Natural de Lisboa, onde nasceu a 13 de Março de 1965, João Paulo Cotrim faleceu hoje.
Tive o privilégio de privar de perto com ele durante o período áureo da Bedeteca de Lisboa, de que foi o grande impulsionador e o director desde a sua inauguração, em 1996, e até 2002.
Entusiasta, irrequieto, sempre em busca de novos desafios, a banda desenhada e a ilustração portuguesa devem-lhe imenso, pela forma como fez delas artes nobres aos olhos de tantos - pelo menos dos que os quiseram abrir…
Exposições, catálogos, ensaios, ficções, a abertura das páginas - da revista LX Comics, dos fascículos LX Comics, de álbuns… - aos novos autores, a concretização - em parceria com o Salão de BD do Porto e o Festival de BD da Amadora - de uma exposição sobre a BD nacional no Festival de BD de Angoulême… são pontos altos de um percurso multifacetado de um homem tão capaz de desenterrar o melhor do passado como de visionar o mais prometedor do futuro.
Para além da BD, foi guionista de filmes de animação, jornalista, escritor, ensaísta e mais um sem número de ocupações que o dicionário pode ter dificuldade em definir mas que os autores com quem se envolveu e aqueles a quem ofereceu a sua amizade conhecem mesmo sem serem nomeadas.
Agora, distante de nós no paraíso dos que vivem para ler e escrever - e para os outros escreverem e lerem - ainda me soam aos ouvidos as palavras que os lábios sorridentes proferiam ao ver-me: “E então, como vai o senhor?”
Não vou, João Paulo, foste tu, demasiado cedo. Ainda precisávamos de ti...
Paz à sua alma e que os seus trabalhos continuem a inspirar outros.
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