Pura
nostalgia
Nos últimos meses, por razões que agora não vêm ao caso, as minhas leituras, numa parte não desprezável, têm sido marcadas por uma carga de pura nostalgia, num regresso a séries (Tiger Joe, Paul Foran, Jess Long, Archie Cash, Yalek...) que, numa segunda linha, marcaram a minha adolescência e tinham ficado lá. Ou, de forma mais abrangente, numa recuperação/descoberta de um género, a BD franco-belga, que continua a ser a minha principal praia, na sua vertente de séries (Ric Hochet, Bob Morane, Sammy, Les Tuniques Bleues, Luc Orient...) a que hoje devemos chamar clássicas.
Nalguns casos confirmando as boas - ou as más! - memórias, noutros vendo como tinha sido iludido por um olhar mais adolescente/jovem, sem o peso que a vida vai acumulando e sem a bagagem que algumas dezenas de anos (de leituras) acrescentaram ao meu sentido crítico.
Não é o caso de Tarzan, porque Manuel Caldas, através das suas edições na Libri Impressi, belissimamente restauradas, ao longo da última década me tem permitido reencontrá-lo de forma regular, mas poderia também ser, em especial na belíssima e inigualável versão de Russ Manning que fui lendo e relendo, esparsa e parcialmente ao longo dos anos, e de que agora, pela primeira vez, desfrutei por ordem cronológica
Concluída - há meses, na verdade - a edição integral das Tiras Diárias e das Pranchas Dominicais assinadas por Manning, a sua leitura proporcionou-me momentos intensos, entre a tal pura nostalgia, o regresso ao olhar limpo e descomplexado da juventude e a pura fruição de uma das obras-primas da banda desenhada de aventuras.
Nelas, voltei a Opar, a Pellucidar. a mundos perdidos e à selva exuberante. E reencontrei David Innes. os Sagoths. os Mahar, os Waziris, La, os homens-formiga e mais um sem-número de personagens e lugares carismáticos e fantásticos, unidos por um denominador comum, único e extraordinário - e mais ainda na arte pujante de Russ Manning: Tarzan que (também) percorreu e encontrou todos eles.
Mas, acima deles - de Tarzan e de Manning - ecoa um nome, Edgar Rice Burroughs, criador de mundos maravilhosos, seres fantásticos e/ou terríveis e belas mulheres, com que tantos leitores ao longo de gerações sonharam.
Tarzan
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Tiras Diarias #7:
Reencuentro en Pellucidar
Russ
Maninng, segundo Edgar Rice Burroughs
Libri
Impressi (de Manuel Caldas)
iras
de 9-III-1972 a 29-VII-1972
230
x 315 mm, 64 p., pb, capa cartão
18,50€
Tarzan
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Planchas
dominicales #10:
En
el corazón de la Tierra
Russ
Maninng, segundo Edgar Rice Burroughs
Libri
Impressi (de Manuel Caldas)
Pranchas
de 29-I-1978 a 24-VI-1979
230
x 315 mm, 80 p., pb, capa cartão
18,50€
(Imagens disponibilizadas por Manuel Caldas; clicar nesta ligação para ver mais prnchas ou nas aqui reproduzidas para as apreciar em toda a sua extensão; clicar nos textos a cor diferente para saber mais sobre os temas destacados)
Boa tarde, O trabalho de Manuel Caldas merecia uma versão Portuguesa, assim como a sua edição do Cisco Kid em Brasileiro que por alguma razão que desconheço não chega a Portugal. Coisas estranhas do nosso panorama editorial.
ResponderEliminarMerecia sem dúvida, o problema é que quando ele tentou fazer edições em português, não encontrou os 300 compradores necessários para viabilizar as edições.
EliminarSeria diferente hoje em dia? Possivelmente nunca saberemos...
Quanto à edição brasileira do Cisco Kid, que utiliza o material que o Caldas restaurou para a sua edição espanhola, não chega a Portugal como não chega nenhuma edição brasileira, a não ser através do muito limitado circuito de importação...
Boas leituras!
Já tentei adquirir o Cisco Kid pelo circuito de importação e não consegui. Era curioso perguntar ao editor brasileiro o que se passa. Muito obrigado e até lá.
EliminarFrancamente acho que vou comprar as edições da IDW americana, sei que não são tão cuidadas mas prefiro ler no original em inglês se não posso em português.
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