edições Online

A Filactera
Calafrios #1
Tenho o prazer de vos apresentar a Calafrios!, uma revista de BD dedicada a histórias de terror da década de 1950. Contém histórias curtas ilustradas por autores de renome como Alex Toth e Basil Wolverton, anteriores ao famigerado selo da Comics Code Authority que veio impôr restrições acerca do que se podia mostrar ou dizer nos comics dos E.U.A. Isso permitia algumas ousadias visuais para a época, como podem ver pela capa deste primeiro número.
O objectivo da Calafrios! é divulgar em português algumas obras praticamente desconhecidas do lado de cá do Atlântico mas que fazem parte da História dos horror comics.
Podem ler a revista online (ISSUU) ou transferi-la para o vosso computador ou tablet num dos formatos disponíveis (PDF ou CBR) clicando aqui.
Espero que gostem e que passem uns bons momentos a ler estas histórias “horrorosas”. 
Partilhem, ofereçam, divulguem e dêem as vossas opiniões, sugestões e críticas.


Qual Albatroz
Buterfly Chronicles – Crónica primeira: Hanako
João Mascarenhas
O mais recente trabalho de João Mascarenhas chama-se Butterfly Chronicles, será multilingue e terá edição ex­clusiva em formato digital. A primeira das dez crónicas da série já pode ser descarre­gada gratuitamente no site da editora Qual Albatroz.
O autor João Mascarenhas, conhecido pela sua personagem e alter ego Menino Triste, acaba de iniciar um novo projecto editorial intitulado Butterfly Chronicles. Terá periodicidade bimestral e estão previstas, no total, dez crónicas, que serão publicadas durante este e o próximo ano, em três línguas diferentes: português, inglês e japonês.
A acção de Butterfly Chronicles passa-se num univer­so alternativo em que a investigação científica no domínio da robótica e da inteligência artificial estão prestes a entrar numa nova era, e irão alterar o modo como seres humanos e máquinas coexistem. É no seio deste novo mundo tecnológico que surge Hanako, uma jovem com um poder muito especial e cuja personalidade se começa a desenhar nesta primeira crónica.
Butterfly Chronicles é uma banda desenhada de inspiração manga, estilo que tem conquistado grande popularidade sobretudo graças aos leito­res de e-books e tablets de sete polegadas, que se adequam perfeitamente a este formato de banda desenhada.
Como um dos objectivos do autor é mergulhar por completo nesta cultura da BD japonesa, seja no universo e no estilo do desenho, seja nas for­mas de divulgação, o livro foi pensado, desde o início, como uma edição exclusiva para e-book. Neste momento, estão disponíveis versões em PDF de alta resolução e em MOBI (o formato do Kindle da Amazon).
A Qual Albatroz aprimorou a experiência de leitu­ra para aparelhos Kindle, fazendo uso das novas potencialidades específicas para livros de banda desenhada que só este formato oferece. Se tiver um Kindle, poderá alternar entre a leitura por prancha ou por vinhetas. Em aparelhos de tinta electrónica, a última opção torna a leitura muito mais confortável.
Butterfly Chronicles já está disponível e pode ser descarregado gratuitamente da loja online da QualAlbatroz. Venha conhecer a Hanako.


Não é BD mas…
Booksmile
Tommy Fiasco #1 – Sempre a meter água
Stephan Pastis
Eis o "detetive" Timmy Fiasco, estrela do livro cómico do ano.
Ele é o fundador, presidente e administrador da agência de detectives com o seu nome: Fiasco, Lda. A Fiasco, Lda. é a melhor agência de detectives da terra e, provavelmente, da região. Talvez até de todo o mundo.
Mas quando ele passa a ter um sócio, um enorme urso polar chamado Total, o resultado passa a ser Fiasco Total, Lda.
Com personagens irresistíveis e um humor visual que decorre num ritmo perfeito, este livro vai deixar-te a roncar de tanto rir. Um livro e um herói que se distinguem claramente dos seus rivais.

Stephan Pastis é um dos mais conhecidos cartoonistas dos EUA, brilhando com a aclamada BD Pearls Before Swine, publicada em mais de 600 jornais, entre os quais o New York Times.
Ainda que se tenha licenciado em Direito, a sua paixão desde pequeno era desenhar. Durante a infância fechava-se no quarto a criar histórias em BD, e os seus desenhos faziam sucesso no jornal da escola.
Já a exercer advocacia, Stephan Pastis decidiu finamente mostrar os seus desenhos a diversas editoras e, depois de algumas rejeições,Pearls Before Swine fez saltar o autor para a ribalta, com milhares de publicações online, jornais e em muitos livros bestsellers. Em 2013 decidiu arriscar no mundo da literatura infantil, e assim nasceu Timmy Falhado, bestseller do New York Times.


