Mudar o futuro
O nosso futuro está definido ou somos nós, através das
nossas acções e decisões, que o construímos?
Um por todos, subversão
curiosa do célebre lema dos Três Mosqueteiros de Dumas, apresenta (um)a
resposta.
O que faria cada um de nós, se soubesse que determinada
decisão iria afectar, de forma irreparável a sua família ou os seus amigos?
O acordar do último dragão na Terra vai colocar Diana de
Temiscira, princesa das Amazonas, a Mulher Maravilha, perante um dilema desse
género e a sua resposta, qualquer que ela seja, vai ter graves implicações -
pessoais e no seio da Liga da Justiça de que ela é figura determinante.
Ancorada em lendas e mitologias - possivelmente o melhor
registo para fazer a Mulher Maravilha evoluir - como também mostra o próximo
volume desta colecção, A Hiketeia - Um por todos é uma história sobre
decisões e opções de vida, apesar dos riscos e custos, e uma bem conseguida
variação no seio da temática de super-heróis, aqui abordada de forma pouco mais
que tangencial.
Como grande trunfo - mas também principal defeito… - tem o
belo desenho do também argumentista Christopher Moeller, um conjunto de
vinhetas quase sempre bem pintadas, mas nem sempre felizes nas proporções da
protagonista ou no tratamento de alguns rostos, e a que falta o dinamismo e a
capacidade de transmitir movimento que se espera de uma narrativa em banda
desenhada, mais a mais de acção como esta também é.
É um defeito recorrente neste género de registo gráfico, (parcialmente)
compensado pela forma como consegue brilhar plasticamente noutros momentos,
nomeadamente na representação das cenas com a dragão e os seus servos e também
nalgumas composições de vinheta inteira cujos originais dariam com certeza
belos quadros.
Mulher-Maravilha: Um por Todos
Christopher Moeller
Levoir/Público
Portugal, 1 de Junho de 2017
170 x 260 mm, 120 p., cor, cartonado
11,90 €
(imagens disponibilizadas pela editora; clicar nelas para as
aproveitar em toda a sua extensão)
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