Aproveitando
a vinda
a
Portugal de Maurício Hora - André Diniz já vive cá! - para a apresentação da 2.ª edição de Morro da Favela e
presença na inauguração da respectiva exposição,
com a colaboração da editora Polvo, As
Leituras do Pedro colocaram algumas perguntas aos autores, via
correio electrónico.
Por
razões diversas que não vêm ao caso, entre o envio do
questionário,
a recepção das respostas e a sua publicação, já passaram mais
de três meses,
mas
isso não invalida nem desactualiza o seu interesse e
serve como uma nova chamada de atenção para um livro que merece ser
lido - como já foi feito aqui.
Maurício
Hora: Minha
primeira reacção foi surpresa! Como fotógrafo passo a vida atrás
da câmara. A maior parte do tempo escondido, não imaginava aparecer
assim, não imaginava que a minha vida fosse algo para contar.
As
Leituras do Pedro: Qual a sua contribuição para o livro do André?
Maurício
Hora: Foi
passar o conhecimento sobre o território. Como fotógrafo eu sou um
pesquisador, pesquisei bastante a região, por viver lá a vida toda
tinha uma compreensão
de toda a região, das
famílias do local, pois minha família é muito antiga na região.
Outro factor
que contribuiu também foi o fato do meu pai ter sido uma pessoa bem
articulado dentro do morro. Tudo isso contribuiu para que eu tivesse
acesso às histórias das famílias. Histórias que foram se perdendo
com o tempo.
Em
1994, quando eu começo a me preparar para a comemoração dos 100
anos da Providência, que aconteceu em 1997, na pesquisa eu descubro
o nome antigo da favela e toda história por trás do local onde eu
passei a vida. Desde então, surge a necessidade de afirmar o local
como a primeira favela do mundo. Trazer à tona a
pertença outrora esquecido
Maurício
Hora: Muito emocionado! Ao ler que o André tinha
conseguido dar um alinhamento digno para história. Não era a
história de tiros no morro. Era a história da primeira favela e da
fotografia, contada a partir das memórias de um menino do morro.
Maurício
Hora: Para mim ele dá uma auto-estima e seriedade ao que eu falo
e para favela ele dá afirmação e legitimidade à história que a
História não conta.
(imagens
e foto disponibilizadas pela editora Polvo; clicar nelas para as
aproveitar em toda a sua extensão)
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