A Booksmile disponibiliza os primeiros capítulos grátis, aqui.

06/08/2013

Biografias aos quadradinhos











Recém-chegada às livrarias nacionais, “Anne Frank: Biografia Gráfica”, uma edição da Devir, é uma obra que exemplifica um género a que a banda desenhada regressa recorrentemente: a biografia.

Se a história de Anne Frank, a pequena judia que narrou num diário a sua experiência como refugiada judia na Holanda, durante a segunda Guerra Mundial, é razoavelmente conhecida, recontá-la aos quadradinhos pode ser uma forma de a fazer chegar a leitores menos familiarizados com as atrocidades sofridas pelos judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
Os seus autores, Sid Jacobson e Ernie Colón, para além do diário de Anne, basearam-se também em testemunhos de pessoas que a conheceram, para fazerem um enquadramento histórico e narrarem a história da sua família antes e depois do holocausto nazi.
Da mesma editora é também “O Zen de Steve Jobs”, que num registo mais ficcional, ilustra diversos episódios da vida do fundador da Apple entre 1970 e 2011, que mostram a sua relação com Kobun Chino Otogawa, um monge zen dissidente do budismo, e como se inspiraram mutuamente.
Acreditando nas potencialidades desta forma de expressão e na facilidade com que chega a leitores mais novos, a Fundação Nelson Mandela compilou diversos episódios da vida do antigo presidente sul-africano em “Nelson Mandela: The Authorized Comic Book”, um projecto que teve supervisão do próprio.
Temática usada em Portugal e noutros países ocidentais durante décadas para contornar as limitações que a censura impunha, a biografia aos quadradinhos continua a ter cultores como o veterano José Ruy, autor de “Leonardo Coimbra e os Livros Infinitos” (Âncora), na qual provoca o encontro entre duas “versões” do biografado, o homem maduro e o jovem de 14 anos, que vão conversando e percorrendo os diversos locais onde viveu uma das figuras mais proeminentes do movimento da Renascença Portuguesa.
Já “Pessoa & Cia” (ASA), da catalã Laura Pérez Vernetti, apresenta o poeta português através de uma biografia desenhada e da reinterpretação de alguns dos seus poemas aos quadradinhos.
Menos conhecido é o fotógrafo brasileiro Maurício Hora, natural da favela do Morro da Providência, no Rio de Janeiro, onde ainda hoje habita por opção, cujas dificuldades de vida inerentes ao meio são traçadas em “Morro da Favela” (Polvo) do também brasileiro André Diniz.
No campo do desporto, a vida de um dos maiores ciclistas de todos os tempos foi lembrada aos quadradinhos nos anos 1970 pelo jornal “A Capital”, numa BD recuperada pelo GICAV em “Um campeão chamado Joaquim Agostinho”, a propósito do centenário do seu criador, Fernando Bento (1910-2010).
Nos Estados Unidos, os quadradinhos biográficos dedicados a personalidades e celebridades das mais diversas áreas encontraram um nicho de mercado que a Bluewater Productions tem explorado a fundo. O actor Lou Ferrigno, o escritor George R.R. Martin, o basebolista Jackie Robinson ou os One Direction são alguns dos nomes que recentemente integraram um já vasto catálogo onde também se encontram biografias  de Barack Obama, dos príncipes William e Kate, de Michael Jackson ou de Angelina Jolie, esta última desenhada pelo português Nuno Nobre.
Entretanto, nalgumas bancas e quiosques portugueses está neste momento disponível o segundo tomo de “La Vie de Mahomet”, uma biografia do profeta do islão.
Editada pela revista satírica “Charlie Hebdo”, conhecida pelas muitas polémicas que tem provocado e cuja sede chegou a ser alvo de um atentado bombista, desencadeou uma tempestade mediática quando foi editado o primeiro volume, mas a obra revelou-se fiel à versão histórica, fruto de um profundo trabalho de pesquisa por parte de Zineb e Charb, que entre outras bases utilizaram os textos sagrados do Corão “para ilustrar o percurso de um homem, Maomé, tal e qual é descrito nas próprias fontes islâmicas”.
Apesar disso, não escapou a tornar-se alvo de alguns extremistas e recentemente, em França, donos de quiosques foram ameaçados e mesmo agredidos por a exporem e o Facebook chegou a suspender a página da “Charlie Hebdo” por “publicação de conteúdos que violavam” as suas regras…
A finalizar, a título de curiosidade fica uma referência a três biografias intimamente ligadas ao género narrativo que as suporta: “Maurício de Sousa: biografia em quadrinhos”, assinada pelo respectivo estúdio, mas que assume alguns contornos autobiográficos, “Osamu Tezuka – Biographie”, obra póstuma sobre o criador de Astroboy, e “A Saga do Tio Patinhas”, editada em Portugal pela Edimpresa, na qual Don Rosa recriou cronologicamente o percurso do pato mais rico do mundo a partir dos muitos episódios escritos e desenhados por Carl Barks, o seu criador. 

