18 meses, nove (cinco) álbuns, dois Invernos e
mais de 700 páginas depois, chega ao fim a edição portuguesa da
Arte de Autor de Armazém Central,
uma das mais sublimes crónicas aos quadradinhos que a banda
desenhada nos ofereceu neste século.
Já
abordei aqui, sob vários prismas, a série Armazém
Central
- uma das grandes séries de BD deste século, sobre a vivência
quotidiana numa pequena aldeia do Quebeque, no início do século XX,
e sob os efeitos da chegada da dita civilização moderna - mas
perante a sua reedição pela Arte de Autor, sinto-me na obrigação
de fazer
nova chamada de atenção, para que o máximo de autores a possam
conhecer. Mesmo
sabendo que já atempadamente escrevi aqui no blog sobre o volume #2
Serge e sobre o volume #3 Os
homens,
a
recente chegada às livrarias do díptico que os contém leva-me,
desta
vez, a
escrever
sobre silêncios.
Sei
que me cito outra vez, mas recorro quase textualmente ao intróito de
Undertaker #2: "Eu sei que já escrevi
sobre esta obra aquando da leitura que fiz da primeira edição nacional, pela ASA, sei que já reencaminhei para ela os leitores
deste blog quando reproduzi a informação da Arte de Autor sobre o
seu relançamento em português, mas porque há sempre quem seja mais
distraído, reforço o conselho de compra e leitura de Armazém
Central #1: Marie-
como
porta de entrada num dos universos mais belos, ternos, sensíveis e
humanos que a banda desenhada nos
proporcionou neste século
- porque há obras que justificam (quase) todos os elogios - e este é
uma delas.
No
regresso às livrarias nacionais de uma das mais sublimes séries que a banda desenhada -
tout court - já nos ofereceu, começo este texto como
raramente o faço: não percam a oportunidade de ler esta obra.
Régis Loisel e Jean-Louis Tripp (argumento e desenho)
Edições ASA (Portugal, Janeiro e Outubro de 2007)
227 x 302 mm, 80 e 72 p., cor, capa cartonada
Resumo
Histórias do quotidiano rural do Quebeque dos anos 20, contadas a partir do (grande) armazém central da pequena povoação de Notre-Dame-des-Lacs.