Cada vez mais, as edições integrais são o melhor caminho para quem quer conhecer obras do passado - mesmo que relativamente recente - ou recordar aquelas que marcaram a sua infância ou juventude - com todos os riscos que isso acarreta!
Por
isso, esta será uma semana (quase?) toda dedicada a edições
integrais, aqui em As
Leituras do Pedro.
Ao
contrário do que à primeira vista possa parecer, entre a hospedeira
de bordo franco-belga e este cowboy britânico, há mais do que o
simples facto de protagonizarem edições integrais.
A
começar pela diferença que ambos marcaram, senão vejamos: em
contraponto ao (anómalo)
protagonismo feminino de Natacha, Marriott apresenta como base uma
(anómala) reflexão sobre a condição humana, (não) por acaso num
contexto de western. Apesar de neste livro esse ainda não ser o
aspecto mais saliente, uma vez que se pode afirmar que Matt
Marriott nasce
como um western bastante tradicional e o protagonista é
praticamente um
pistoleiro, já surgem aqui e ali indicações do que viria a ser o
longo caminho da série. Eu sei que há quem defenda que mais do que
leituras integrais, o importante é ler os períodos áureos de cada
série de BD, independentemente da sua origem ou local de publicação,
mas fazê-lo é expurgá-las de uma parte fundamental e significa
igualmente desprezar o
conhecimento
do caminho percorrido até ser alcançada a sua excelência.
Isso é evidente neste El Sendero de la Venganza, que inclui os primeiros três episódios, publicados em 1955/56, quer em termos narrativos, quer em termos gráficos, sendo que neste último ponto há ainda a procura da definição dos traços dos protagonistas e um grande uso de tramas em desfavor da técnica de traços sucessivos que caracteriza a fase posterior e que acentua o lado sombrio e até lúgubre deste western, um dos melhores dos quadradinhos mas também um dos mais atípicos.
Isso é evidente neste El Sendero de la Venganza, que inclui os primeiros três episódios, publicados em 1955/56, quer em termos narrativos, quer em termos gráficos, sendo que neste último ponto há ainda a procura da definição dos traços dos protagonistas e um grande uso de tramas em desfavor da técnica de traços sucessivos que caracteriza a fase posterior e que acentua o lado sombrio e até lúgubre deste western, um dos melhores dos quadradinhos mas também um dos mais atípicos.
Mesmo
assim, no
último
episódio, La
Hija de Belle Benson,
já
encontramos um Marriott mais próximo daquele que todos conhecemos,
solitário, mesmo quando existe um entorno romântico tão forte como
aqui, incapaz de abandonar Powder e a sua vida sem rumo nem destino.
Um
texto introdutório, a apreciação a cada um dos episódios e a
listagem de todos os capítulos de Matt
Marriott
completam uma edição impressa num bom preto e branco, que ganharia
se tivesse uma capa que lhe proporcionasse maior consistência.
Colección
Cómics de Prensa
James
Edgar (argumento)
Tony
Weare (desenho)
Libri
Impressi
Portugal,
Dezembro de 2018
290
x 215
mm, 104
p., pb,
capa mole
18,50
€
(imagens disponibilizadas pela editora; clicar nelas para as aproveitar em toda a sua extensão)
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