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 6 de Agosto de 2013)

21/06/2012

Entrevista com José Ruy


José Ruy (foto do Blog do Centro Artístico e Cultural Artur Bual)
"Não fico à espera de convites.
Faço."







O álbum “Leonardo Coimbra e os Livros Infinitos”, de José Ruy, é hoje apresentado na Casa da Cultura Leonardo Coimbra, na Lixa, às 17 horas, com a presença do autor, num evento integrado nas comemorações do 17º aniversário da elevação a cidade daquela localidade.
A obra, teve o apoio da Câmara Municipal de Felgueiras, terra natal do filósofo, que adquiriu uma parte da edição de modo a garantir que todas as Escolas e Bibliotecas do Concelho tenham exemplares.

Este foi o pretexto para uma conversa à distância (por mail) com José Ruy, centrada especialmente na sua relação com as autarquias e o seu método de trabalho. Nesta conversa também foram abordados o álbum agora apresentado e o que se vai seguir - “Carolina Beatriz Ângelo, Pioneira na Cirurgia e no Voto” - do qual As Leituras do Pedro apresentam a capa e algumas pranchas, em estreia absoluta, o que constitui mais um motivo de agradecimento a José Ruy. 



As Leituras do Pedro - Há muito que o José Ruy trabalha com o apoio de autarquias portuguesas. Sem querer entrar no “segredo do negócio”, como funcionam normalmente essas parcerias? De quem costuma partir a iniciativa, de si ou da autarquia?
José Ruy – Praticamente comecei a fazer histórias relacionadas com Autarquias, com a “História de Macau”, depois de regressado desse território chinês sob administração portuguesa, e por sugestão da delegada em Lisboa, Dr.ª Amélia Dias. Mas não teve qualquer comparticipação da Autarquia; As Edições ASA colocaram os livros directamente à venda no território em livrarias previamente indicadas. As iniciativas para realizar estas obras têm partido de mim, de professores, de autarcas e de editores. Mas nunca realizei Histórias em Quadrinhos directamente para nenhuma Autarquia, como tem acontecido com colegas meus.
Só trabalho com editores, e são estes que por sua vez contactam e contratam com algum promotor, que pode ser realmente uma Autarquia, um instituto, um museu ou uma fundação.


ALP - É fácil chegar a acordo com essas instituições em termos de valores envolvidos, prazos, condições de impressão/distribuição, liberdade criativa, etc.?
JR - Esta sua pergunta está em parte já respondida, mas explicarei melhor: Quando o editor decide publicar a obra, (apresentada sempre por mim), devido ao meu processo de trabalho, não se levantam os problemas a que faz alusão. A importância dos apoios para o editor, é de ter à partida a garantia (de palavra) de uma quantidade de livros a serem adquiridos depois de impressos, e só depois dessa altura pagos. Naturalmente que faz diferença uma edição ser projectada para cinco mil exemplares, se puder atingir os dez mil. Quanto mais elevada é a tiragem mais embaratece o preço unitário. Assim o promotor adquirirá um produto mais em conta, e o editor também beneficiará disso.
Nunca tive intromissão de qualquer espécie no que faço, pois o método que uso e que todos sabem, é o seguinte:
Logo a seguir a criar o argumento, elaboro toda uma planificação desenhada da história, embora em rascunho, incluindo as legendas; depois apresento ao editor e ao promotor, para análise. Sobre esse esboço são trocadas impressões, acrescentes ou modificações, como um trabalho de equipa; mas uma vez aprovada essa fase, não haverá qualquer modificação de última hora. Foi assim que trabalhei na ASA, e apesar de fazer parte dos quadros efectivos, consegui disciplinar os dirigentes quanto a um velho hábito de “põe e tira” já quase com o livro em máquina. Quando me convidaram para a empresa, sabiam já que só aceitaria nessas condições. Portanto a liberdade criativa é total, pois o que se discute por vezes são pequenos pormenores pontuais.

