Schtroumpfástica!
Já
o escrevi por aqui: sendo esta revista uma espécie de mostruário do
(bom) catálogo de humor da Dupuis, o menor ou maior interesse de
cada edição está intimamente ligado aos dois álbuns completos
incluídos.
Sendo
este um número dedicado aos schtroumpfs - e também por extensão a
Peyo - dificilmente poderia ser melhor, ou não incluísse ele um dos
álbuns fundadores da (fantástica) BD franco-belga dos anos 1960 e
uma aventura longa completa dos pequenos seres azuis.
E
mais ainda.
Mais ainda, porque algumas das tiras/páginas/histórias curtas das diversas séries nela publicadas - onde (re)encontramos nomes como Raoul Cauvin ou Zidrou… - incluem como figurantes ou co-protagonistas esses mesmos schtroumpfs, em divertidas homenagens à criação de Peyo, bem inseridos nos universos próprios de cada uma.
Voltando um pouco atrás, é conveniente desvendar o tal ‘álbum fundador’: é, obviamente, La flûte à six schtroumpfs que, apesar de ser o nono álbum de Johan et Pirlouit, a série medieval em que Peyo (tão bem) combina, com grande dinamismo e legibilidade, aventura e humor, é conhecida por ser aquela em que pela primeira vez aparecem os gnomos azuis. E com tal sucesso que, apesar de estarem desenhados em apenas uma dezena das 60 pranchas da história, rapidamente ultrapassaram em popularidade, junto dos leitores e em vendas, a série que os acolheu na estreia, obrigando o autor a abandoná-la, apesar de ser a sua favorita.
Nesta história - em Portugal apenas publicada na revista Jacaré (1974) - Pirlouit encontra uma flauta mágica que faz dançar até à exaustão todos os que a ouvem tocar. Roubada por um cavaleiro que a utiliza para fazer roubos, obriga os dois protagonistas a procurar junto dos seus construtores - os schtroumpfs - uma forma de combater o seu poder.
Quanto à segunda história completa, é Le Cosmoschtroumpf - O estrumpfonauta na versão nacional publicada em álbuns pela Pública e o Círculo de Leitores e pelo Jornal da BD (1985). Numa série em que a aldeia tantas vezes é palco de desavenças, disputas e perigos vários, desta vez encontramos a comunidade unida para concretizar o sonho de um dos seus membros: viajar até à Lua… Como curiosidade, fica a referência ao facto de este álbum, de 1969, ter sido criado como brinde publicitário para uma marca de bolachas francesas, tendo o curto prazo disponível obrigado Peyo a escrever apenas o argumento e esboçar as páginas, posteriormente desenhadas por Gos e Whaltéry, sendo essa ‘urgência’ criativa visível nos cenários, embora seja uma divertida história com paralelismo com o Mito da Caverna, de Platão.
Ambos os álbuns são acompanhados por um texto introdutório que os situam na época de publicação e na carreira de Peyo, alvo também de uma pequena biografia nesta edição. O ‘pacote’ schtroumpf fica completo com um pequeno dicionário - Le Schtroumpf sans éffort - da autoria de Peyo e Delporte, recuperado de uma Spirou de 1966.
P.S. - E, como outras vezes acontece, há neste número igualmente algumas páginas de Imbattable que, no mínimo, é genial.
Méga
Spirou #28
Johan
et Pirlouit #9:
La
flûte à six schtroumpfs
Peyo
Le
Cosmoschtroumpf
Peyo
(argumento)
Gos
e François Walthéry(desenho)
Histórias curtas de
Agent 212, Les
Campbell, Capitaine
Anchois, Cavaliers de l’apocadispe, Cédric, Dad, Femmes em blanc,
Imbattable,
Katz,
Kid Paddle, Lolicornes,
Mélusine, Nelson, Passe-moi l’ciel, Le Petit Spirou, Pierre
Tombal, Tamara
e
Les
Vacherrie
des Nombrils
Vvaa
Dupuis
França,
29
de Novembro
de
2021
Actualmente
distribuída nalguns quiosques e bancas nacionais)
205
x 285
mm, 192
p., cor capa cartão, trimestral
6,60
€
(imagens disponibilizadas pela Dupuis; clicar nelas para as aproveitar em toda a sua extensão)
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