Leonardo Coimbra e os Livros Infinitos

ALP - Chega a ter diversas propostas pendentes, ou trabalha um tema de cada vez?
JR - Por norma trabalho sempre com vários projectos encadeados, uns sugeridos, outros de minha iniciativa; durante a arte final de uma obra, estou já a trabalhar no argumento e a reunir material para uma outra, enquanto faço a pesquisa para uma terceira ou quarta HQ.
A pesquisa ocupa muitas vezes muito mais tempo do que a realização do livro. Só “arranco” em definitivo quando tenho todos esses elementos na mão.


ALP - Depois de estabelecido o acordo, qual o seu método de trabalho?
JR - Acontece que não dependo de qualquer “acordo económico” para iniciar o trabalho. Ninguém irá apostar em adquirir livros para colocar em escolas ou bibliotecas, se não ler e ver primeiro a história. Naturalmente que o acabamento final, já pode ser antevisto pelo exemplo das obras por mim realizadas. O autor tem de investir para ver resultados, não pode estar à espera de saber quanto vai receber, para depois meter mãos à obra. É esta a minha filosofia.

Carolina Beatriz Ângelo

ALP - Uma vez o trabalho finalizado, costuma receber críticas das entidades envolvidas ou mesmo pedidos de alterações? Como reage?
JR - Devido ao processo de trabalho que descrevi, esta situação nunca se põe.


ALP - Sem estas parcerias com as câmaras, o José Ruy ainda era autor de BD?
JR - Claro que não dependo de apoios externos para editar as minhas HQs. Pode o editor apostar numa tiragem mais reduzida, mas edita sempre. Dou-lhe um exemplo: o livro “Aristides de Sousa Mendes, Herói do Holocausto”, não teve apoios, e no entanto está em segunda edição. A editora do Museu Yad Vashem de Jerusalém fez um contrato comigo para a edição em hebraico que está à venda em Israel.
Não fico à espera de convites. Faço.


ALP - Estes acordos com as autarquias ou outras instituições significam a compra de que parte da edição?
JR - Essa proporção das tiragens depende. No caso de “A Jóia no Vale!” foi de quatro para a Autarquia e dois para a editora, pois nestes casos o livro é distribuído pelas escolas e bibliotecas e o tema é trabalhado nas aulas, onde vou algumas vezes colaborar. Mas em Os Lusíadas em HQ, já no adiantado da publicação em muitas edições, a Câmara de Almada adquiriu uma proporção de 1 para 8, portanto uma pequena parte da edição da altura.
Carolina Beatriz Ângelo
Em Sintra, a Autarquia adquiriu um terço da tiragem em português, e quase a totalidade das edições em espanhol, francês e inglês, pois estava mais direccionada para a colocação destas versões nos postos de turismo da Vila. Em “O Juiz do Soajo” uma parceria da Junta de Freguesia do Soajo, a Câmara de Arcos de Valdevez e o Parque Nacional da Peneda Geres adquiriram dois terços, e também quase a totalidade das versões em francês e inglês.
O “Pêro da Covilhã”, de que na primeira edição a Região de Turismo da Serra da Estrela adquirira metade, na segunda edição já só a Câmara da Covilhã adquiriu uma pequena parte. “Amarante e a Heroica Defesa da Ponte” foi meio por meio.
Neste caso recente do “Leonardo Coimbra”, a Autarquia adquiriu 4000 exemplares de seis mil da tiragem.
A Âncora (que tenho acompanhado mais de perto nos últimos anos) nas suas edições de HQ não se limita a editar livros para fornecer a promotores; tem editado, obras minhas e de colegas como o José Pires, o João Amaral e o Baptista Mendes (que tem um livro a sair muito brevemente nessa editora), os que nos temos mantido mais activos na editora, com mais ou menos tiragem, mas nunca deixando de o fazer quando não há apoios. Há sempre o apoio do público. Mas se aparecer alguma aquisição extra, tanto melhor, engrossa a tiragem.


Carolina Beatriz Ângelo
ALP - No caso da biografia do Leonardo de Coimbra, de quem partiu a iniciativa?
JR - A sugestão para o livro “Leonardo Coimbra e os Livros Infinitos”, nasceu numa reunião com a presença do meu actual editor, em Felgueiras, aquando de uma das minhas intervenções na Biblioteca Municipal, pela então Presidente da Câmara Dr.ª Fátima Felgueiras. Foi um desafio a que apliquei todo o meu empenho, pois cada novo livro representa para mim uma importância especial pelo respeito e consideração que tenho pelo público a que se destina.


ALP - Quais foram as maiores dificuldades com que se deparou para criar esta obra?
JR - A grande dificuldade inicial que enfrentei nesta obra, foi tornar apelativo aos escalões etários alvos, o argumento. Como sabe, em todas as minhas HQ não me limito a alinhar os documentos históricos ilustrando-os a seco. Concebo um pequeno enredo romanceado, através do qual o leitor se vai apercebendo, às vezes sem dar por isso, da parte histórica que precisamos de contar. Neste caso, como tratar este assunto tão fechado para uma grande parte do nosso público das HQs, tornando-o acessível, e conseguindo que as páginas fossem viradas uma a uma até à final, sem saltarem por cima? E no entanto tinha de ser compreensível tanto para as crianças e jovens, como para o leitor adulto e já conhecedor da personagem. E segundo parece, pela própria opinião do Pedro Cleto, consegui. Haverá sempre um anão desconhecido que discorde e deite abaixo. Quem não se quer expor a franco atiradores, não pode sair da linha defensiva da trincheira. Eu arrisco.


ALP - Está satisfeito com o resultado?
JR - Para lhe ser franco, nunca estou satisfeito, pois no final penso que poderia ter feito melhor, ou diferente; mas terei de tentar no trabalho seguinte, porque o terminado já pertence ao editor e terá de seguir os seus trâmites. No fundo, quem importa que fique realmente satisfeito é o público. É ele que permite que possamos fazer um próximo livro.


ALP - Sei que já tem um novo álbum pronto para sair em Setembro. Qual o seu título e tema?
JR - O livro que tenho pronto desde finais de 2011, chama-se: “Carolina Beatriz Ângelo, Pioneira na Cirurgia e no Voto”. É quanto a mim, um contraponto ao Leonardo Coimbra. Trata-se de uma notável figura da mesma época, que se cruzou com Leonardo numa outra luta, bem mais difícil, pela sua condição feminina. Uma vencedora. Tenho a obra pronta em DVD e no entanto não temos nenhum apoio definido.
A sua publicação depende neste momento de se conseguir uma tiragem mais confortável, de resto como a figura merece, e que o editor está a ponderar atentamente.


José Ruy (foto do Blog do Centro Artístico e Cultural Artur Bual)

05/06/2012

Leonardo Coimbra e os Livros Infinitos












José Ruy
Âncora Editora (Portugal, Novembro de 2011)
215 x 300 mm, 32 p., cor, cartonado
11,00 €


Convite
A Âncora Editora e a Leya na Buchholz têm o prazer de a/o convidar para o lançamento do livro Leonardo Coimbra e os Livros Infinitos, de José Ruy.
A obra será apresentada pelo Dr. José de Matos-Cruz, investigador de banda desenhada.
A sessão, que será precedida pela inauguração de uma exposição de originais do livro, terá lugar no próximo dia 5 de Junho, terça-feira, pelas 18:30 horas, na Leya na Buchholz, Rua Duque de Palmela, n.º 4, Lisboa.
(Texto da responsabilidade da organização)

Desenvolvimento
A biografia de Leonardo Coimbra (1893-1936) político, pensador e filósofo, é o tema do mais recente álbum (publicado) do veterano José Ruy – pois raramente este mestre dos quadradinhos portugueses está sem novos projectos em mãos! - que nele evoca os momentos mais marcantes da vida e da obra do protagonista, com o seu traço clássico e personalizado e uma planificação de matriz que embora mais tradicional e contida apresenta uma assinalável diversidade.
Para aligeirar a carga didáctico-pedagógica, sempre inerente a uma obra com as características desta – factor que ao longo dos anos tem sido uma pecha de muita da banda desenhada histórica nacional - José Ruy utiliza um artificio narrativo: provoca o encontro entre duas “versões” de Leonardo Coimbra, o homem maduro e o jovem de 14 anos, que vão conversando e percorrendo os diversos locais onde Coimbra viveu e desenvolveu as suas diversas actividades.
Isto acaba por resultar bastante bem e tornar mais ligeira (no bom sentido do termo) a leitura deste álbum, cuja edição teve o apoio da Câmara Municipal de Felgueiras, concelho de onde (Borba de Godim) Leonardo Coimbra era natural.
 
 
 
 
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